Julho foi um mês estranho com números esquisitos, a produção e as exportações de carros retrocederam, os estoques aumentaram e um dos programas de garantia de emprego zerou, sabe por que?
Texto: Eduardo Abbas / Anfavea
Fotos: Marcel Mano
O balanço divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea, na segunda-feira, 6, em São Paulo, apontou para o licenciamento de 217,5 mil veículos em julho, o que significa um crescimento de 7,7% frente as 202 mil unidades comercializadas em junho deste ano.
Quando comparado com as 184,8 mil unidades negociadas em julho de 2017, o balanço mostra acréscimo de 17,7%. Nos sete meses já transcorridos do ano, 1,38 milhão de unidades foram comercializadas, expansão de 14,9% comparado com as 1,20 milhão no ano passado.
Para Antonio Megale, presidente da Anfavea, os resultados são muito positivos para o setor automotivo brasileiro: “O balanço até julho mostra números muito importantes para a indústria, pois vemos crescimento em todos os segmentos. Mesmo com algum soluço causado pelas paralisações dos transportadores no fim de maio, o setor automobilístico tem apresentado ao longo dos últimos meses dados que comprovam sua retomada, o que é muito positivo para toda economia brasileira”.
A produção de 245,8 mil unidades em julho resultou em uma baixa de 4,1% ante as 256,3 mil de junho e alta de 9,3% quando analisado com as 224,8 mil de julho de 2017. No acumulado deste ano foram fabricadas 1,68 milhão de unidades, elevação de 13% contra as 1,48 milhão do ano passado.
As exportações no mês passado registraram decréscimo de 20,9% – foram 51,4 mil unidades em julho e 64,9 mil em junho – e de 21,7% ante as 65,6 mil de julho do ano passado. Somente este ano foram enviadas para outros países 430,4 mil unidades, número 2,8% abaixo das 442,5 mil do ano passado.
A queda na produção tem uma explicação, por conta de números menores na exportação as montadoras já se prepararam para essa baixa e diminuíram o ritmo da linha de montagem atendendo uma menor demanda para os países do Mercosul e focando no mercado interno que apresenta uma consistente recuperação.
Caminhões e ônibus
O licenciamento de 6,6 mil caminhões em julho significou aumento de 15,6% sobre as 5,7 mil de junho e de 45,3% na análise com as 4,5 mil de julho do ano passado. O acumulado segue com registro de crescimento: foram 38,6 mil este ano e 26,0 mil em 2017, elevação de 48,6%.
A produção de 8,8 mil unidades em julho representa expansão de 1,7% com relação a junho, com 8,6 mil produtos, e de 23,8% frente aos dados de julho de 2017, quando foram fabricados 7,1 mil. A fabricação acumulada registrou elevação de 35,4% – 58,4 mil este ano e 43,1 mil no ano passado.
Em julho 2,1 mil unidades foram exportadas, diminuição de 13,4% ante as 2,5 mil unidades de junho e de 22% contra as 2,8 mil de julho do ano passado. De janeiro a julho as exportações acumulam 16,5 mil unidades e estão com leve queda de 0,6% sobre as 16,4 mil do mesmo período de 2017.
No segmento de ônibus o licenciamento no último mês ficou em 1,8 mil unidades, alta de 102,9% ante as 909 unidades de junho e de 48,5% frente as 1,2 mil de igual período do ano passado. Nos sete primeiros meses de 2018 foram vendidas 7,4 mil unidades, quantidade 20,8% maior se confrontada com as 6,1 mil do mesmo período em 2017.
Os fabricantes produziram em julho 2,8 mil chassis para ônibus – baixa de 2,9% contra as 2,9 mil de junho e crescimento de 25,6% ante as 2,3 mil de julho do ano passado. Para o acumulado do ano o segmento contabiliza 17,8 mil unidades, elevação de 45,2% sobre as 12,2 mil do ano passado.
As exportações de 2018 somam 5,2 mil unidades, alta de 7,9% na análise com as 4,8 mil unidades do ano passado.
Máquinas agrícolas e rodoviárias
O segmento de máquinas agrícolas e rodoviárias registrou 4,8 mil unidades de vendas internas, recuo de 3,5% quando defrontado com as 4,9 mil de junho, e aumento de 27,7% ao comparar com as 3,7 mil de julho de 2017. No acumulado deste ano, com 24,6 mil unidades, o setor cresceu 2,4% ao defrontar com as 24,0 mil unidades do ano passado.
A produção em julho aumentou 26,5%: foram 6,7 mil unidades no mês e 5,3 mil em junho. Ao se comparar com as 5,4 mil de julho do ano passado o resultado foi maior em 23,8%. No acumulado do ano 33,6 mil unidades deixaram as linhas de montagem, o que representa crescimento de 1,1% contra as 33,3 mil de 2017.
As exportações ficaram 2% maiores nos primeiros sete meses do ano com 7,4 mil unidades até o momento e 7,3 mil no ano passado.
Emprego
A melhor notícia é que um dos programas de garantia de emprego está zerado: o PSE cumpriu sua obrigação e o setor ainda criou no mês de julho 546 novos postos de trabalho.
Os números do mês mostram que existem em Layoff 826 empregados, isso se deve a ajustes naturais nas empresas por conta da demanda e variação na produção. Isso confirma a previsão da Anfavea na queda desses números de funcionários afastados, principalmente depois que as empresas tiveram suas linhas paradas durante a greve dos caminhoneiros e precisaram normalizar a produção.
Estoques
Os estoques aumentaram em comparação ao mês anterior, mas esse aumento se concentra nos pátios das montadoras, nas concessionárias o número de dias sofreu uma pequena queda, isso prova que o consumidor está atento e comprando, e que os números ideais devem ser atingidos brevemente.
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