Com mais um tombo durante a prova, outra vez o bicampeão sai pela porta dos fundos

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: motogp.com, indycar.com, fiawec.com

Dizem que o sucesso sempre sobe à cabeça dos mais despreparados, a causa de fracassos retumbantes após conquistas incontestáveis quase sempre tem um elemento em comum: a soberba. Mas será que é isso que está acontecendo com Marc Marquez? Não acredito, o menino que chegou ao topo da MotoGP em dois anos seguidos sofre de outro mal, sua infância foi encima de uma moto e não brincando com os amigos.


Tudo na vida é amadurecimento, como a massa de um pão, tem um tempo de espera e de agitação, não dá pra pular etapas apenas e tão somente para se pensar em dinheiro. Marquez teve sempre o melhor equipamento e a melhor equipe, pulverizou seus adversários e nunca foi realmente colocado à prova em uma situação de revés, mas isso mudou este ano, o menino virou mais um no grid da maior categoria de motos do mundo. O resultado é estar praticamente fora da luta pelo título, não tem o melhor equipamento e está se deixando levar pela inconseqüência, o resultado é, mais uma vez, errar, cair, sair e chorar.


Parece que a sina dos espanhóis em 2015 é ficarem pelo caminho, eles já não são tão superiores aos adversários e, por mais que façam, sempre ficam devendo. Foi a impressão que se teve na vitória do Jorge Lorenzo, incontestável, mas até a torcida catalã vibrava com as peripécias de Valentino Rossi. O resultado, após uma corrida perfeita, foi ainda ficar atrás do italiano na classificação do campeonato, o diferente é que a Yamaha colocou a Honda no bolso, e seus pilotos vão brigar pelo título do ano. As ameaças são as sempre fortes Ducati e agora a chegada impressionante da Suzuki.


O que na verdade não impressiona mais são as etapas da Fórmula Indy, infelizmente, pois sempre foi uma categoria mais competitiva que a Fórmula 1. Numa corrida pra lá de chocha, mais uma vez o Newgarden plantou a semente na corrida pelo campeonato na etapa de Toronto, mas nada lembra os bons tempos da categoria. Montoya ainda lidera, deve levar a disputa até o fim da temporada que acaba em agosto, mas o brilho de outros anos ficou mesmo onde estão seus adversários, bem atrás.


E quem deixou todos os favoritos e falastrões para trás foi a incrível equipe Porsche nas 24 horas de Le Mans. Foi um banho de tática, técnica e tecnologia, ganharam com sobras, fizeram dobradinha e deixaram a subsidiaria Audi falando sozinha. Aliás, o que tem para ser destacado nesta edição é a transmissão feita pelo canal FOX SPORT, mais precisamente o Rodrigo Mattar, que deu um banho de informação e de conhecimento da categoria. Para mim não é novidade, quando trabalhamos juntos ele já se destacava como um dos mais bem informados do setor. É um ótimo cala boca para quem desdenhou dele como profissional e dos “coleguinhas” que foram passear em Paris e nada acrescentaram a um evento que tem muito mais a oferecer que comidinhas nas salas VIP das equipes.


Eu volto na semana que vêm pra falar de Fórmula 1 que, aliás, continua um saco com seus meninos mal educados e alguns de seus comentaristas mal informados.

Beijos & queijos

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