Na primeira coletiva de 2019, os números do ano passado foram mais animadores, projetaram uma melhora na economia e um futuro com passos firmes

Texto e fotos: Eduardo Abbas / Abimaq

Finalmente a queda no setor acabou junto com o confuso 2018, depois de 5 anos em queda, finalmente houve crescimento, é um sinal de que as coisas este ano caminham para uma recuperação da economia como um todo.


As exportações, mesmo com a crise da Argentina, ajudaram muito na recuperação do setor, espera-se para 2019 uma melhora no mercado interno com taxas menores. Um fator que deve alavancar os investimentos é a reposição de máquinas já obsoletas ou que necessitem upgrade e as medidas que a equipe econômica do atual governo está implantando, seguem muito de perto as sugestões que a Abimaq deu aos ministros e diretores da área, vamos aguardar os próximos meses.


Acompanhe os indicadores individualmente

Receita Líquida Total - R$ Bilhões constantes
Após 5 anos consecutivos de queda na receita do setor fabricante de máquinas e equipamentos, que levou o setor a encolher 47% no período, 2018 encerrou com crescimento de 7% em relação a 2017. Apesar do resultado positivo, o ano encerrou com as atividades produtivas em desaceleração.


Dezembro em relação ao mesmo mês de 2017 encolheu 0,8%. De forma geral, o crescimento observado nas vendas se deu predominantemente no mercado externo, no mercado doméstico
houve relativa estabilidade (+0,3%).

Curva de Comportamento - Receita Líquida – Média 2010-13 Vs 2017 E 2018
O desempenho das vendas de máquinas e equipamentos, no mês de dezembro de 2018 contrariou as expectativas e recuou para R$ 5,8 bilhões, valor ligeiramente abaixo do mesmo mês de 2017 e 46% abaixo do resultado observado no período pré-crise, quando a indústria de máquinas vendia, em média, R$ 11 bilhões.


Para o ano de 2019 a expectativa é de manutenção do crescimento na receita total do setor, mas em taxas pouco abaixo das observadas em 2018, e, puxadas, predominantemente, pelo mercado doméstico.

Exportação - US$ Bilhões FOB
O setor fabricante de máquinas e equipamentos registrou em 2018 fortes oscilações nas suas exportações, mas manteve o volume de venda bem acima dos níveis observados em 2017. Assim, encerrou o ano com crescimento de 7,1% em relação à 2017.


A indústria de máquinas e equipamentos, já em 2017, visando fazer frente ao encolhimento do mercado doméstico, ampliou suas exportações em quase 17%. Que passaram a representar 44% do total das receitas. Em 2018 a participação das exportações ganhou ainda mais importância e chegou a 47% das vendas, mesmo com a crise econômica pressionando o desempenho de um dos nossos principais parceiros comerciais, a Argentina.

Exportação Por Setores - Setores com sua participação no total
O bom desempenho das vendas externas foi observado em quase todos os setores fabricantes de máquinas e equipamentos. Com destaque para o forte aumento das vendas realizas no setor de óleo e gás (+43%), nos setores fabricantes de bens de capital (+12%) e na construção civil (+7,8%).


O setor fabricante de máquinas e equipamentos está sempre entre os maiores exportadores da indústria de transformação, o que evidencia seu esforço em manter seus produtos adequados às necessidades internacionais.

Exportação Por Destinos - US$ Milhões
Quase metade das vendas de máquinas e equipamentos brasileiros (46,0%) tiveram como destino os Estados Unidos e a Europa, 37,2% foram destinados à América Latina e 16,8% para os demais destinos.

Fonte: SECEX; Elaboração: DCEE/ABIMAQ . Mercosul Estados Membros: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela
As exportações para América Latina e Mercosul, registraram queda de 8,6% e 18,2% respectivamente, influenciadas, principalmente, pela redução das compras realizadas pela Argentina. As vendas para a Argentina recuaram 31% que ficou 30,6% abaixo do ano passado.

