Na última coletiva de 2018, os números positivos do mês apontaram para um ano de recuperação que tiveram no câmbio favorável e nas exportações os maiores aliados

Texto e fotos: Eduardo Abbas / Abimaq

Certamente 2019 será um ano de grande recuperação da economia e a retomada da indústria brasileira, é nisso que acredita a Abimaq, que encara com otimismo as propostas da equipe econômica do novo governo.


Esse otimismo tem um motivo de ser, as reformas devem acontecer logo no começo do novo mandato, com isso o país deverá passar por um forte processo de reindustrialização que, para todas as entidades ligadas ao setor produtivo, vai ajudar o Brasil a crescer e acabar com as desigualdades sociais.


Aproveitando que estávamos falando de futuro, perguntei: "o sucesso do Salão do Automóvel foram os carros elétricos que estavam expostos e anunciados para serem vendidos aqui, mas será que temos condições industriais e mesmo de infraestrutura para esses carros serem produzidos e rodarem por aqui?". Segundo a Abimaq "o carro híbrido será o primeiro produzido por aqui por não precisar de energia elétrica plugin, inclusive também pelo fato de se ter uma tecnologia flex que já vai equipar alguns modelos em breve, como não vemos no Rota 2030 estímulos para o desenvolvimento da tecnologia elétrica no Brasil, as montadoras não devem interferir no desenvolvimento que é feito no exterior, mas precisamos pensar em infraestrutura para gerar energia, como os parques eólicos e solares quando esses carros chegarem em grande quantidade ou forem produzidos aqui".

Acompanhe o resumo do mês e os indicadores individualmente

Consumo Aparente - R$ Bilhões constantes
O consumo de máquinas e equipamentos voltou a registrar crescimento durante o mês de outubro (+2,6%) após dois recuos consecutivos (-11% em agosto e -0,3% em setembro).Na ponta o resultado foi puxado pelas importações que cresceram 23,4%, em US$.


No ano (jan-out/18) o crescimento do consumo aparente foi de 13,9%. Esse aumento foi influenciado pela combinação de crescimento na entrada física (+16,4%) de máquinas e equipamentos e do efeito câmbio (+9,6%) resultando assim, no aumento do consumo aparente via importação.

Receita Líquida Total - R$ Bilhões constantes
O mês de outubro de 2018, a indústria de máquinas e equipamentos registrou crescimento em suas vendas, anulando parte da perda observada durante o mês anterior. Em relação ao mês setembro o aumento foi de 1,9% e sobre o mesmo mês de 2017 de 14,4%.


No ano (jan-out), a receita manteve a firme tendência de recuperação, e alcançou 7,7% de crescimento em relação ao mesmo período de 2017. O aumento do faturamento no ano é devido basicamente ao efeito exportações em função do aumento do quantum e do câmbio. O mercado interno mostra sinais de recuperação no período deixando, praticamente, de influenciar negativamente a receita.

Curva De Comportamento - Receita Líquida – Média 2010-13 vs 2017 e 2018
O desempenho das vendas de máquinas e equipamentos, durante o mês de outubro de 2018 fugiu do comportamento sazonal ao registrar crescimento de 1,9%.


Com isso o setor reduziu a distância do desempenho observado no período pré-crise, quando a indústria de máquinas vendia, em média, R$ 11 bilhões. A expectativa é de que os últimos meses deste ano sejam de queda, o que não deve impedir que o setor encerre 2018 com crescimento nas suas vendas, em relação a 2017, em mais de 7%.

Exportação - US$ Bilhões FOB
O setor fabricante de máquinas e equipamentos continua com fortes oscilações nas suas exportações. No mês de outubro em relação a setembro, o setor recuperou com folga a queda de -25% ao registrar crescimento de 29%.


Em relação ao mês de outubro de 2017, no entanto, a recuperação não foi suficiente (+6,0% contra queda de 9,4%). Levando o setor a uma ligeira retração da taxa de crescimento anual. O crescimento acumulado em 2018 passou a ser de 10,3% - até o mês de setembro o setor acumulava crescimento de 10,9%.

