A maior categoria de carros e a
maior categoria de motos vivem duas realidades muito diferentes
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: f1.com, motogp.com
Claro que cansa a gente falar
sempre a mesma coisa, ser crítico de um determinado assunto, no caso as competições
mais importantes do planeta, não é com o intuito de desconstruir, mas com a
vontade de ver a coisa melhorar. Não sou amante das categorias, até porque
amante é uma coisa esporádica e sem compromisso, é a paixão pelo esporte, é
muito bom ver seres humanos dominando máquinas complexas.
Hoje eu não tenho mais vontade de
acordar cedo no domingo, muito menos ficar acordado na madrugada para assistir
uma corrida de Fórmula 1, faço apenas porque ainda acredito que alguma coisa
vai acontecer e mudar, acho que os dirigentes vão se tocar da merda que estão fazendo
e arrumar a casa antes de cair o telhado. A corrida no Japão foi, mais uma vez,
chata e enfadonha, o script é sempre o mesmo, os caras se ajeitam na largada e depois
ficam esperando um carro quebrar ou alguém errar muito para herdar a posição.
De diferente e que poderia
colocar um tempero melhor, foi o encontro da Williams com a Red Bull onde Massa
e Ricciardo tiveram os pneus furados, ambos tinham carros rápidos, talvez pudessem
recuperar posições e dar um pouco mais de emoção. Que nada, Daniel chegou em
15º e o Zacarias em 17º, ficaram na pista queimando combustível fóssil, gastando
compostos orgânicos, e claro, saíram dos carros reclamando da vida.
Lá na frente a coisa continua a
mesma, Hamilton sobra, Rosberg tenta e o Vettel se mostra mais empenhado, o
resto é realmente resto, nem mesmo o Bottas tem a mesma atitude do começo do
ano, acho que vai se arrepender de não ter mandado a Williams à merda e se
mudado pra Ferrari.
Passando a régua, Lewis tem uma enorme
vantagem para o companheiro, deve fechar o campeonato no México e fazer as duas
últimas etapas apenas para festejar, os outros vão continuar com o discurso de
que no ano que vêm a coisa vai melhorar.
Já na MotoGP a coisa é diferente
apenas e tão somente por causa do Valentino Rossi. No fim de semana ele travou
uma batalha épica com o Pedrosa pelo segundo lugar na corrida, que teve o chato
do Lorenzo vencendo com uma larga vantagem.
O detalhe é o seguinte: o Dani não
fez nada que preste durante os últimos três anos e justamente nesta etapa
resolveu atrapalhar o italiano, claro que ele correu pensando no compatriota e não
em ter um resultado melhor, até porque, se o Valentino chegasse no Lorenzo e
ambos brigassem, poderia até sobrar para ele, que tinha uma moto muito rápida,
um resultado até melhor, mas claro, como é de praxe, come como uma mosca e caga
como um elefante.
Mais uma vez Marquez caiu e ficou
fora, praticamente deu adeus ao campeonato e precisa se achar de novo na vida e
na pista. Ele nunca errou tanto como neste ano e tem que voltar a ser o que era
para não começar a ser tratado como um acaso.
O campeonato deve ser decidido na
última etapa em Valência, entre Rossi e Lorenzo, e a Dorna, dona dos direitos
da MotoGP já se tocou que, se não fizer alguma coisa rapidamente o campeonato
deve ficar polarizado e chato. Por isso o Carmelo Ezpeleta já começou a se
mexer, teremos novidades em termos de pneus, motores e chassi, tudo para
melhorar a competição e privilegiar os talentos, que estão aí e que certamente
virão.
Essa é a grande diferença entre a
Fórmula 1 e a MotoGP, enquanto uma vive o ocaso de uma época áurea de heróis inesquecíveis,
a outra continua fazendo seus heróis e se moderniza para garantir um futuro
sempre em ação, talvez o gênio Bernie deva ter umas aulas com o aplicado Ezpeleta,
aprender não ocupa espaço.
Semana que vem a coluna tira uma
folga, não tem nada que vale a pena ser comentado, portanto meus amigos,
aproveitem para passear e a gente se encontra depois do feriado.
Beijos & queijos
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