Os números foram apresentados na coletiva de imprensa desta quarta-feira
Texto e fotos: Abimaq
O desempenho do setor de bens de capital mecânicos e os indicadores conjunturais do setor de máquinas e implementos agrícolas do quarto mês de 2018 foram revelados hoje.
Os números apresentados mostram um equilíbrio no setor, acompanhe o resumo do mês e os indicadores individualmente.
Receita líquida total - R$ bilhões constantes*
A queda esperada, pelo efeito sazonal, para o mês de abril surpreendeu as expectativas e chegou a 1,1% contra quase 10% no ano anterior. Esta melhora no desempenho levou as vendas a um resultado 19% superior ao do mês de abril de 2017. Assim o setor acumulou um crescimento de 5,4% nos primeiros quatro meses do ano.
No mercado interno também houve queda em relação a março e crescimento em relação a abril/17, mas no ano ainda o setor continua acumulando uma forte queda (-10,5%). Estes dados evidenciam que o mercado externo mantem-se como o responsável pela melhora relativa do desempenho do setor fabricante de bens de capital mecânicos nacional.
Curva de comportamento - Receita líquida – média 2010-13 vs 2017 e 2018
O resultado do mês de abril compensou o fraco desempenho do mês de março e colocou o setor novamente em rota de recuperação, em relação ao ano de 2017 a indústria de máquinas passou a acumular crescimento de 5,4%, até março acumulava crescimento de apenas 1,1%.
Apesar desta melhora relativa, o setor ainda fatura mensalmente um valor 39% inferior ao observado no período pré-crise (média de 2010-2013) o que significa que o setor ainda atua com ociosidade bastante elevada.
Evolução de preços - Número índice - Base: média de 2013=100
Em março, os custos de produção de máquinas e equipamentos, medidos pela ABIMAQ, cresceram 4% nos últimos 12 meses, contra um aumento de 2,74% nos preços de Máquinas e Equipamentos. A inflação oficial, medida pelo IBGE, cresceu 2,68% no mesmo período.
Os aumentos dos custos superiores ao preço de máquinas e equipamentos, advindos do aumento nos preços dos Bens de Metalurgia, foi absorvido parcialmente pelos fabricantes de Máquinas e Equipamentos (1,26 p.p., reduzindo ainda mais suas margens já exprimidas pela crise.
Importação - US$ Bilhões FOB
Ao contrário do observado com as vendas de bens nacionais, as importações registraram forte crescimento em relação a março de 2018 (8,0%) e superaram em 55,1% o resultado de abril/17, que foi marcado pelo menor nível de importação da crise.
O volume de importação também mantem-se longe dos níveis observados nos períodos pré-crise, mas indica uma recuperação mais vigorosa. O resultado acumulado no quadrimestre mostra um crescimento de +15,5% em relação ao mesmo período de 2017.
Importação por setores - Setores com sua participação no total
A maioria dos produtores ampliou sua aquisição de bens capital mecânicos importados, mas merece destaque as importações realizadas para o setor de infraestrutura que superou o mês de março em US$ 45 milhões, equivalente à quase metade do crescimento observado no mês.
Outros crescimentos importantes ocorreram na agricultura e na aquisição de componentes. Os crescimentos ocorridos ao longo deste ano (jan-abr) geraram um desempenho acumulado 15,5% superior ao das importações realizadas no mesmo período de 2017.
Principais origens das importações - Participação no total importado (US$)
No primeiro quadrimestre de 2018, a principal origem das importações de máquinas e equipamentos, tanto em valores como em quantidade, foi a China, que registrou 13,4% de crescimento contra 5,4% de média entre os países. As máquinas de origem chinesa representam hoje 18% do total das importações realizadas em 2018, um aumento na participação em 8,7 p.p. em 10 anos.
Os Estados Unidos que já foram a principal origem com 22% de participação, hoje são a segunda com 17,6% do total. A Alemanha também perdeu um pouco da sua participação e foi para a terceira posição entre as origens, com 16% do total de máquinas importadas pelo Brasil.
