O tempo começa a tratar o maior de todos os tempos com o desdém próprio de fim de carreira

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: motogp.com

Apesar de não querer admitir, parece que Valentino Rossi vive o momento que antecede a pendurada final das sapatilhas. Não que esteja se entregando nem que não tenha a competitividade aflorada, ao contrário, mas a diferença de idade para os demais pilotos começa a cobrar caro do velho “doutor”.


Eu não gosto de comentar esse tipo de situação, gênios deveriam ser eternos, o tempo não deveria ser tão vilão com quem faz o seu trabalho da melhor maneira possível e com um diferencial tão grande quanto o deste italiano, ele entrou para a história pela porta da frente e vai sentar na melhor poltrona esperando a vida passar alegremente.


Ele não anunciou nada, na verdade ainda tem um contrato de mais 2 anos com a Yamaha e até pode tentar novamente brigar pelo título, mas já deu para perceber que, o título deste ano já vai ficar nas mãos de Lorenzo ou de Marquez, talvez nos próximos dois ele nem esteja tão forte. A minha ficha caiu na corrida do fim de semana, na Áustria, onde ele sucumbiu fortemente junto com a equipe ao domínio surpreendente da Ducati.


Claro que não vou tirar o mérito da equipe italiana que tem patrão alemão, eles plantaram e agora parece que finalmente vão começar a colher os frutos, ano que vem o garoto enxaqueca Lorenzo vai ajudá-los a conseguir ou pelo menos lutar, pelo título mundial.


Andrea Iannone foi perfeito no fim de semana, fez a pole, largou bem, controlou a corrida como quis, usou pneus diferentes e venceu, finalmente, para acabar com o fantasma da vitória do Casey Stoner que havia ganhado com a equipe italiana pela última vez em 2010. Mas quis o destino, esse senhor de cabelos grisalhos e barba branca, que a vitória fosse justamente com o piloto que vai ficar desempregado no fim da temporada, o companheiro do espanhol é o outro Andrea, o Dovizioso.


O resultado não mexeu muito com o campeonato, Iannone em primeiro, Dovizioso em segundo, Lorenzo em terceiro, Rossi em quarto e Marquez em quinto não altera radicalmente as diferenças entre eles, apenas mantém o espanhol da Honda na liderança confortável e administrável para as 8 últimas etapas do ano, o que mexeu mesmo foi com a minha esperança de ainda ver mais um título do italiano antes da aposentadoria.


No fim de semana eles se encontram de novo em Brno, na República Tcheca para seguir o campeonato, assim como a Fórmula Indy que retorna em Pocono, para os americanos é ideal, fizeram uma parada durante os jogos olímpicos e voltam no dia do encerramento com todo o ouro garimpado por aqui. São espertinhos esses gringos e na semana que vêm eu volto para contar como foram as duas corridas.


Beijos & queijos

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