O reboot do filme baseado em um
game de sucesso coloca em xeque a capacidade do homem em criar seres hĂbridos
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: FOX
Desde os tempos de Frankenstein, a
louca cabeça dos homens procura um ser ideal, controlĂ¡vel e que nĂ£o tenha
sentimentos nem emoções, a sua criaĂ§Ă£o Ă© apenas e tĂ£o somente voltada a
realizar uma tarefa prĂ©-determinada em favor de outro ou mesmo uma organizaĂ§Ă£o.
Com a evoluĂ§Ă£o da engenharia genĂ©tica,
este ser pode estar mais perto de nĂ³s do que imaginamos, pois ninguĂ©m conhece ninguĂ©m
neste novo mundo globalizado, de onde vem, para onde vai e o que realmente faz
da vida. O mistério dos seres humanos atuais ajuda a esconder a verdade de cada
um, afinal de contas, quem Ă© vocĂª?
Claro que isso Ă© tudo uma grande
teoria que apimenta muito a curiosidade e a crença de que estamos diante de
seres diferentes, ou nĂ£o? Seria Leonel Messi um robĂ´? Michael Schumacher, o gĂªnio
das pistas, que depois de seu acidente desapareceu? E o Elvis Presley? Morreu? SerĂ¡
que estes seres humanos tĂ£o geniais e diferentes nĂ£o seriam hĂbridos cumprindo
sua missĂ£o?
Especulações à parte e com cara
de vĂdeo-game (afinal foi baseado em um deles) estreou nos cinemas brasileiros Hitman:
Agent 47 (TSG Entertainment, 20th
Century Fox), um reboot do filme de 2007, que nĂ£o agradou muito aos fĂ£s
do gĂªnero nem do game, mas que agora se apresenta como um filme de aĂ§Ă£o dirigido
por um polonĂªs que foi educado na Alemanha e teve sua carreira marcada pela realizaĂ§Ă£o
de comerciais para televisĂ£o e vĂdeo clipes.
NĂ£o Ă© uma mistura das mais desejĂ¡veis
para se fazer um filme deste porte, mas em nada compromete o produto final. As locações,
meio obvias nos dias de hoje (Berlim
por ser a casa do diretor e Singapura
por se concentrar uma grande quantidade de dinheiro e ser uma cidade moderna) dĂ£o
um ar mais familiar ao enredo que, é meio confuso no inicio, porém acaba
deslanchando bem da metade do filme para frente.
O longa tem uma particularidade triste,
Paul
Walker seria o personagem central, mas devido ao seu acidente e morte,
a opĂ§Ă£o foi escalar o ator inglĂªs Rupert Friend (que Ă© lembrado por O
Libertino, Orgulho e Preconceito e o
emocionante O Menino do Pijama Listrado) para viver o papel do assassino
de elite, geneticamente programado para ser uma mĂ¡quina mortĂfera perfeita, e Ă©
conhecido apenas pelos dois Ăºltimos dĂgitos do cĂ³digo de barras tatuado em seu
pescoço.
Ele é o resultado de décadas de
pesquisa – e 46 clones anteriores – dando a ele força, velocidade e
inteligĂªncia nunca vista antes. Seu Ăºltimo alvo Ă© uma mega corporaĂ§Ă£o que
planeja revelar o segredo do passado do Agente 47, criando um exército de
assassinos cujo poder ultrapassa o seu prĂ³prio.
No elenco também tem o excelente Zachary
Quinto (o Dr. Spock da nova versĂ£o de Jornada nas estrelas)
que Ă© o vilĂ£o com cara de bonzinho, e a sensualĂssima Hannah Ware, uma atriz
inglesa que vive a personagem-mistério Katia van Dees, todo
mundo com o preparo fĂsico em dia para a correria que o longa tem desde o
começo.
A fotografia, os planos com vĂ¡rias
opções e a ediĂ§Ă£o sĂ£o tĂpicos das origens do diretor Aleksander Bach, que na
verdade procura mais ressaltar o produto do que a tela como um todo. Existe um
excesso de detalhes em ocasiões em que um plano médio resolveria a parada.
Tem muita luz, Ă© um filme que
brilha na tela, nĂ£o chega a incomodar, mas deixa a impressĂ£o que o dia nunca
acaba. O que chega a doer Ă© a destruiĂ§Ă£o em massa dos RS 7 da Audi,
uma escolha perfeita da produĂ§Ă£o para as cenas de perseguiĂ§Ă£o, afinal esses
carros tem tecnolĂ³gica necessĂ¡ria e sĂ£o mesmo capazes de executar as
complicadas manobras sem serem, digamos, mexidos.
Hitman: Agent 47
teve um orçamento salgado, US$ 35.000.000 e até agora faturou pouco mais de US$
8.000.000 nos Estados Unidos em seu primeiro fim de semana de exibiĂ§Ă£o e dĂ¡
pinta que vai ter continuaĂ§Ă£o. NĂ£o Ă© um clĂ¡ssico, mas tambĂ©m nĂ£o Ă© um filme descartĂ¡vel,
Ă© uma diversĂ£o bem realizada e que vai agradar principalmente o pĂºblico mais
jovem e os mais velhos que procuram diversĂ£o, afinal, um passeio no shopping e
um cineminha depois Ă© tudo de bom!
A gente se encontra na semana que vĂªm!
Beijos & queijos
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