A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea, apresentou na quinta-feira, 4, em São Paulo, o balanço da indústria automobilística em janeiro

Texto e fotos: ANFAVEA

O resultado do licenciamento no primeiro mês do ano, com 155,3 mil unidades, ficou 38,8% abaixo das 253,8 mil unidades do mesmo período de 2015 e 31,8% menor ao se defrontar com as 227,8 mil de dezembro.


Luiz Moan Yabiku Junior, presidente da Anfavea, ressalta que "no início de janeiro do ano passado, as alíquotas do IPI retornaram de forma integral. Os estoques no começo do ano continham ainda muitos veículos com a taxa antiga, o que impulsionou as vendas naquele período. E justamente por isso, já havia adiantado que o primeiro mês de 2016 apresentaria esta queda nos licenciamentos. Da mesma forma, é importante lembrar que o primeiro trimestre deste ano será igualmente desafiador devido ao contexto macroeconômico".


A produção ficou 29,3% menor - foram 145,1 mil unidades em janeiro deste ano e 205,3 mil em janeiro de 2015. Ao defrontar o resultado com dezembro do ano passado, quando foram produzidos 142,8 mil veículos, o acréscimo é de 1,6%.


As exportações encerraram o mês com alta de 37,1%, ao se comparar as 22,3 mil unidades de janeiro de 2016 com as 16,3 mil de igual período do ano passado, e de redução de 51,7% ante as 46,2 mil unidades que deixaram o Brasil no último mês do ano passado.


O número de dias dos carros em estoque está em um patamar perigoso, são 49 dias, o que corresponde a 254.300 carros nos pátios das concessionárias e montadoras, é ligeiramente menor que dezembro, mas não garante tranquilidade ao setor.


O emprego também sofre, apesar a estabilidade entre dezembro e janeiro, o acumulado do ano aponta uma retração de -10,2% e ainda assim existe um excesso de pessoal nas montadoras.

Caminhões e ônibus
O resultado das vendas de caminhões no primeiro mês de 2016, com 4,4 mil unidades, apresentou contração de 42,4% frente as 7,7 mil unidades de janeiro do ano passado e de 21,4% ao defrontar com as 5,6 mil de dezembro passado.


A produção de caminhões apresentou diminuição de 50,5% no primeiro mês do ano com 4,1 mil unidades em 2016 e 8,3 mil em 2015. No comparativo com dezembro do ano passado, quando a indústria fabricou 2,6 mil unidades, o resultado apontou um aumento de 59% na fabricação.
Foram exportados em janeiro 842 caminhões, o que mostra recuo de 28% frente a janeiro do ano passado, com 1,2 mil unidades, e de 1,2% ante dezembro de 2015, com mil unidades.
O segmento de ônibus registrou retração de 44,9% no licenciamento em janeiro: mil unidades em 2016 e 1,9 mil em 2015. Na análise contra dezembro, quando 1,3 mil ônibus foram vendidos, o declínio foi de 20,4%.
Nas fábricas de chassis para ônibus, 1,2 mil unidades deixaram as linhas de montagem em janeiro, o que representa baixa de 48,9% frente a janeiro do ano passado, com 2,3 mil unidades, porém de alta de 117,4% contra dezembro de 2015, com 541 unidades.
As exportações de ônibus cresceram 13%, com 322 unidades em janeiro deste ano e 285 no mesmo período de 2015. Se comparado com dezembro do ano passado, quando 799 ônibus deixaram o País, a queda é de 59,7%.

Máquinas agrícolas e rodoviárias


O resultado das vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias em janeiro, com 1,6 mil unidades, ficou 53,2% abaixo das 3,4 mil unidades do mesmo mês do ano passado e 29,4% menor ao comparar com as 2,2 mil de dezembro do ano passado.


A produção em janeiro de 2016 apresentou retração de 64,8% em relação ao mesmo mês do ano passado: 1,6 mil e 4,6 mil unidades, respectivamente. Quando se compara com dezembro de 2015, quando 906 produtos deixaram as linhas de montagem, o resultado aponta para um crescimento de 79,1%.
As exportações no setor encerraram o último mês com 328 unidades enviadas para outros mercados - 40,6% inferior do que as 552 de janeiro de 2015 e menor em 44,4% em relação as 590 de dezembro do ano passado.


As previsões para 2016 apontam para um resultado negativo, somente as exportações deve dar um fôlego ao setor, mesmo assim, acredita-se que serão produzidos e comercializados mais de 2 milhões de veículos.

Preço dos carros no Brasil
A Anfavea divulgou também um estudo da evolução do preço dos automóveis no Brasil, com todos os impostos e taxas que acabam impactando no preço final ao consumidor e uma cartilha sobre a fase PROCONVE MAR-1, que estabelece limites de emissões de motores de máquinas agrícolas e de construção rodoviária. Acompanhe: