No primeiro bimestre deste ano 455,3 mil veículos foram produzidos no Brasil, o que representa elevação de 5,3% frente aos 432,2 mil fabricados no mesmo período do ano passado

Texto: Eduardo Abbas / Anfavea
Fotos: Claudio Larangeira

Não dá para reclamar da vida, afinal de contas é uma vitória do setor o que acontece atualmente no mercado de automóveis, caminhões e máquinas agrícolas neste imprevisível país chamado Brasil.


Se contarmos o que acontece para qualquer pessoa do mundo dos negócios que não viva por estas bandas, vai ser complicado convencer o indivíduo que em uma nação dividida politica e socialmente, com programas que garantiriam seu crescimento sendo discutidos há décadas, com os maiores níveis de impostos e custo de manutenção de um bem que fabricar e vender veículos automotores é um bom negócio, certamente nos chamariam de loucos.


Os dados do bimestre foram divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea, na segunda-feira, o resultado mensal apontou para crescimento de 29,9%: foram 257,2 mil unidades em fevereiro e 198,1 mil em janeiro. No comparativo com fevereiro de 2018 quando 213,5 mil unidades saíram das linhas de montagem, a alta é de 20,5%.


Os dados apontaram para crescimento de 17,8% no licenciamento de novos veículos: foram 398,4 mil unidades em 2019 e 338,2 mil unidades no ano passado. Somente em fevereiro 198,6 mil produtos foram comercializados, o que representa leve diminuição de 0,6% frente às 199,8 mil de janeiro e expansão de 26,6% contra as 156,9 mil de igual período de 2018.


Para Antonio Megale, presidente da Anfavea, que pegou uma das maiores buchas no setor durante os seus anos de mandato a frente da associação e que já anunciou seu sucessor que toma posse em abril, os números mostraram que a indústria automobilística brasileira iniciou 2019 acelerando: “Tivemos um crescimento de 17,8% nas vendas nestes dois meses, o que dá otimismo para todos nós do setor e mostra que começamos o ano com boas perspectivas. Fevereiro deste ano apresentou mais dias úteis do que o ano passado devido às comemorações do carnaval, que em 2019 passou para março e isto influenciou o resultado positivo do mês”.


As exportações diminuíram 41,9% no bimestre com 65,5 mil unidades este ano e 112,7 mil no ano passado – impactadas pelos resultados negativos da Argentina, que é o principal parceiro comercial do Brasil. Em fevereiro 40,5 mil unidades deixaram as fronteiras brasileiras, resultado inferior em 38,9% se comparado com as 66,3 mil de igual período do ano passado, mas aumento de 61,8% quando analisado contra as 25,0 mil de janeiro.

Caminhões e ônibus
As vendas de caminhões em fevereiro foram de 6,9 mil unidades, acréscimo de 70,2% se confrontado com as 4,0 mil de fevereiro do ano passado e diminuição de 1,6% ante as 7,0 mil de janeiro. Até o segundo mês do ano 13,9 mil unidades foram comercializadas, o que significa elevação de 61,2% sobre as 8,6 mil de 2018. Na produção, o bimestre encerrou com 16,4 mil caminhões produzidos – resultado superior em 13,5% se comparado com as 14,5 mil de igual período do ano passado. No mês passado, 9,6 mil unidades foram fabricadas, acréscimo de 23,8% sobre as 7,8 mil de fevereiro de 2018 e de 41,4% frente as 6,8 mil de janeiro.


As exportações de caminhões apontam queda na comparação dos bimestres deste ano e do anterior: as 1,3 mil unidades exportadas este ano estão 71% menores que as 4,6 mil unidades do ano passado. Em fevereiro 806 unidades deixaram o País, diminuição de 70,2% na análise com as 2,7 mil de fevereiro do ano passado e alta de 55% sobre as 520 unidades de janeiro. O licenciamento de ônibus no bimestre ficou em 3,1 mil unidades, crescimento de 79,8% se comparado com as 1,7 mil unidades do ano passado. Em fevereiro 1,5 mil unidades foram negociadas, expansão de 71,3% ante as 871 unidades de fevereiro de 2018 e retração de 6,6% sobre as 1,6 mil de janeiro.
A produção até o momento desse ano está 9,7% maior do que no ano passado, quando 4,1 mil chassis para ônibus saíram das fábricas – este ano o volume chegou a 4,4 mil. Em fevereiro foram fabricadas 2,5 mil unidades, o que significa crescimento de 19,8% frente as 2,1 mil de fevereiro do ano passado e de 31,6% contra as 1,9 mil de janeiro. As exportações de ônibus no acumulado somam 1,1 mil unidades – número abaixo em 25,8% com relação as 1,4 mil do ano passado.

Máquinas agrícolas e rodoviárias
As vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias em fevereiro superaram janeiro em 7,9% – foram 2,9 mil unidades no segundo mês deste ano contra 2,7 mil no primeiro mês de 2019. Na análise contra fevereiro do ano passado, quando 2,4 mil unidades foram vendidas, os dados ficaram maiores em 19,8%. No bimestre o setor apresenta alta de 38,4%, com 5,5 mil unidades este ano e 4,0 mil no ano passado.


A produção no acumulado registra 6,4 mil unidades, 3,3% inferior às 6,6 mil fabricadas no ano passado. Em fevereiro a fabricação de novas máquinas recuou 10,2%, com 3,5 mil unidades no mês e 3,9 mil em fevereiro do ano passado. No comparativo contra janeiro, com 2,9 mil unidades, a alta é de 20,7%.


As exportações no bimestre ficaram em 1,6 mil unidades, o que significa queda de 7,8% ante as 1,7 mil do ano passado.


Emprego
No mês de fevereiro houve um aumento de vagas no setor, foram criados 514 novos postos de trabalho, é um aumento leve porém consistente com o atual momento, esse número deve permanecer em elevação durante o ano.


Ainda existe um programa de garantia de emprego ativo, o Layoff tem 696 empregados esperando para retornar aos postos de trabalho, com o aumento do nível de empregos no mês de fevereiro tudo indica que esses funcionários logo estarão na ativa.

Estoques
Com mais dias úteis no mês e a preparação para as vendas em março, os estoques aumentaram em 1 dia nas concessionárias e 3 nos pátios em comparação com janeiro, são considerados altos mas devem começar a cair a partir da metade do mês.