Importação - US$ Bilhões FOB
O recuo dos investimentos observado nos últimos anos não se deu apenas pela redução nas aquisições de bens nacionais, as importações também encolheram fortemente desde 2014 e, mesmo tendo crescido 14,6% em 2018, representam hoje quase metade do resultado observado em 2013 (US$ 28,8 bi).


O bom desempenho nas importações de 2018 refletem a recuperação mais intensa no setor fabricante de bens de consumo e também à mudança nas regras do Repetro.

Importação Por Setores - Setores com sua participação no total
Em 2018 houve crescimento de 14,6% nas importações de máquinas e equipamentos no país. Em todas as atitudes houve incremento, mas o destaque é o aumento das importações de componentes, parte para reposição, parte para o próprio setor que teve a sua produção melhorada, mas outra parte importante com itens que já estavam em operação no setor de óleo e gás, mas que entraram oficialmente nas estatísticas em função da mudança das regras do Repetro.


Outro aumento importante a ser destacado foram as aquisições de máquinas para bens de consumo tanto não duráveis, no setor de alimento, como duráveis na indústria de bens de transporte.

Principais Origens das Importações - Participação no total importado (US$)
Pelo segundo ano consecutivo a China, permaneceu como a principal origem das importações de máquinas e equipamentos, tanto em valores como em quantidade. As máquinas de origem chinesa representaram em 2018 18,7% do total das importações realizadas. um aumento na participação em 9,3 p.p. em 10 anos.


Os Estados Unidos que já foram a principal origem com 22% de participação, encerrou o ano de 2018 na segunda colocação com 17,0% do total. A Alemanha, que ocupava a segunda colocação até 2011, manteve-se na terceira colocação pelo 7º ano consecutivo, com 15,5% do total de máquinas importadas pelo Brasil.

Consumo Aparente - R$ Bilhões constantes*
Os investimentos produtivos, medidos pelo consumo aparente de máquinas e equipamentos (produção – exportação + importação) após quedas consecutivas nos últimos quatro anos, registrou, em 2018 crescimento de 13,4%. Num cenário de fraca recuperação da atividade econômica, este resultado é um bom indicativo de que as expectativas são de aumento mais intenso do consumo.


Realmente, a elevada ociosidade (25%) e o ritmo mais fraco da economia tende a favorecer a continuidade da política monetária expansionista, além disso outros fatores de otimismo são: sinalizações do governo em seguir uma agenda reformista, nova rodada de concessões de infraestrutura e privatizações.

NUCI - Nível de Utilização da Capacidade Instalada (%)
Carteira de Pedidos - Em meses para atendimento
O NUCI – Nível de Utilização da Capacidade Instalada do setor fabricante de máquinas se equipamentos manteve, durante o ano de 2018, a tendência de recuperação, mas, ainda assim, encontra-se em patamar bastante baixo (75%), o que significa que ainda há espaço para expansão das atividades com a atual estrutura produtiva, a exemplo do que ocorre nos demais setores da indústria de transformação.


A carteira de pedidos estabilizou em 2 meses. A expectativa é de que esse número retorne ao seu patamar histórico, acima de 4 meses, quando o setor de infraestrutura voltar a investir.

Emprego - Em mil pessoas
Em meados de 2013, quando teve início o encolhimento de postos de trabalho na indústria de máquinas e equipamentos, o setor empregava quase 380 mil pessoas, ao final da crise, em 2017, o número tinha encolhido para 291 mil pessoas.


Em 2018, o setor retomou então o processo de contratações, após 4 anos consecutivos de redução da mão de obra, e reempregou quase 10 mil pessoas. A  expectativa  é  que  esta  firme recuperação não seja interrompida ao longo se 2019.

Balanço e previsões
Indústria de Máquinas e equipamentos
Investimentos previstos e realizados - R$ Milhões Constantes
Investimentos por porte de empresas - (valores em R$ mil constantes¹)

Destinação dos investimentos - (percentual)