Com um número muito representativo, as exportações foram o principal segmento da recuperação do mercado, que está reagindo positivamente e promete fechar o ano acima das previsões

Texto: Anfavea / Eduardo Abbas
Fotos: Anfavea / Claudio Larangeira


As 73,1 mil unidades exportadas em novembro colocam este mês como o melhor da história em exportações, de acordo com dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea, na quarta-feira, 6, em São Paulo. O número ficou acima em 28,8% sobre as 56,7 mil unidades de novembro de 2016 e em 18,7% ante as 61,6 mil de outubro deste ano.


Com o desempenho no mês, o acumulado do ano atingiu 700,1 mil unidades, alta de 53,3% em relação as 457,4 mil do ano passado. O resultado tem contribuído para o bom desempenho da produção também: os 249,1 mil autoveículos produzidos em novembro superaram em 15,2% as 216,3 mil unidades do mesmo mês de 2016 e representam estabilidade contra outubro deste ano.


Na soma dos onze meses já transcorridos este ano a produção registra 2,50 milhões de unidades, alta de 27,1% frente as 1,96 milhão do ano passado.


O licenciamento no acumulado também segue em alta, de 9,8%, ao se comparar as 2,03 milhões de unidades em 2017 contra as 1,85 milhão de 2016. Só no mês de novembro foram 204,2 mil unidades comercializadas, acréscimo de 14,6% sobre as 178,2 mil de novembro do ano anterior e de 0,7% em relação as 202,9 mil unidades de outubro.


Para Antonio Megale, presidente da Anfavea, o mercado segue apresentando diversos sinais positivos:
“O desempenho de novembro confirma a retomada do crescimento ao registrar a melhor média diária de vendas do ano, acima das 10 mil unidades, e por já superar a casa dos 2 milhões de veículos comercializados no acumulado. No segmento de veículos pesados, as vendas de caminhões também continuam em ascensão, o que é um sinal do reaquecimento da atividade econômica do País. Devemos fechar 2017 com resultados melhores do que projetamos e podemos ficar confiantes na retomada da indústria automobilística para 2018”.

Caminhões e ônibus
As vendas de caminhões novos subiram 44%, fechando novembro com 5,5 mil unidades vendidas contra 3,8 mil unidades de igual período de 2016. Já em comparação com as 5 mil de outubro, o aumento foi de 8,8%. No acumulado do ano o registro ainda é de baixa de 0,5%: 45,9 mil unidades foram negociadas nesse ano e 46,1 mil em 2016.
Os fabricantes exportaram em novembro 2,3 mil unidades, número 4,4% superior em comparação com as 2,2 mil de novembro de 2016 e menor em 2% ante as 2,4 mil de outubro. De janeiro até o momento, os dados apontam crescimento de 36,8%: 26,1 mil neste ano contra 19,1 mil no ano passado.


A produção do segmento em novembro ficou em 8,2 mil caminhões, acréscimo de 52,6% em relação as 5,4 mil de novembro do ano anterior e estável com outubro. No acumulado as 75,5 mil unidades deste ano representam alta de 33,9% sobre as 56,4 mil de 2016.
No segmento de ônibus, as vendas em novembro somaram 1,1 mil unidades, alta de 78% ante as 610 unidades do mesmo mês de 2016 e de 22,6% em relação as 886 unidades de outubro deste ano. Passados onze meses de 2017, as 10,5 mil unidades indicam leve alta de 0,4% sobre o acumulado do ano passado.
Na produção, 1,7 mil chassis de ônibus saíram das linhas de montagem em novembro, aumento de 9% no comparativo com as 1,5 mil de outubro e de 4,3% ante as 1,6 mil de novembro de 2016. Já foram fabricadas neste ano 19,4 mil unidades, crescimento de 9,1% com relação as 17,7 mil unidades do ano passado.
As exportações de ônibus no acumulado estão em 8,3 mil unidades, 5,1% menor do que as 8,8 mil unidades registradas em 2016.

Máquinas agrícolas e rodoviárias
As vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias no acumulado registraram expansão de 2,6% quando comparadas as 40,5 mil unidades deste ano com as 39,5 mil do ano passado. Na análise mensal, as 3,1 mil unidades de novembro de 2017 foram 21,4% menores do que as 3,9 mil unidades de outubro e 14,9% abaixo das 3,6 mil unidades vendidas em novembro do ano passado.


A produção do segmento no décimo primeiro mês, de 4 mil unidades, apresentou baixa de 11,2% com relação as 4,5 mil de outubro e de 28,4% frente a novembro do ano passado, quando saíram das linhas de montagem 5,5 mil máquinas. O total de unidades produzidas até o momento, de 52,3 mil unidades, ficou 8,1% acima das 48,3 mil do ano passado.


As exportações expandiram 49% no acumulado do ano, com 12,9 mil unidades em 2017 contra 8,7 mil no ano passado.


Estoque
Mesmo com a melhor média diária de vendas desde 2014, os estoques nos pátios e concessionárias estão ainda um pouco altos, houve uma pequena diminuição do número de dias, algo para ser comemorado em tempos de crise.


Os atuais 34 dias estão ainda longe dos 22 dias conseguidos em 2013, em compensação mesmo com uma enorme quantidade de feriados no mês de novembro, a tendencia de queda no número de dias de estoque é uma realidade.

Empregos
A cada mês, os empregos vão sendo retomados no setor, apesar da ociosidade ainda estar alta, 45% na industria como um todo, já permitindo ao presidente fazer uma previsão otimista com relação ao futuro de um dos programas de garantia de emprego. Segundo Megale, ele acredita que em 2018 o Layoff, no qual o funcionário fica em casa sem trabalhar e recendo parte do salário da empresa, deve zerar e ter sua vida terminada, por outro lado ele acredita que o PSE deve ser incentivado pela sua modernidade e efeito imediato tanto para patrões quanto empregados.


Em novembro houve uma pequena variação negativa que é considerada normal pois trata-se de ajustes dos quadros das empresas, onde houve queda foram nos números dos programas: no total são 3.332 empregados, sendo 2.318 no PSE e 1.014 em Layoff, que teve uma queda de 187 pessoas que retomaram seus postos de trabalho. Com a chegada das férias coletivas e dezembro dando mostras de maior aquecimento nas vendas, o balanço de janeiro será um dos mais esperados dos últimos anos, inclusive para se confirmar o otimismo de quem acreditou na recuperação do mercado acima do esperado.