A nova animação da Warner inverte
os papeis, é cheia de humor, tem personagens cativantes e vai fazer sua cabeça
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Warner Bros. Pictures
Com a chegada dos computadores ao
mundo mágico da animação, aquele tipo de produção que já não tinha limite
ganhou o infinito como patamar mínimo. Nada é impossível em desenho animado, mas
nos dias de hoje, para ser sucesso, depende muito mais de um roteiro criativo e
bem elaborado, antes, as histórias clássicas eram adaptadas para a grande tela
e trabalho que teriam ao reproduzir o que contavam.
Por isso essa viagem está cada
dia mais interessante, a permissão de poder olhar para o outro lado sem dor na consciência
é algo muito mais charmoso e interessante que apenas fixar os olhos em uma direção.
Estreou na quinta-feira no Brasil e já está em cartaz no resto do mundo, a animação
PéPequeno
(Warner
Animation Group, Zaftig Films, The SPA Studios, Sony
Pictures
Imageworks, Warner
Bros. Pictures) que inverte a procura que os homens passaram a fazer
desde que o alpinista britânico Eric Shipton publicou uma série
de fotos que mostravam grandes pegadas na cordilheira Gauri Sankar, no Himalaia.
A direção, produção e roteiro
ficaram nas mãos de Karey Kirkpatrick, um daqueles caras que vivem e criam
novidades a partir de outro ponto de vista, ele tem no currículo filmes como Os
Sem Floresta, A Fuga das Galinhas, James
e o Pêssego Gigante e tem um padrão interessante nos seus roteiros,
sempre existe um personagem que mente sobre sua identidade. UAU!
Não vou falar sobre a técnica de animação
que é moderna e bem realizada, usa também recursos antigos como o stop motion e
fundos sobrepostos, porque o roteiro me agradou muito. Essa é uma
aventura para todas as idades, na aldeia dos Yetis um jovem e genial morador
encontra algo que ele achava que não existia, um humano. A revelação deste “PéPequeno”
traz uma nova preocupação para comunidade: o que pode existir além de seu vilarejo
abaixo das nuvens? É uma nova e divertida história sobre amizade, coragem e alegria da descoberta.
Não é uma produção barata, o orçamento
de US$ 80 milhões pode não ser considerado astronômico, mas não é nenhuma
pechincha, porém já começou mostrar força na estréia arrecadando nas
bilheterias do mundo quase metade do que foi gasto. Eu assisti a versão dublada
que tem um cuidado muito especial com as vozes e o sincronismo, inclusive em
momentos onde os personagens cantam, a afinação nas vozes é de se tirar o chapéu
pela qualidade.
PéPequeno está em vários
cinemas do país, é uma ótima opção para qualquer idade, tem um pedaço brasileiro
com a trilha de Heitor Pereira e certamente vai te deixar mais feliz depois dos
87 minutos de exibição, afinal de contas a vida é como atravessar uma rua, tem
que se olhar para os dois lados.
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