O brasileiro Felipe Nasr corre o
risco de ficar fora da etapa de abertura do campeonato e complicar sua vida na
Fórmula 1
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: F1.com
Quem disse que um raio não cai
duas vezes no mesmo lugar? Erra quem afirma que, eventos semelhantes jamais
acontecem. Déjà vu é uma constante na maior categoria do automobilismo mundial
no dias de hoje, seja no bom e no mau sentido.
No bom, podemos dizer que a
Mercedes vem mais forte que em 2014, o carro está mais confiável e deve dar
menos problemas, a equipe está mais unida, o primeiro piloto já tem o título, o
segundo vai batalhar e ambos devem fazer um campeonato à parte, pode ser o
replay de 2014, com menos brigas internas.
Outro bom acontece na Ferrari.
Parece que o time italiano precisa ter sempre um alemão nos seus carros para se
encontrar na vida. Isso se explica mais ou menos, os confusos romanos têm a
necessidade de um germânico no comando para colocar ordem na macarronada, é
mais ou menos como ser o dono da cantina, mas precisa ter um gerente alemão
para cobrar a conta.
Com as outras equipes, o déjá vu
não fede nem cheira, estão todos no mesmo nível, ou seja, muito abaixo da
Mercedes, são os eternos brigões pela terceira colocação no pódio. Lotus, Red
Bull, Toro Roso e Williams vivem da sobra, até porque, somente Ricciardo e
Bottas, que são melhores que seus companheiros de equipe devem, como no ano
passado, brigar mais que os outros.
Na seção “fundo do poço” temos a McLaren,
Force Índia e a Manor. O pé congelado de Alonso não dá mesmo trégua, errou de
novo em trocar de equipe, até porque a chegada do motor Honda ainda precisa de
muitos ajustes no time inglês. Ele bateu forte no treino, está fora da primeira
etapa e duvido que eles consigam algo significativo antes da metade do
campeonato. A Force Índia acabou se tornando uma equipe que deve fechar várias
vezes o pelotão, junto com a Manor, que estréia com a sucata da Marussia.
A grande decepção, não só para os
brasileiros como também para o circo, de maneira geral, é a confusão que se
estabeleceu entre a equipe Sauber e Gierdo Van Der Gard. O piloto entrou na
justiça reivindicando seu lugar no cockpit e, segundo informações até a manhã
desta quinta-feira, vai correr pela equipe na Austrália, pois as duas apelações
da Sauber foram negadas.
Quem fica fora? Ericsson? Nasr? Pelo
que apurei, está mais para o brasileiro esquentar o banco de reservas, infelizmente, por
conseqüência o patrocinador master do Felipe, o Banco do Brasil, já ameaçou
tirar o patrocínio da equipe caso isso aconteça. Mas por que ele e não o sueco?
Por causa do nosso imenso complexo de vira-lata! Não posso dizer que a
negociação com a equipe foi errada até pelo fato de conhecer bem a família Nars
e sua indiscutível capacidade dentro e fora das pistas, mas também conheço o
país que vivo e as instituições que patrocinam eventos caros como esse. Não
acredito que, se o patrocinador tivesse já deixado as coisas certas com a
equipe, esse assunto nem seria discutido. Vamos esperar pra ver o que acontece
e, aproveitar esse fim de semana para madrugar vendo um dos maiores espetáculos
da terra.
Eu volto na semana que vêm para
contar o que aconteceu nessa primeira e já confusa etapa do campeonato.
Beijos & queijos
0 Comentários