A nova saga escrita e roteirizada por J. K. Rowling mostra que o universo da magia não tem fim e continua espetacular

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Warner Bros. Pictures

Já estava com saudade dos bruxos que encantaram o começo do século? Não se desespere, eles estão de volta em uma aventura pra lá de interessante e muitíssimo bem roteirizada pela estupenda escritora inglesa. A enorme diferença entre as duas realizações é que desta vez, a opção foi em usar atores famosos em papéis chaves. Mais um golaço dos produtores, essa nova perspectiva marca a enorme diferença entre as duas sagas que seguem o mesmo destino, ser um tremendo sucesso.


O humor e a alegria demonstrada em todos os atores quando vivem seus personagens é o ponto de encanto que a nova produção traz para a telona do cinema, onde o filme deve ser assistido preferencialmente em 3D, tamanha quantidade de elementos e a qualidade dos efeitos visuais feitos por um batalhão de produtoras (4DMax, Cinesite, Clear Angle, Studios, Double Negative, Framestore, Image Engine Design, Mark Roberts Motion Control, Method Studios, Moving Picture Company (MPC), Nvizage, Plowman Craven & Associates, Prime Focus World, Proof, Rodeo FX, Snow Business International), só ai já seria uma ótima desculpa para ir ao cinema.


Mas não é só isso, essa super produção que custou a bagatela de US$ 180 milhões já estreou no Brasil e no mundo e faturou mais de US$ 83 milhões em alguns dias, isso porque Animais Fantásticos e Onde Habitam (Heyday Films, Warner Bros. Pictures) dá inicio a uma saga paralela ao universo de Harry Potter só que nos Estados Unidos, mais precisamente em Nova Iorque.


Na aventura, Newt Scamander (vivido pelo espetacular Eddie Redmayne de A Teoria de Tudo) é um notável bruxo magizoologista, que está em Nova Iorque em uma de suas viagens para encontrar e documentar criaturas mágicas. A história se passa em 1926, ele desenvolveu um interesse em animais fabulosos desde pequeno e ao entrar em território americano, Newt deixa alguns animais escaparem, causando um imbróglio com o Congresso Mágico dos Estados Unidos.


As atuações são muito convincentes ajudadas pelos efeitos visuais de altíssima qualidade e um roteiro limpo de evolução precisa, que durante a narrativa da história faz com que os espectadores se envolvam rapidamente na trama. Mas nada disso seria possível sem a mão certeira do diretor David Yates (os quatro últimos filmes da saga Harry Potter, A Lenda de Tarzan) que confesso, me surpreende a cada nova produção que assina como realizador.


É impossível encontrar uma atuação mais ou menos, o elenco é de primeira e tem atores como Katherine Waterston (Vício Inerente), Dan Fogler (Escola de Espiões), a cantora Alison Sudol, Samantha Morton (John Carter: Entre Dois Mundos), Carmen Ejogo (Selma) e os já consagrados Ron Perlman (Círculo de Fogo), Ezra Miller (Batman vs Superman: A Origem da Justiça), Colin Farrell (Sem Perdão), Jon Voight (do clássico Perdidos na noite) e Johnny Depp (da série Piratas do Caribe e o recente Aliança do Crime), criando assim uma mescla de talentos e atuações temperadas com bom humor, momentos de tensão e expressões firmes.


A insinuante fotografia do francês Philippe Rousselot (Dois Caras Legais, Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras) não esconde nenhum detalhe que poderia passar despercebido pelo espectador, é clara e tem uma textura muito delicada, remete aos anos 1920 com muita clareza, claro que ajudado pela sempre espetacular direção de arte e os impecáveis figurinos de Colleen Atwood (Chicago, Memórias de uma Gueixa, Alice no País das Maravilhas) que completam o enredo de forma magistral.


Uma das partes mais complicadas neste tipo de produção é o acabamento, a montagem feita pelo premiado editor Mark Day, que trabalhou com Yates em vários projetos e recentemente esteve em Ex-Machina e A Lenda de Tarzan realmente faz com que os 133 minutos de exibição não sejam percebidos, envolve todos na magia que a tela em 3D proporciona e consegue despertar o desejo da seqüência que em breve vai estar nos cinemas.


Animais Fantásticos e Onde Habitam não é imperdível, é obrigatório, sua concepção com relação aos dias atuais, a enorme tecnologia na realização, tem um texto inteligente e muito claro, é dirigido brilhantemente e carrega a difícil missão de fazer com que o tema com bruxos e bruxas volte ao topo do objeto de desejo vai cumprir sua missão com muito êxito.


O cinema encontra nessa obra a certeza que, como a saga que ele sucede, tanto os livros quanto os filmes vão encher ainda mais os bolsos de seus produtores, autores e realizadores, afinal a vida tem que ser assim mesmo, competência deve ser cultuada e remunerada, chega de invencionismos para se falar com o espectador, a ligação direta é a melhor forma de se comunicar.


A gente se encontra na semana que vêm!

Beijos & queijos

Twitter: @borrachatv