A produção de autoveículos, que inclui automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, segue trajetória de crescimento: já são 18 meses seguidos de alta na comparação com o mesmo mês do ano anterior
Texto: Anfavea / Eduardo Abbas
Fotos: Marcel Mano
Os bons ventos continuam empurrando a indústria automotiva de volta ao lugar de onde jamais deveria ter saído, a recuperação na produção, os ótimos número da exportação e o aquecimento gradual e moderado nas vendas tornam-se motivos para acreditar que 2018 será um dos melhores anos para o setor.
Os dados foram divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea, na segunda-feira, 7, em São Paulo.
As 266,1 mil unidades produzidas em abril significam alta de 40,4% contra as 189,5 mil de abril de 2017 e de queda de 0,5% ante as 267,5 mil do março deste ano. A soma dos primeiros quatro meses do ano no quadrimestre ficou em 965,9 mil unidades, um aumento de 20,7% frente as 800,2 mil do ano passado.
As exportações encerraram o mês com 73,2 mil unidades, superior em 19,5% ao comparar com as 61,2 mil de igual período do ano passado e em 8,4% ante as 67,5 mil unidades que deixaram o País em março. Na análise anual, o resultado aponta crescimento de 7,5%, com 253,4 mil unidades este ano e 235,6 mil em 2017.
O licenciamento no quarto mês do ano, com 217,3 mil unidades, registrou elevação de 38,5% se comparado com as 156,9 mil em abril de 2017 e de 4,8% sobre março desse ano, quando foram vendidos 207,4 mil veículos. No acumulado do ano, as 762,9 mil unidades representam expansão de 21,3% – no ano passado foram comercializadas 628,9 mil unidades no período.
Para Antonio Megale, presidente da Anfavea, os sinais positivos da economia influenciam o desempenho geral da indústria automobilística: “Os resultados comprovam que a indústria automobilística segue acelerando o ritmo, com desempenho melhor a cada mês. Isso é consequência de um cenário macroeconômico favorável, que eleva a confiança de consumidores e investidores. Alguns fatos confirmam esta aceleração, como o aumento do nível de emprego do setor e as vendas do segmento de caminhões, diretamente ligadas à atividade econômica do País”.
Caminhões e ônibus
No segmento de caminhões as 6,2 mil unidades comercializadas em abril ficaram 3,9% acima das 5,9 mil de março e 77,7% maiores em relação as 3,5 mil do mesmo período do ano passado. O resultado no quadrimestre avançou 57,6%, com 20,7 mil caminhões este ano e 13,1 mil em 2017.
A produção registrou decréscimo de 8,6% na comparação das 9,1 mil unidades de abril contra as 9,9 mil de março e aumentou 54,2% no confronto com as 5,9 mil de abril de 2017. Foram produzidas nos quatro meses já transcorridos do ano 33,5 mil unidades, resultado superior em 54,9% se comparado com as 21,6 mil de igual período do ano passado.
Em abril a indústria exportou 2,7 mil caminhões, o que representa leve queda de 0,8% se defrontado com as 2,8 mil de março e significa crescimento de 10,8% na análise contra as 2,5 mil do mesmo mês em 2017. Nos quatro primeiros meses deste ano, quando 10,1 mil unidades foram enviadas para outros países, a alta é de 21,1% sobre as 8,3 mil unidades do ano passado.
As vendas de ônibus cresceram 17,7% em abril – foram 926 unidades no mês e 787 em abril de 2017. Já no comparativo com as mil unidades de março, o resultado foi menor em 10,9%. No acumulado, 3,7 mil unidades foram comercializadas, aumento de 43% no comparativo com as 2,6 mil do ano passado.
A fabricação de chassis para ônibus em abril ficou em 3,3 mil unidades – número superior em 16,5% na análise contra as 2,8 mil de março e maior em 121,2% se confrontado com as 1,5 mil de abril do ano passado. No quadrimestre as fábricas produziram 10,2 mil unidades, o que significa aumento de 81,7% ante as 5,6 mil de 2017.
As exportações nos quatro primeiros meses do ano foram maiores em 47,6%: 3,2 mil unidades em 2018 e 2,2 mil no ano passado.
Máquinas agrícolas e rodoviárias
As vendas no segmento de máquinas agrícolas e rodoviárias em abril foram de 4,1 mil unidades, alta de 17,6% frente as 3,5 mil de março e de 26,4% se comparado com as 3,3 mil de abril do ano passado. No acumulado, o resultado indica recuo de 7,2%, com 11,7 mil unidades este ano e 12,6 mil no ano passado.
A produção diminuiu 5,1% – foram 5,1 mil unidades em abril e 5,4 mil em março. Ao defrontar o resultado com o mesmo período do ano passado, quando foram produzidas 5,0 mil máquinas, o aumento é de 1,9%. No quadrimestre a expansão é de 1,3%, com 17,1 mil unidades este ano e 16,9 mil em 2017.
As exportações até abril foram de 4,0 mil unidades, o que representa elevação de 26,3% contra as 3,2 mil do ano passado.
Emprego
Pelo segundo mês consecutivo houve um pequeno aumento de funcionários que voltaram para os programas de garantia de emprego, número esse considerado normal pelos ajustes naturais nas empresas por conta das demandas e variação na produção de determinados tipos de veículos, mas vale citar que apenas três montadoras ainda tem funcionários nesses programas, uma no PSE e duas em Layoff .
Os números do mês mostram que em Layoff são 725 e no PSE, 932 e o total é de 1.657, mesmo com essa instabilidade a Anfavea acredita que, no segundo semestre esse número deve diminuir muito por conta da natural demanda que o setor tem com a aproximação do fim de ano.
Estoques
Os estoques se mantiveram estáveis em relação ao mês anterior, mesmo com feriados que diminuem o ritmo das vendas. Cada vez mais os índices se aproximam do ideal que é de 30 dias contando com os pátios das montadoras e as concessionárias.
Não houve a esperada diminuição, mas tudo indica que ela deve começar a ocorrer a partir de maio, com mais dias úteis e o aquecimento que o mercado aponta.
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