O crossover da montadora francesa
chama atenção pela beleza externa, acabamento refinado e preço justo
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Citroën
Sou um fã deste tipo de carro,
vivendo em uma cidade como São Paulo, nada melhor que poder andar em um veículo
de altura generosa e que não se acovarda diante dos buracos e transito caótico.
Nesta época do ano, as enchentes aterrorizam os motoristas, as ruas
despreparadas para escoar tamanha quantidade de água se tornam um desafio para
se continuar dirigindo em trajetos que, em determinados momentos, viram lagoas
sem peixes.
Foi uma grande oportunidade
testar este novo modelo da Citroën, um carro elegante, bem
acabado e com um conjunto mecânico que surpreende em cada manobra, em cada movimento
de deslocamento e em respostas rápidas e seguras. Isso se deve à tecnologia
embarcada no motor 1.5i Flex, que fornece 93 cv de potência máxima com etanol,
a 5.500 rpm e torque de 140 Nm, o interessante é que 86% do torque já está
disponível a 2.000 rpm!
No novo AIRCROSS, as linhas são suaves porém esportivas, é um SUV compacto,
tem a integração entre grade e farol, rodas de 16” e aquele pára-brisa
panorâmico em três partes, que chama muito a atenção nas ruas e dá ao motorista
uma sensação diferente, poder olhar uma parte do céu sem precisar se curvar em direção
ao volante é, no mínimo, reconfortante.
O que interessa mesmo é o que ele
faz. Esse modelo caiu muito na preferência das mulheres, não que seja um carro
feminino, mas é parceiro em algumas situações que nós, homens, dificilmente pesaríamos
na hora de comprar. Ele segue aquele conceito de “descer do carro”, isso graças a sua altura generosa do solo. No
caso das nossas queridas esposas ou namoradas, quando estão usando roupas mais
leves, como vestido ou saia, evita o desagradável momento de “pagar calcinha”, e não é preciso fazer
nenhum tipo de ginástica para descer e já sair andando. A altura, pensada para
uma vida off - road, acaba tendo uma função social até mais interessante.
Na cidade ele é bem esperto, seu
desenho, disposição de espelhos e tamanho de janelas permite uma ótima visão panorâmica,
os pontos cegos são drasticamente diminuídos, facilitando a observação de tudo
ao redor. Andar por ruas estreitas, movimentar-se em trocas de faixas nas
avenidas e estacionar em vagas geralmente pequenas são operações muito
precisas. No caso do estacionamento, os sensores ajudam muito, o “range” da detecção é maior e objetos
menores, como guias ou mesmo pequenos blocos de cimento, não escapam ao olhar
do carro e ele faz essa conta adicionando o estepe que fica exposto na parte
traseira.
São Paulo é uma cidade de
transito pesado, geralmente os deslocamentos não são menores que 30 minutos,
tempo esse que o AIRCROSS supre
facilmente com seus itens de conforto. O motorista praticamente usa a 3ª
marchar dentro da cidade, isso não ajuda muito na economia, mas com o conjunto mecânico
com uma elasticidade maior, garante menos desgaste humano, as trocas de marchas
são poucas, a não ser nos intermináveis congestionamentos. O modelo estava
abastecido com Etanol e fez, com todas as dificuldades impostas pelo transito,
excelentes 7,1 km/l, segundo dados do computador de bordo.
Enquanto isso, desfrutar da toda
a parte de entretenimento embarcada, torna as viagens curtas muito agradáveis. E
não são poucos os itens que fazem parte, tem uma tela central tátil de 7 polegadas onde ficam os
recursos de áudio, navegação e conectividade através do Bluetooth, USB e
entrada AUX. A conectividade avançada permite que se façam ações como o MirrorScreen
(MirrorLink + CarPlay), que é a duplicação da tela do Smartphone na tela, reconhecimento
de voz, câmera de ré, SmartApp Link MyCitroën, navegador GPS e um conforto em
bancos e posição do motorista muito diferente de seus concorrentes.
Os bancos esportivos “abraçam” os dois ocupantes da dianteira
e a posição mais alta dos traseiros, permitem que os passageiros do segundo
setor não percam quase nada do trajeto. O ar condicionado digital e seu
compressor potente fazem com que a temperatura desejada na cabine seja atingida
rapidamente, ficando apenas ocupado com a manutenção da mesma. Com comandos no
volante e direção com assistência elétrica, completam o quadro de um carro leve
na condução e rápido na reação, não cansa e não estressa quem está dirigindo,
muito menos quem vai de carona.
Na estrada a conversa é outra, um
pouco diferente do que encontrei na cidade. O conjunto é confiável e rápido,
atinge a velocidade da rodovia com certa facilidade, é estável e seguro nas
curvas, retoma a velocidade sem muita dificuldade, mas, e sempre
existe um mas, ele fica um pouco indócil se, no caso a 120 km/h , uma das janelas
estiver aberta ou mesmo semi aberta. Claro que isso se deve à engenharia na construção,
o carro foi projetado para ser conduzido lacrado, devido a sua altura e a
profundidade de ataque, abrir uma janela em velocidade de rodovia pode ocasionar
certo desconforto para quem dirige, nada que prejudique o desempenho ou coloque
a condução em risco, apenas é diferente. A sugestão é que se for necessária a
abertura de alguma janela, que seja feita em velocidade menor, até 80 km/h nada de anormal é
notado.
O consumo em rodovia é muito bom,
afinal de contas o carro anda apenas em 5ª marcha, que dificilmente é
trocada devido a sua ótima elasticidade. Mesmo em momentos de ultrapassagem, eu
nem cheguei a reduzir, apenas apertei o acelerador um pouco mais e fui ser
feliz deixando o oponente para trás. A média atingida, segundo dados do
computador de bordo, foi de 11,9 km/l, andando na velocidade limite de 120 km/h , máxima exigida
na estrada.
O AIRCROSS, considerado pela marca um modelo “verde” por utilizar 27
kg de materiais que reduzem o impacto ambiental, tem preço
sugerido a partir de R$ 49.990, justo para o que oferece em relação a seus
concorrentes. São 6 configurações à escolha do comprador, 6 opções de cores, 3
anos de garantia, manutenção com Preços Fixos e diversos programas de interação
com o proprietário encontrados no site da montadora, mas deixa principalmente,
coisa típica de francês, aquele sabor de querer mais, usar mais e devolver
jamais. É dura a vida de jornalista...
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