Consumo aparente - R$ Bilhões constantes*
Em abril/18, o consumo brasileiro em máquinas e equipamentos registrou crescimento de 2,1% na comparação com o mês anterior e crescimento de 31,5% na comparação interanual. Com esse resultado, os investimentos acumulados nos anos, pela primeira desde janeiro de 2014, registraram crescimento em relação ao ano anterior.
O primeiro quadrimestre terminou com crescimento de 3,6% no consumo de máquinas e equipamentos e encerrou um ciclo de 51 meses consecutivos de taxas negativas neste tipo de comparação. O Real valorizado, durante os primeiros meses do ano, permitiu que este crescimento fosse puxado preponderantemente pelas importações o que tende a reduzir nos próximos meses.
Exportação - US$ Bilhões FOB
As exportações de Máquinas e Equipamentos registraram expansão em abril/18, tanto na comparação mensal, quanto na comparação interanual, 4,3% e 37,7%, respectivamente.
No quadrimestre, as exportações do setor registraram crescimento de 28,7%. O resultado das exportações tem oscilado em níveis próximos aos médios mensais dos anos de 2011 e 2012, períodos em que o setor registrou seu melhor desempenho no exterior.
Exportação por setores - Setores com sua participação no total
Em abril/18, dois dos sete setores aumentaram suas vendas no mercado externo. Entre eles estão os fabricantes de componentes para a indústria de bens de capital e o de máquinas para infraestrutura e indústria de base.
No 1º quadrimestre, houve queda apenas nas exportações de máquinas para infraestrutura e indústria de base e Máquinas para a Indústria de Transformação. Este desempenho positivo, presente em praticamente todas as categorias de bens de capital mecânicos, mostra não só o dinamismo do produtor nacional em fazer frente às intempéries, mas, principalmente à qualidade dos bens nacionais.
Exportação por destinos - US$ Milhões
Os principais destinos das exportações brasileiras de máquinas e equipamentos foram, pela ordem, América Latina, Estados Unidos e Europa.
Fonte: SECEX; Elaboração: DCEE/ABIMAQ . Mercosul Estados Membros: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela
|
No ano, a América Latina aumentou suas compras de máquinas e equipamentos em relação ao mesmo período do ano anterior. Mas os destaques foram os crescimento das vendas realizadas aos Estados Unidos (+88,8%) e aos países europeus (+63,8%) o que reforça o alto padrão de qualidade dos bens de origem brasileira.
NUCI – Nível de Utilização da Capacidade Instalada
Carteira de pedidos - Em meses para atendimento
O NUCI - Nível de utilização da capacidade instalada na indústria de máquinas e equipamentos, registrou queda de 0,6% na comparação com o mês imediatamente anterior (76,3%) e chegou a 75,9% em abril/18.
A média anual está 2,8 pontos percentuais acima da média de 2017 em razão principalmente do aumento das vendas no mercado externo. A carteira de pedidos também registrou crescimento na comparação mensal (+2,1%), mas ainda mantêm seu pior patamar da história, em razão da baixa atividade no setor fabricante de máquinas para infraestrutura e indústria de base (bens sob encomenda), cuja carteira, que girava ao redor de 9 meses, hoje ainda não chegou a 4 meses.
Emprego - Em mil pessoas
A indústria de máquinas e equipamentos encerrou o mês de abril com 294,4 mil pessoas ocupadas, um aumento de 0,2%, em relação ao mês de março de 2018. Este é o quinto crescimento consecutivo neste tipo de comparação.
Em relação ao mês de abril de 2017 também houve melhora no quadro de pessoal (+0,9%). Em resposta à melhora da produção e das vendas, principalmente no mercado externo, o setor vem gradativamente melhorando o seu quadro de pessoal. Em relação a 2013, no entanto, quando teve início a queda de faturamento da indústria de máquinas, o setor ainda acumula uma perda de pouco mais de 86 mil ocupações.
0 Comentários