Pior que ficar justificando o
nome do autódromo é ter uma corrida agitada com uma transmissão deprimente
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: f1.com, fiaformulae.com
Tem coisa mais chata no mundo que
ficarem trocando seu nome e darem milhões de justificativas para isso?
Lamentável é ouvir as diversas versões de uma história do passado para
justificar um presente que, queiram ou não, só existe por conta do dinheiro e
do empreendedorismo do dono da fábrica de energéticos, que se chama RED BULL. É uma enorme falta de
respeito com quem carrega a categoria nas costas, sim, o cara tem duas equipes
bancadas por ele e ainda transformou o autódromo em um dos melhores da
temporada e onde aconteceu a melhor corrida do campeonato.
E tudo pode ser pior como ficar esperando
o replay para comentar o que aconteceu e não emitir opinião de nada, a dupla
não quer desagradar ninguém e deixam para o coitado do ex-piloto a função de
ser o único a participar de uma transmissão em real time, agora, não falar o
nome do autódromo porque se refere a um dos maiores anunciantes do mundo, é de
uma falta de vergonha sem precedentes, até pelo fato de que, no fim do ano,
todos tentam dar um “malho” no budget deles. O mundo mudou, mas a cabeça de
quem coloca a cara no vídeo continua piorando a cada dia, não tenho amores por
ninguém, sou amigo de quem me trata bem e joga limpo, tenho um enorme desprezo
por quem vive e vai morrer pensando em dinheiro.
Falando da corrida, trata-se de
uma competição de times, quando um erra todos erram, no acerto é a mesma coisa.
Foi assim com a Mercedes, que tem uma reunião melhor de profissionais, dinheiro
e ousadia na medida exata para vencer uma corrida e ganhar um campeonato. A
carência existe atrás do volante, poucos são os pilotos que realmente colocam o
seu fiofó na reta e ousam, posso citar quatro: Hamilton, Vettel, Bottas e
Verstappen, alguns outros são mais burocráticos e mais preocupados em fazer o
feijão com arroz, o resto nem isso. Divagando, dá para imaginar que qualquer piloto
dos anos 80 ou 90, com suas imensas barrigas e reflexos menos apurados seriam
tão ou mais competitivos que esses garotos enxaqueca que se dizem pilotos, a
geração não é boa.
Vettel exagerou na dose, poderia
ser uma tática vencedora, só que dançou no meio da reta naquele que poderia ser
um desastre feio e só ficou no susto. Rosberg tentou, mais uma vez no ano,
colocar o Hamilton pra fora da corrida, foi burro, se chegasse em segundo teria
ainda uma confortável distancia no campeonato, acontece que ele é daqueles que
colocam a culpa na máquina, alegou estar com problemas nos freios, o estranho é
que só se lembrou disso naquela curva.
Foi bom ver a McLaren andando de
novo na frente, não acredito que irão conseguir resultados muito expressivos
neste ano, mas a evolução é evidente e com a provável chegada de pilotos mais
novos e com mais garra devem trazer novos ares para a equipe inglesa no ano que
vem. A dança das cadeiras deve agitar os pilotos depois da etapa inglesa do fim
de semana, vão dar aquela paradinha até o fim do mês de julho pra colocar a
cabeça em ordem. O risco é ter apenas um ou nenhum brasileiro no grid ano que
vem, e se tudo der certo, quem deve ficar é Felipe Nasr, ele que fez uma baita
corrida na Áustria, largou em 21º e chegou 13º, ultrapassou e brigou o tempo
todo, diferentemente do Zacarias que abandonou por problemas no carro (sic).
Temos que começar a torcer por brasileiros que possam dar retorno, chega dessa
coisa de bebê chorão.
Para encerrar, quero parabenizar
o Lucas Di Grassi pelo vice-campeonato na Fórmula-E. Ele liderou grande parte
do campeonato com um equipamento menos eficiente que do campeão Buemi e nas
últimas duas etapas não conseguiu repetir as ótimas atuações do ano. Acontece,
para um ganhar outro tem que perder, seu campeonato foi exemplar e ele não
chegou lá por contingências inerentes ao seu talento, não foram os segundos que
faltaram nem foi o despreparo que alguns até apregoaram.
Essa conquista serviu sim para
mostrar para o mundo e principalmente para os brasileiros que este foi um
talento que a Fórmula 1 desperdiçou, ele não teve apoio nem o destaque que
merecia, por ser ético e profissional, não deve ter pago jantares para os
formadores de opinião que nessas ocasiões apenas se preocupam em guardar o
dinheiro das diárias e por isso não falam mal de quem merece nem bem de quem
deve ser elogiado. Vamos para a próxima temporada Lucas, e eu volto na semana
que vem pra falar da Fórmula 1 na Inglaterra e da Fórmula Indy na terra do
milho.
Beijos & queijos
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