Exportação por Setores - Setores com sua participação no total
O resultado das exportações do mês de outubro, foi influenciado pela maioria dos setores fabricantes de máquinas e equipamentos. Com destaque para o setor fabricante de Componentes p/ Bens de Capital cuja venda de dois itens (válvulas e bombas) adicionou ao mês de out/18 US$ 96 milhões, o equivalente a 13 p.p. dos 29,1% registrados no período.


No ano (jan-out), também houve crescimento em quase todos os setores, a única exceção foi para o setor fabricante de Máquinas para a Indústria de Transformação que acumulou no período queda de -13,4%.

Exportação por Destinos - US$ Milhões
Os principais destinos das exportações brasileiras de máquinas e equipamentos foram, pela ordem, América Latina, Estados Unidos e Europa. As exportações para América Latina e Mercosul, registraram aumento da queda registrando 5,4% e 9,3% respectivamente, influenciado pela redução das compras realizadas pela Argentina.

Fonte: SECEX; Elaboração: DCEE/ABIMAQ . Mercosul Estados Membros: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela
No desempenho anual a maior contribuição para o crescimento continua vindo dos Estados Unidos e dos países europeus que ampliaram suas compras no Brasil em 28,8% e 44,6% respectivamente neste ano (jan-out/18) em relação a 2017.

Importação - US$ Bilhões FOB
Em outubro/18 houve aumento no consumo de máquinas e equipamentos importados. O crescimento foi verificado tanto em relação ao mês anterior (+23,4%) como em relação ao mesmo mês de 2017 (+23,0%).


Este resultado elevou a taxa de crescimento observada em 2018 de 15,6% (até set18) para 16,4% até o mês de outubro/18. O resultado confirma as expectativas de recuperação dos investimentos que vinham em queda desde 2014.

Importação por Setores - Setores com sua participação no total
Em outubro de 2018, o aumento das importações ocorreram em quase todos os setores monitorados. Houve queda apenas nas importações de Máquinas para Logística e Construção Civil (-3,3%).


No ano (jan-out), o aumento da entrada de máquinas e equipamentos no Brasil foi generalizado.

Principais Origens das Importações - Participação no total importado (US$)
No ano (jan-out), a China, permaneceu como a principal origem das importações de máquinas e equipamentos, tanto em valores como em quantidade. As máquinas de origem chinesa representam hoje 18,5% do total das importações realizadas em 2018, um aumento na participação em 9,1 p.p. em 10 anos.


Os Estados Unidos que já foram a principal origem com 22% de participação, hoje ocupam a segunda colocação com 17,0% do total. A Alemanha também perdeu participação e foi para a terceira posição entre as origens, com 15,8% do total de máquinas importadas pelo Brasil. Itália e Japão que ocupam a 4º e 7º posição, respectivamente, vem ampliando gradativamente sua presença no mercado doméstico.

NUCI Nível de Utilização da Capacidade Instalada (%)
Carteira de Pedidos Em meses para atendimento
O NUCI - Nível de utilização da capacidade instalada da indústria de máquinas e equipamentos ficou 0,2 p.p. acima do resultado observado no mês de setembro (77,5%). Em relação ao nível médio observado em 2017, o setor está 5 pontos percentuais acima, em razão, principalmente, do aumento das atividades produtivas de bens seriados.


A carteira de pedidos em outubro registrou retração de 1,3% em relação ao mês anterior e ficou 7,2% abaixo do mês de out/17. O forte encolhimento da carteira de pedidos esta relacionado ao desempenho da atividade nos setores de infraestrutura e indústria de base que ainda não iniciaram um processo de recuperação da crise.

Emprego - Em mil pessoas
A indústria de máquinas e equipamentos encerrou o mês de outubro/18 com 302,6 mil pessoas ocupadas, um aumento de 0,3%, em relação ao mês de setembro de 2018. Este é o décimo crescimento consecutivo no setor neste tipo de análise.


Em relação ao mês de outubro de 2017 também houve melhora no quadro de pessoal (+4,2%) em resposta ao aumento da produção e das vendas. No ano o setor ampliou o seu quadro de pessoal em mais de 13,5 mil pessoas.