A segunda parte da trilogia
editorial, que agora ganha as telas, tem um lado mais opressor de seus
personagens
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: FOX
A vida Ă© realmente um corre-corre
sem parar, vivemos nesta maratona diĂ¡ria para poder realizar nossos sonhos,
sejam pessoais ou mesmo de consumo. Correr faz parte da vida do homem desde os
primĂ³rdios, da aurora da vida, quando corrĂamos para caçar ou mesmo evitar ser
presas fĂ¡ceis para os que estavam acima na cadeia alimentar.
Parece que a nossa natureza nos
faz viver em cĂrculos, tudo que passamos um dia pode voltar, Ă s vezes de uma
forma diferente, mais dura até que os percalços dos homens das cavernas. Soma-se
a isso o inevitĂ¡vel fim da nossa atual civilizaĂ§Ă£o, a herança que vamos deixar
para as prĂ³ximas gerações nĂ£o sĂ£o lĂ¡ muito agradĂ¡veis. Com um pĂ© na realidade,
outro na ficĂ§Ă£o, os livros do escritor James Dashner fazem muito sucesso entre
adolescentes e adultos, jĂ¡ começaram ganhar as telas desde o ano passado (leia
minha crĂtica aqui: Pernas,
pra que te quero!) e agora chega Ă seqĂ¼Ăªncia da trilogia.
JĂ¡ estĂ¡ nos cinemas brasileiros e
americanos Maze Runner: Prova de Fogo (Temple Hill Entertainment,
20th
Century Fox) um fenĂ´meno literĂ¡rio que promete ser tambĂ©m cinematogrĂ¡fico
e de bilheteria, o filme teve orçamento de R$ 61.000.000 e jĂ¡ faturou R$
62.500.000 no primeiro fim de semana, Ă© mole ou quer mais? Isso se deve,
principalmente, a uma continuidade de trabalho feita pelo diretor Wes
Ball, que estreou na telona no primeiro filme da série e vai fechar a
trilogia.
Nesta seqĂ¼Ăªncia, Thomas
(Dylan
O’Brien, que chegou a se machucar durantes as filmagens devido à carga
de ações) e seus companheiros Clareanos vĂ£o encarar seus maiores
desafios até agora: procurar por pistas sobre a misteriosa e poderosa
organizaĂ§Ă£o conhecida como C.R.U.E.L. Sua jornada os leva atĂ© O
Deserto, um cenĂ¡rio desolado repleto de obstĂ¡culos inimaginĂ¡veis.
Unindo-se com lutadores da resistĂªncia, os Clareanos desafiam as forças
superiores da C.R.U.E.L. e descobrem seus terrĂveis planos para todos eles.
A molecada Ă© a mesma do filme
anterior, mas o destaque Ă© claro para a inglesa Kaya Scodelario, dona de
uma beleza exĂ³tica e formas generosamente arredondadas, muito provavelmente
herdadas da sua mĂ£e, Katia Scodelario, que Ă© brasileira. Ela
vive a personagem Teresa, uma heroĂna e par, supostamente romĂ¢ntico, com Thomas.
O filme levou 58 dias para ser
rodado, sempre nas mesmas locações em Albuquerque, Novo México ,
e tĂªm cenas grandiosas, ações impecavelmente bem realizadas e a mistura do
natural com o digital Ă© quase imperceptĂvel. Claro que isso tem muito da formaĂ§Ă£o
de Ball,
que Ă© artista grĂ¡fico e efeitos visuais, ele consegue transmitir toda a loucura
pensada por um profissional dessa Ă¡rea para a tela do cinema.
O que fica um pouco a desejar Ă© a
relaĂ§Ă£o interpessoal mais forte entre os fugitivos, os mistĂ©rios que cada um
leva meio que sĂ£o tratados no mesmo plano, as atuações de um elenco jovem sĂ£o mais
exigidas fisicamente do que psicologicamente. JĂ¡ no primeiro longa, nota-se que
alguma coisa a mais pode ser tirada dos personagens e seus respectivos
representantes, mas a falta de estrada do diretor deixa esse lado menos
evidente em cada um.
O filme tem uma trinca de pessoas
por trĂ¡s das cĂ¢meras que, no contexto final, fizeram toda a diferença. Rodado no
deserto, que lhe garantiu um tom mais ocre na captaĂ§Ă£o, o trabalho pelas
competentes mĂ£os do diretor de fotografia Gyula Pados (Arremesso de Ouro,
Predadores,
A
Duquesa) e muitĂssimo bem finalizado por Dan Zimmerman (A
Profecia, Duro de Matar: Um Bom Dia Para Morrer,
Maze
Runner: Correr ou Morrer) foram muito facilitados pela brilhante direĂ§Ă£o
de arte de Daniel T. Dorrance (Os MercenĂ¡rios 3, Duro
de Matar – Um Bom Dia Para Morrer, ObsessĂ£o, Dias
de TrovĂ£o, O Resgate do Soldado Ryan, CoraĂ§Ă£o
Valente, DrĂ¡cula de Bram Stoker), um
verdadeiro PelĂ© nessa coisa de construir o imaginĂ¡rio em coisa real.
Em quase duas horas de projeĂ§Ă£o,
essa continuaĂ§Ă£o dos meninos perdidos no labirinto vai fazer vocĂª se segurar na
cadeira, se afligir em alguns momentos e ansiar pelo prĂ³ximo episodio, afinal Maze
Runner: Prova de Fogo chegou para marcar uma Ă©poca de sucesso dos
livros no cinema. Ainda bem que o mundo nĂ£o parou de ler.
A gente se encontra na semana que vĂªm!
Beijos & queijos
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