• Com total de 2.577 unidades emplacadas no mês, setor registra crescimento de 6,3% ante janeiro de 2018 e de 52,8% em relação a igual período de 2017;
  • No primeiro bimestre, o acumulado de 5.002 unidades licenciadas significou 37,8% mais se comparado com igual período de 2017. Entidade mantém estimativa de vendas para 2018 em 40 mil unidades.

Texto: Textofinal Comunicação / Eduardo Abbas
Fotos: Claudio Larangeira / Marcel Mano

Não existe surpresa do lado de baixo do equador, foi só as importadoras ficarem livres do nefasto imposto que deixou mais gente na rua da amargura do que garantiu empregos que o setor já começou a reagir, timidamente é claro, mas começa a mostrar a força de quem não pediu algo além de justiça pelo espaço para se vender carros no Brasil.


O primeiro bimestre mostra as flechas apontadas para cima, quem conseguiu se segurar nesse período negro do Inovar Auto e da devastadora crise econômica que era considerada uma marolinha, agora tem a oportunidade de contar sua história com novos personagens e realmente ter um final feliz, tanto para os importadores como para os consumidores.


Na coletiva de imprensa que foi realizada na quarta-feira, as dezessete marcas filiadas à Abeifa – Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores, apresentaram os números do mês de fevereiro com licenciamento de 2.577 unidades, alta de 6,3%% em relação a janeiro quando foram vendidas 2.425 unidades importadas. Ante igual período de 2017, o resultado de fevereiro é 52,8% maior, foram 2.577 unidades contra 1.686 veículos emplacados em fevereiro do ano passado.
“Com o fim do Inovar-Auto, as alíquotas do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados voltaram ao que eram antes do programa. E agora sem a cota limitadora de 4.800 unidades/ano sem os 30 pontos percentuais no IPI, as vendas de veículos importados começaram uma reação, mas sobre uma base muito fraca do ano de 2017, quando – no ano – alcançamos apenas 29 mil unidades licenciadas”, analisa José Luiz Gandini, presidente da Abeifa – Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores.
Segundo Gandini, “agora, embora tenhamos isonomia tributária e sem cotas limitadoras, aos importadores fica muito difícil trazer carros de alto volume, os chamados carros mais populares, até porque a indústria local tem ofertas muito competitivas e atualizadas. Com o dólar no patamar de R$ 3,25 e o imposto de importação de 35%, a mais alta alíquota permitida pela OMC, aos importadores fica quase impossível atuar fora de nicho de mercado. Senão vejamos, os preços médios de automóveis subiram, na média 21%, no período de 2011-2017, enquanto o dólar subiu 95% nesses últimos seis anos. Por isso, passados dois meses do ano, vamos manter a nossa previsão de vendas, para este ano, em 40 mil unidades”.


A grande pedra no sapato agora é a cotação da moeda americana, isso torna muito difícil a importação dos chamados "carros de entrada", aqueles mais voltados ao volume de vendas pelo menor preço que é oferecido ao consumidor. Esta é umas das batatas quentes que José Luiz Gandini vai ter que encarar nos próximos dois anos, ele foi reeleito presidente da Abeifa e vai cumprir o sexto mandato. Encabeçando a entidade por aclamação, Gandini vai dar continuidade aos trabalhos em andamento do Rota 2030, que, ainda segundo ele, não existe um acordo já alinhado nem mesmo é tratado como prioridade pelo governo.
Voltando aos números do mês, ele acredita que “com a reação positiva de vendas, o setor de veículos importados precisa reorganizar a sua rede de distribuidores, com muito treinamento das equipes comerciais e de pós-vendas. Além disso, 2018 será um ano de expansão dessa rede, antes de pensar em altos expressivos de comercialização”.


Participações – Em fevereiro último, o total de 2.577 unidades importadas da Abeifa significou 1,69% do mercado interno, que emplacou 151.690 automóveis e comerciais. Se considerado somente a importação total, as associadas à Abeifa responderam por 14,31% (do total de 18.004 unidades importadas). Com o licenciamento de produtos nacionais fabricados por afiliadas à entidade mais o volume importado, as 17 empresas licenciaram 3.826 unidades licenciadas. Com esse total, a participação das associadas à Abeifa foi de 2,52% do mercado total de autos e comerciais leves (151.691 unidades).
Se for considerado o total de veículos importados, ou seja aqueles trazidos também pelas montadoras, as associadas à Abeifa responderam, em fevereiro, por 14,31% (2.577 unidades, do total de 18.004 unidades importadas).


Produção local – Entre as associadas à Abeifa, que também têm produção nacional, BMW, Chery, Jaguar Land Rover e Suzuki fecharam o mês de fevereiro com 1.249 unidades emplacadas, total que representou alta de 46,4% em relação a fevereiro de 2017. Comparado a janeiro último, no entanto, a queda é de 19%, quando foram emplacadas 1.542 unidades nacionais.