A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea, divulgou na quinta-feira, 6, em São Paulo, SP o balanço da indústria automobilística em novembro
Texto: Eduardo Abbas / Anfavea
Fotos: Marcel Mano
Novembro foi um mês especial para a indústria automotiva, principalmente com o sucesso que o Salão do Automóvel apresentou com números realmente impressionantes.
Durante os 10 dias do evento, foram mais de 746.000 visitantes, 29 marcas participaram e expuseram 540 veículos, teve também muita interatividade do visitante nas 1.200 formas de se divertir que estavam à disposição e de quebra 45.000 test-drivers foram realizados. Já na indústria, os números beiraram a normalidade e tendencia do ano.
Os números mostram que 2,33 milhões de veículos foram comercializados este ano, o que significa crescimento de 15% sobre os 2,02 milhões licenciados no ano passado. Os dados mensais apontam para aumento de 13,1%: foram 230,9 mil unidades em novembro e 204,2 mil no mesmo período do ano passado. Em outubro deste ano, 254,7 mil unidades foram negociadas, o que representa baixa de 9,3%.
Para o presidente da Anfavea, Antonio Megale, os resultados da indústria automotiva no acumulado do ano demostram que 2018 será o ano da retomada do setor: “Certamente fecharemos este ano com crescimento acima do que planejávamos. 2018 será o ano da retomada do setor e por isso estamos muito otimistas. Já esperávamos uma queda em novembro devido ao menor número de dias úteis em relação a outubro. O importante foi a manutenção da média diária em 11,5 mil unidades”.
As fábricas produziram no último mês 245,1 mil veículos, o que representa retração de 6,9% se comparado com as 263,2 mil de outubro e diminuição de 1,6% se defrontado com novembro do ano passado, com 249,1 mil unidades. No acumulado do ano 2,70 milhões de unidades deixaram as linhas de montagem: expansão de 8,8% frente ao mesmo período de 2017, que registrou 2,48 milhões de unidades.
Falando em produção, perguntei ao Megale "já que o Salão do Automóvel foi tão Híbrido e Elétrico como nunca se viu, o Brasil hoje tem condição de fabricar esses carros"?
Segundo ele "não, as nossas montadoras e nosso parque industrial não estão preparados ainda para entrar nessa concorrência, mas por outro lado todos estão se preparando, na verdade é preciso que tenha um aumento da demanda e que o preço desses veículos seja próximo dos que usam motores convencionais, aí sim, teremos um mercado e uma indústria que vão melhorar muito, eu entendo que isso será em um futuro não muito distante".
As exportações em novembro foram de 34,4 mil unidades, queda de 11,3% contra as 38,7 mil de outubro e 53% menor frente a novembro do ano passado, quando 73,1 mil veículos deixaram o País. O setor exportou até novembro 597,4 mil unidades – baixa de 15,3% sobre as 704,9 mil do ano passado.
Perguntei novamente ao presidente "o que podemos esperar do novo governo e da cotação do dólar"? Segundo ele "acreditamos que as reformas, os ajustes fiscais e a simplificação tributária devem ser resolvidos para transformar o Brasil em um local onde os investidores acreditem, o mesmo acontece com a cotação da moeda americana, não importa em que patamar ela esteja desde que não exista uma volatilidade muito grande, assim será possível se fazer planejamentos de longo prazo".
Caminhões e ônibus
As vendas de caminhões até novembro subiram 49%: foram 68,4 mil unidades em 2018 e 45,9 mil no ano passado. Somente em novembro 7,7 mil unidades foram vendidas, o que representa alta de 40,3% frente as 5,5 mil de novembro de 2017 e diminuição de 2,7% ante as 7,9 mil de outubro.
Em novembro 10 mil caminhões foram fabricados, aumento de 22,3% contra as 8,2 mil de novembro do ano passado e recuo de 8% na análise com as 10,9 mil de outubro. A produção no acumulado do ano apresentou elevação de 29,7% quando comparadas as 98,1 mil de unidades deste ano com as 75,6 mil de 2017.
As exportações de caminhões caíram 9,8% no acumulado do ano, com 23,5 mil unidades em 2018 e 26,1 mil do ano anterior. Somente no penúltimo mês deste ano 1,3 mil unidades deixaram as fronteiras brasileiras, o que significa baixa de 23,9% frente as 1,7 mil de outubro e de 42,7% com relação as 2,3 mil de novembro de 2017. O licenciamento de ônibus no acumulado foi de 13,6 mil unidades, expansão de 29,3% ante as 10,5 mil do ano passado. As vendas em novembro foram menores em 13,1% com 1,5 mil unidades no mês e 1,7 mil em outubro. Na análise contra as 1,1 mil de novembro de 2017, a elevação é de 34,2%. A produção ficou 10% inferior – foram 2,1 mil unidades em novembro e 2,3 mil em outubro. Ao defrontar o resultado com novembro do ano passado, quando foram produzidos 1,7 mil chassis para ônibus, houve alta de 24,9%. No acumulado o crescimento é de 42%: 27,4 mil este ano e 19,3 mil em 2017. Até novembro 8,2 mil ônibus foram exportados, o que representa queda de 0,8% se comparado com as 8,3 mil de igual período do ano passado.
Máquinas agrícolas e rodoviárias
As vendas no segmento de máquinas agrícolas e rodoviárias em novembro ficaram menores em 25,5% em relação a outubro, com 3,8 mil e 5,0 mil unidades respectivamente. No comparativo contra novembro do ano passado, com 2,9 mil unidades, foi registrado crescimento de 27,5%. No acumulado o aumento das vendas chegou a 11,9%, com 43,4 mil este ano e 38,8 mil no ano passado.
A produção no acumulado deste ano subiu 19,4% com 60,2 mil em 2018 e 50,4 mil no ano passado. Em novembro 6,6 mil unidades foram fabricadas, o que representa decréscimo de 11,1% ante outubro com 7,4 mil e elevação de 73,3% contra novembro do ano passado com 3,8 mil unidades.
As exportações de máquinas agrícolas e rodoviárias até novembro somam 11,8 mil unidades, baixa de 6,7% em relação as 12,7 mil do ano passado.
Emprego
Houve uma pequena variação no número de vagas, considerada normal para o mercado pois é um ajuste das empresas por conta dos pedidos.
Os números só não são melhore por conta da queda nas exportações, as montadoras continuam procurando novos mercados para compensar a dificuldade econômica da Argentina.
Previsões
A Anfavea não vai mexer nos números até por se tratar do último mês do ano, em alguns casos houve aumento dos números previstos, a grande decepção foram as exportações que vão ficar abaixo do esperado.
Em janeiro vamos conhecer o número do mercado em 2018 que vai mostrar que houve um significativa melhora desde dezembro de 2017.
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