Os números foram apresentados na coletiva de imprensa desta terça-feira
Texto e fotos: Eduardo Abbas / Abimaq
O desempenho do setor de bens de capital mecânicos e os indicadores conjunturais do setor de máquinas e implementos agrícolas do sétimo mês de 2018 foram revelados ontem.
Os números apresentados mostram números melhores e importações em alta, acompanhe o resumo do mês e os indicadores individualmente.
Receita Líquida Total - R$ Bilhões Constantes*
Após forte crescimento das receitas durante o mês de junho, o mês de julho registrou ligeira queda em relação ao período anterior (-4,1%).
A queda no mês já era prevista em função da sazonalidade e também da base de comparação que foi inflada pelas vendas que ficaram represadas em função da paralisação do setor de transporte de carga que ocorreu no final do mês de maio. Apesar da queda na ponta, em relação ao mesmo mês de 2017 o crescimento se manteve (+10,6%) o que garantiu uma ligeira melhora no resultado acumulado durante o ano de 2018 (+4,7%).
Curva de Comportamento - Receita Líquida – Média 2010-13 vs 2017 e 2018
O mês de julho de 2018 registrou comportamento das receitas coerente com o desempenho sazonal do setor. Em relação ao ano de 2017 houve um crescimento importante, mas ainda distante dos valores alcançados durante o período pré-crise cuja receita girava ao redor de R$ 11 bilhões.
O alto índice de ociosidade da economia, combinado com elevado grau de incertezas tem inviabilizado grandes investimentos. Ainda assim a expectativa é de que o setor encerre o ano de 2018 com um crescimento acumulado ao redor de 7% em relação ao ano de 2017 puxado principalmente pelas exportações.
Exportação - US$ Bilhões Fob
As exportações de máquinas e equipamentos registraram queda de 20,3% em relação ao mês de junho. Esta queda foi parcialmente influenciada pela base de comparação, que também teve efeito da greve dos caminhoneiros, mas como em relação ao ano passado também houve queda (-3,3%) há um indicativo de piora no desempenho das exportações na margem.
No ano a taxa de crescimento acumulada recuou para 13,9% em relação ao mesmo período de 2017. Desde o início da crise no país o esforço do setor tem sido em ganhar mercado internacional o que fez com que a participação das exportações na receita subisse de 21% em 2013 para 46% em 2018.
Exportação por Setores - Setores com sua participação no total
No mês de julho houve queda nas exportações de todos os setores fabricantes de máquinas e equipamentos. As maiores quedas ocorreram, pela ordem, no setor de máquinas para petróleo e energia renovável (-50,3%), no setor de máquinas para a indústria de transformação (-25,1%) e no de máquinas para bens de consumo (-24,7%).
No ano somente dois setores acumularam queda nas suas exportações, o fabricante de máquinas para infraestrutura e indústria de base (-14,1%) e os fabricantes de máquinas para a indústria de transformação (-11,2%).
Exportação por Destinos - US$ Milhões
Os principais destinos das exportações brasileiras de máquinas e equipamentos foram, pela ordem, América Latina, Estados Unidos e Europa.
Fonte: SECEX; Elaboração: DCEE/ABIMAQ . Mercosul Estados Membros: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela |
As exportações para América Latina recuaram 2,3% em 2018, em função principalmente da forte queda das vendas para México e Argentina. Houve queda ainda nas exportações para Bolívia e Peru. A maior contribuição para o crescimento das exportações veio dos Estados Unidos e dos países europeus que ampliaram suas compras em 52,2% e 42,2% respectivamente em 2018 (jan-jul) quando comparado com o mesmo período de 2017.
Importação - US$ Bilhões FOB
No mês de julho houve novamente forte aumento nas importações de máquinas e equipamentos. Em relação ao mês imediatamente anterior o crescimento foi de 11,7% e em relação ao mesmo mês de 2017 o crescimento foi ainda maior, 21,0%. Com isso as importações realizadas em 2018 acumularam crescimento de 18% em relação a 2017 (jan-jul).
