A nova animação da Disney
surpreende por seus personagens e seu profundo entendimento da psique
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Disney Pixar
Esqueça tudo que você já viu
sobre desenhos animados com temas adultos, a Disney Pixar atingiu,
pelo menos por enquanto, o ponto mais alto em uma produção voltada a pais e
filhos. Desde que vi o sensacional UP! Altas Aventuras, não que
duvidasse do gênio criativo do ser humano, mas achava que demoraria um pouco
mais encontrar uma fórmula tão profunda para ser retratada em uma animação.
Ledo engano, os produtores e
roteiristas se superam a cada dia, mergulham de cabeça em temas complexos e os
transformam na mais perfeita tradução, seja qual for a idade, tudo é facilmente
entendido. Isso se chama talento, coisa que pouca gente tem e que surpreende a todos.
Todos nós sabemos que crescer é
uma jornada turbulenta, e com Riley não é diferente. Ela é
retirada de sua vida no meio-oeste americano quando seu pai arruma um novo
emprego em São
Francisco. Como nós, Riley é guiada pelas
emoções – Alegria, Medo, Raiva, Nojinho
e Tristeza,
na verdade, é uma grande sacada, elas representam os 5 elementos da natureza
no pentagrama da acupuntura: Terra, Água, Fogo, Metal e Madeira.
As emoções vivem no centro de
controle dentro da mente de Riley, onde a ajudam com conselhos
em sua vida cotidiana. Conforme Riley e suas emoções se esforçam
para se adaptar à nova vida em São Francisco, começa uma agitação
no centro de controle. Embora Alegria, a principal e mais
importante emoção de Riley, tente se manter positiva, as
emoções entram em conflito sobre qual a melhor maneira de viver em uma nova
cidade, casa e escola.
Claro que essas são apenas noções
do que acontece durante os pouco mais de 90 minutos de exibição e se deve muito
do sucesso que este filme vai alcançar graças ao seu diretor Pete
Docter (UP! Altas Aventuras, Monstros S.A., Wall-E)
e ao produtor Jonas Rivera (UP! Altas Aventuras, Carros).
Docter,
que também assina o roteiro, tirou a idéia desta aventura observando sua filha Elie
enquanto ela crescia e se transformava.
Daí para o salto de genialidade
foi um passo, a sensibilidade de um pai em entender profundamente como a cabeça
da criança funciona, é uma aula a outros pais mundo afora.
A animação tem cores lindas, são
fortes porém primárias, elas evoluem para uma aquarela multicolorida de acordo
com o crescimento a menina. Uma das cenas mais impressionantes é quando os
paradigmas são quebrados, a ausência de cor representa fortemente o fim de um
ciclo que foi superado.
As visões subjetivas da sala de
controle têm conotações fortes, ações e reações são impressas nos rostos dos
personagens com uma enorme competência e sensibilidade, é realmente o que
vemos, nos outros, sempre com nossas respostas e atitudes.
O filme que custou US$
175.000.000 já faturou em seu primeiro fim de semana mais de US$ 132.000.000 no mundo, e
parte alegre e faceiro para ser um dos maiores acertos da Disney em 2015.
Não subestime a qualidade nem a
capacidade destes realizadores, eles sabem exatamente quando fazer rir, chorar,
se emocionar e se amedrontar, não têm meio termo, é desenho pra criança e gente
grande.
Divertida Mente é
até agora a melhor animação do ano, claro que imperdível para qualquer idade,
obrigatório ser assistido com a família toda e resume em seu tempo de exibição
vários anos de faculdade e convivência entre os seres humanos. Perder será o
maior pecado, afinal de contas, alguém sabe o que se passa na cabeça dos
outros? Este filme pode te dar uma excelente idéia.
Mas chegue cedo ao cinema, antes
tem um maravilhoso curta chamado Lava, é uma história de amor
na vida de um vulcão solteirão. Já dá pra começar a se emocionar por aí.
A gente se encontra na semana que vêm!
Beijos & queijos
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