Começo de ano com novo governo e as perspectivas de crescimento no setor permanecem aquecidas, faltam as exportações decolarem

Texto: Eduardo Abbas / Anfavea
Fotos: Marcel Mano

Recuperação, essa foi a palavra que definiu o ano de 2018 para a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea, apresentou nesta terça-feira, 8, em São Paulo, os resultados da indústria automotiva brasileira no ano passado, além de suas previsões para as vendas, produção e exportação de veículos e máquinas agrícolas e rodoviárias em 2019.


Só não foi um ano melhor por conta das exportações que derraparam nos países vizinhos por conta da crise econômica que alguns deles enfrenta, o caso mais complicado é da Argentina, responsável por comprar 70% de tudo que produzimos.


O licenciamento de autoveículos em 2018 registrou 2,56 milhões de unidades, aumento de 14,6% frente às 2,24 milhões de unidades vendidas em 2017. Na análise mensal, foram negociadas em dezembro 234,5 mil unidades, o que representa crescimento de 1,6% sobre as 230,9 mil unidades de novembro, ou de 10,3% na comparação com as 212,6 mil de dezembro de 2017.


“O resultado da indústria automotiva brasileira no ano passado mostrou que 2018 consolidou a retomada iniciada em 2017. O mercado interno teve forte reação, o que mostra que parte da demanda reprimida foi bem atendida. O crescimento das vendas de caminhões e máquinas agrícolas indica a recuperação da economia brasileira. O único indicador negativo foi o volume de exportações, por conta da forte retração do mercado argentino, nosso principal parceiro comercial. O balanço da produção também foi positivo, mesmo com a redução nas exportações”, afirmou Antonio Megale, presidente da Anfavea.


A produção em 2018 foi de 2,89 milhões de unidades – superior em 6,7% às 2,69 milhões de unidades do ano anterior. No último mês do ano, as 177,7 mil unidades fabricadas indicam baixa de 27,4% contra as 244,8 mil de novembro e de 16,8% quando analisado com as 213,7 mil do mesmo mês de 2017.


Nas exportações o cenário foi de baixa: 629,2 mil unidades foram negociadas com outros países no ano passado, o que significa queda de 17,9% sobre as 766 mil unidades de 2017, ano em que a indústria registrou números recordes no comércio exterior. Em dezembro, 31,7 mil veículos atravessaram as fronteiras, baixa de 7,9% em relação a novembro com 34,4 mil unidades e 48,1% menor frente as 61,1 mil de dezembro de 2017.

Projeções
A entidade estima aumento de 11,4% no licenciamento de autoveículos este ano: a expectativa é de comercializar 2,86 milhões de unidades. No caso das exportações a projeção é de estabilidade com 590 mil unidades negociadas com outros países. A produção deve chegar em 3,14 milhões de unidades, o que significa um aumento de 9%.



“Para 2019, nossa expectativa é de mais um ano de crescimento, exceto nas exportações. A conjuntura macroeconômica indica fatos positivos, como aumento do PIB, inflação diminuindo e queda do dólar. A oferta de crédito em 2018 foi a maior desde 2011. Na soma de todos esses fatores ao otimismo com as reformas econômicas propostas pelo novo governo, acreditamos em uma reação sequencial, que passa pela retomada da confiança tanto do consumidor quanto do investidor”, apontou Antonio Megale.


Para o setor de máquinas agrícolas e rodoviárias, a previsão é de alta das vendas internas em 10,9%, com 53 mil unidades em 2019. As exportações seguirão o mesmo patamar do ano passado, com 13 mil unidades. Já a produção de novos produtos será de 66 mil unidades em 2019 – alta de 0,5%.

Caminhões e ônibus
As vendas de caminhões em 2018 registraram 76 mil unidades, expansão de 46,3% diante das 52 mil unidades do ano anterior. Na análise mês a mês, as 7,6 mil unidades comercializadas em dezembro ficaram 0,6% abaixo das 7,7 mil de novembro e 25,7% superiores às 6,1 mil unidades de dezembro de 2017.


A produção encerrou o ano com alta de 27,1%: foram 105,5 mil unidades em 2018 e 83 mil em 2017. No último mês do ano passado saíram das linhas de montagem 7,3 mil unidades, número 26,5% menor na comparação com as 10 mil de novembro, e 0,8% inferior em relação às 7,4 mil de igual período de 2017. As exportações no ano passado chegaram a 24,6 mil unidades, recuo de 12,7% frente as 28,2 mil unidades de 2017. Em dezembro, mil unidades foram exportadas, o que representa diminuição de 24,2% ante as 1,4 mil de novembro e decréscimo de 50,9 % contra as 2,1 mil de dezembro de 2017.
No segmento de ônibus, as vendas em 2018 foram de 15,1 mil unidades, crescimento de 28,3% frente as 11,7 mil de 2017. No último mês do ano foram comercializados 1,5 mil ônibus, aumento de 0,5% ante as 1,4 mil de novembro e de 20% sobre as 1,2 mil de dezembro do ano anterior. A produção ao longo de 2018 registrou 28,5 mil chassis para ônibus – elevação de 38,2% diante das 20,6 mil de 2017. Foram produzidas 1,1 mil unidades em dezembro, número 46,5% menor se defrontado com as 2,1 mil de novembro e de 16,3% contra as 1,3 de dezembro de 2017. Foram exportados 9,1 mil chassis para ônibus em 2018, mesmo volume de 2017.

Máquinas agrícolas e rodoviárias
Em 2018 foram vendidas 47,8 mil máquinas agrícolas e rodoviárias, expansão de 12,7% sobre as 42,4 mil em 2017. No último mês do ano, quando o setor comercializou 4,4 mil unidades, houve aumento de 18,3% ante as 3,7 mil de novembro e de 22% sobre as 3,6 mil de dezembro de 2017.


A produção nos 12 meses de 2018 acumulou 65,7 mil unidades e ficou 23,8% acima do que 2017 (53 mil). Em dezembro, 5,6 mil unidades foram fabricadas, o que representa diminuição de 14,3% com relação a novembro (6,5 mil) e crescimento de 113,7% contra as 2,6 mil unidades do mesmo período de 2017.


As exportações no setor de máquinas agrícolas e rodoviárias encerraram o ano com 12,7 mil unidades, diminuição de 9,1% frente as 14 mil de 2017.


Emprego
No mê de dezembro houve uma pequena acomodação com relação aos postos de trabalho, isso não significa corte ou mesmo fechamento de vagas, o fato do número ser negativo significa, em alguns casos, funcionários que optam por requerer aposentadoria ou que resolveram mudar de ramo, a queda no mês foi no setor como um todo e não especificamente em uma empresa ou segmento.


Estão em Layoff 531 empregados esperando o momento para voltarem ao trabalho, que não deve demorar muito pois as previsões de aumento de vendas deve acomodar rapidamente esses funcionários.

Estoques
Os estoques caíram um pouco tanto nos pátios quanto nas concessionárias, com a chegada dos meses de férias onde o comprador raramente visita ou pensa em trocar de carro, o número não assusta e da para esperar o fim do período quando as vendas começam a ficar mais aquecidas.