- Entidade também apresenta desempenho consolidado do ano passado;
- Exportações registram alta de 24,8% na comparação de 2015 com 2014.
Texto e fotos: Anfavea / Eduardo Abbas
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea, entidade que representa os fabricantes de autoveículos e máquinas autopropulsadas, apresentou na quinta-feira, 7, em São Paulo, suas projeções para o desempenho de licenciamento, exportação e produção da indústria automobilística em 2016.
De acordo com os dados, há expectativa de que a produção registre estabilidade na comparação com o ano passado, com ligeiro aumento de 0,5%. Na visão de Luiz Moan Yabiku Junior, presidente da Anfavea, dois fatores principais contribuem para esta análise:
"Acreditamos que em 2016 haverá um aumento das exportações, ocasionado pelo esforço das empresas em expandir negócios externos em um momento cambial oportuno. Além disso, também em função do câmbio, projetamos redução da participação dos importados, que tendem a ser substituídos por produtos nacionais. Esses dois fatores, aliados a uma estabilidade do contexto macroeconômico, maior número de dias úteis e expectativa de lançamentos, nos levam a crer em aumento da produção este ano, mesmo com alguma retração do licenciamento".
A entidade prevê que os licenciamentos de autoveículos em 2016 devem cair 7,5% quando comparados com 2015. Para exportações, novo crescimento deverá ocorrer este ano: a projeção é de elevação de 8,1%. Para o segmento de máquinas autopropulsadas, os dados apontam aumento de 2% nas vendas internas, elevação de 2,3% da produção e alta de 7% na exportação.
Desempenho da indústria automobilística em 2015
A Anfavea divulgou também na quinta-feira, 7, o balanço do último mês de 2015 e o desempenho consolidado da indústria automobilística em 2015. Os dados mostram que em dezembro foram comercializados 227,8 mil autoveículos, número 16,7% maior que novembro e 38,4% menor que o mesmo mês do ano anterior.
Com o resultado, as 2,57 milhões de unidades negociadas em todo o ano de 2015 representam uma retração de 26,6% com relação as 3,50 milhões de 2014. Para Luiz Moan Yabiku Junior o abalo na confiança foi o principal fator de influência para o resultado:
"O cenário político de 2015 contribuiu para a redução da confiança dos consumidores e investidores. A consequência disso é o adiamento da compra, pois se criou uma expectativa por definições para dar maior previsibilidade e propiciar um melhor planejamento".
Esse resultado representa uma volta ao passado, os números de 2015 são praticamente os mesmos de 2007, ou seja, as vendas recuaram 8 anos em termos numéricos.
Já as exportações, impulsionadas pela valorização do dólar e também pelos acordos comerciais firmados em 2015 - Argentina, Colômbia, México e Uruguai - registraram alta: em 2015 saíram do Brasil 417 mil unidades, o que frente as 334,2 mil de 2014 resultaram em acréscimo de 24,8%. Só em dezembro foram 46,2 mil autoveículos exportados, 26,5% maior que as 36,5 mil de novembro e 97,2% acima das 23,4 mil do último mês de 2014.
A produção de autoveículos terminou 2015 com redução de 22,8% na comparação das 2,43 milhões de unidades do ano passado com as 3,15 milhões de 2014. Em dezembro foram fabricados 142,9 mil autoveículos, baixa de 18,4% sobre os 175,1 mil de novembro e retração de 30% frente as 204 mil de dezembro de 2014.
Os números negativos acabam impactando no emprego, que teve uma queda de 1% no último mês do ano, isso sem contar os 5.100 empregados em Lay-off e os 35.600 elegíveis ou dentro do PPE, nível comparável ao de 2010, mostrando que os empresários continuam engajados em uma forma de garantir os empregos, comparando-se com as vendas que recuaram 8 anos, o emprego recuou 5 anos.
Caminhões e ônibus
No segmento de caminhões, houve retração no licenciamento de 47,7%, com 71,7 mil unidades em 2015 e 137,1 mil em 2014. No último mês do ano passado, foram comercializadas 5,6 mil unidades, alta de 18,6% sobre as 4,7 mil de novembro e baixa de 59% ante as 13,7 mil de dezembro de 2014.
Nas exportações, a alta foi de 17,7% na comparação anual: foram 20,9 mil unidades em 2015 e 17,7 mil em 2014. Na análise mensal, as 1 mil unidades de dezembro representam diminuição de 59,6% frente as 2,5 mil de novembro, mas elevação de 20,2% em relação as 0,8 mil de dezembro de 2014.
A produção de caminhões também retraiu de um ano para o outro, com 74,1 mil unidades em 2015 e 140 mil em 2014, baixa de 47,1%.
O segmento de ônibus também registrou resultado menor, de 38,9%, ao se defrontar as 16,8 mil unidades licenciadas em 2015 com as 27,5 mil de 2014. A exportação de ônibus encerrou o ano com 7,3 mil unidades, 10,9% acima das 6,6 mil do ano anterior.
A produção de chassis caiu 34,7%: foram 21,5 mil unidades em 2015 e 32,9 mil em 2014. Na análise mensal, os 0,5 mil chassis produzidos em dezembro ficaram 48,2% abaixo dos 1 mil de novembro e 10,4% menores que os 0,6 mil de dezembro de 2014.
Máquinas autopropulsadas
O segmento de máquinas fechou o ano com vendas internas no atacado de 44,9 mil unidades, número 34,5% menor que 2014. O mês de dezembro repetiu exatamente a quantidade de máquinas comercializadas, 2,2 mil unidades, mas caiu 45,9% na comparação com dezembro de 2014.
A produção do segmento registrou queda de 32,8% ao se comparar as 55,3 mil máquinas fabricadas em 2015 com as 82,3 mil de 2014. Nas exportações a contração foi de 27,2%: 10 mil unidades no ano passado contra 13,7 mil do ano anterior.
Com todas essas variações entre produção e pequena melhora em vendas no último mês, os estoques, segundo dados preliminares, atingiu 36 dias, um número menos traumático que havia sido registrado em alguns meses do ano, às vezes passando de mais de 50 dias.
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