O bom desempenho das importações é reflexo das encomendas realizadas entre o final de 2017 e início de 2018, período que sinalizava uma saída mais rápida da crise. O aumento das incertezas no último trimestre combinado com um real desvalorizado em relação ao dólar deverá arrefecer este quadro nos próximos meses.
Importação por Setores - Setores com sua participação no total
Em julho de 2018, as únicas atividades a registrarem queda nas suas importações de máquinas e equipamentos foram as ligadas à infraestrutura e indústria de base (-4,2%) e indústria de transformação (-0,4%). No ano houve aumento das importações de máquinas e equipamentos em todas as atividades, sinalizando uma renomada, ainda que suave, dos investimentos do país.
O maior taxa de crescimento ocorreu no setor agrícolas (+44%), mas com baixo impacto no total das importações, apenas US$ 98 milhões. O maior impacto veio da indústria de bens de consumo que ampliou a importação em US$ 384 milhões (+31%) e da indústria de transformação com acréscimo de US$ 260 milhões (+16%).
Principais Origens das Importações - Participação no total importado (US$)
No ano (jan-jul), a principal origem das importações de máquinas e equipamentos, tanto em valores como em quantidade, continuou sendo China. As máquinas de origem chinesa representam hoje 18% do total das importações realizadas em 2018, um aumento na participação em 8,7 p.p. em 10 anos.
Os Estados Unidos que já foram a principal origem com 22% de participação, hoje ocupam a segunda colocação com 17,0% do total. A Alemanha também perdeu um pouco da sua participação e foi para a terceira posição entre as origens, com 15,5% do total de máquinas importadas pelo Brasil. Itália e Japão que ocupam a 4º e 5º posição, respectivamente, vem apresentando crescimento no mercado brasileiro.
Consumo Aparente - R$ Bilhões constantes*
No mês de julho de 2018 houve crescimento importante do consumo aparente (produção – exportação + importação) de máquinas e equipamentos no país (+11,3%) puxado pela aquisição tanto de máquinas produzidas localmente (+10,5%) como importadas (+11,7%).
No ano os investimentos em máquinas e equipamentos passaram a acumular crescimento e 10,5%. Apesar do aumento de aquisição de máquinas nacionais nos últimos meses, as importações ainda ocupam a maior parte do consumo do país (60,3%).
NUCI – Nível de Utilização da Capacidade Instalada
Carteira de Pedidos - Em meses para atendimento
O NUCI - Nível de utilização da capacidade instalada na indústria de máquinas e equipamentos manteve o crescimento observado no mês de junho e chegou a 77,3% no mês de julho. A média anual está 5,7 pontos percentuais acima da média de 2017 em razão, principalmente, do aumento das vendas no mercado externo, no mercado doméstico, mesmo com a melhora no desempenho nos últimos três meses o setor ainda acumula queda de 4,9% em 2018.
A carteira de pedidos cresceu nos últimos dois meses, mais ainda mantem o pior patamar da séria história, em razão, principalmente, da baixa atividade no setor fabricante de máquinas para infraestrutura e indústria de base (bens sob encomenda), cuja carteira de pedidos encolheu 44% neste ano.
Emprego - Em mil pessoas
A indústria de máquinas e equipamentos encerrou o mês de julho/18 com 298,6 mil pessoas ocupadas, um aumento de 0,9%, em relação ao mês de junho de 2018 que já havia crescido 0,2%.
Em relação ao mês de julho de 2017 também houve melhora no quadro de pessoal (+3,3%) em resposta ao aumento da produção e das vendas, principalmente direcionadas para o mercado interno (+10,7%), nas exportações houve queda de 3,3% no período. No ano o setor ampliou o seu quadro de pessoal em quase 10 mil pessoas.
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