Conquista faz parte do trabalho realizado há 25 anos pelo Projeto Arara Azul em parceria com a Fundação Toyota do Brasil

Texto e fotos: Fundação Toyota

Após 25 anos de trabalho pela preservação ambiental, o Projeto Arara Azul e a Fundação Toyota do Brasil conquistaram um de seus principais objetivos em 2014: a espécie saiu da lista de animais ameaçados de extinção, de acordo com documento realizado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e apresentado pelo Ministério do Meio Ambiente.



Segundo o ICMBio os principais fatores que levaram essa mudança foram o  redescobrimento de indivíduos extintos em algumas áreas, o aumento populacional e o aumento da proteção do habitat onde a espécie se encontra. No fim da década de 1980, a arara-azul estava ameaçada de extinção, e chegou a somar apenas 1.500 indivíduos. Hoje, estima-se mais de 5.000 aves no Pantanal, na área que inclui os estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Bolívia.
“Estamos muito felizes em fazer parte desta conquista, mas sabemos que os estudos não podem parar. Para realmente mantermos a conservação é preciso continuar estudando as relações biológicas, as interações ecológicas e a dinâmica do meio em que vivemos” lembra Neiva Guedes, bióloga responsável, idealizadora do Projeto Arara Azul e professora doutora do Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da Universidade Anhanguera-Uniderp.


A iniciativa monitora aproximadamente 3.000 aves, que vivem em 599 ninhos, cadastrados por 57 fazendas, situadas em Miranda, Aquidauana e Bonito (MS) e na região de Barão de Melgaço (MT). Boa parte dos ninhos está localizada em regiões de difícil acesso, por isso a importância das picapes Hilux com tração 4X4, cedidas pela Fundação Toyota do Brasil. Os veículos permitem às equipes de biólogos transportarem suprimentos e todos os equipamentos necessários à realização dos trabalhos de campo.
“Essa conquista reafirma a parceira e o comprometimento da Fundação Toyota do Brasil com entidades sérias e respeitadas como o Instituto Arara Azul. Estamos extremamente felizes em fazer parte dessa transformação, realizando práticas verdadeiramente sustentáveis”, afirma Ricardo Bastos, presidente da Fundação Toyota do Brasil.

As ameaças
De acordo com Neiva, uma das principais causas para que a arara-azul entrasse em risco de extinção nos anos 80 foi o desmatamento do habitat natural onde vivem, de modo que a atividade agropecuária retira da natureza árvores para a formação dos ninhos e também as que oferecem alimentos. Já o tráfico ilegal da espécie retirou cerca de 10 mil aves do Brasil por meio da venda no comércio nacional e internacional.
Fatores naturais da espécie também contribuem para a extinção. A arara-azul tem baixa taxa reprodutiva. Nasce um filhote a cada dois anos. Além disso, a predação dos filhotes, má formação do embrião, mudanças bruscas de temperatura são outras causas pelo crescimento mais lento da população. Acrescido a essas características, a arara-azul é dependente de três espécies vegetais no Pantanal: duas palmeiras para alimentação e uma espécie arbórea, o Manduvi, para reprodução.

Adote um Ninho
Visando reforçar a importância da conservação da biodiversidade pantaneira, o Instituto Arara Azul iniciou uma nova fase no trabalho de proteção da espécie. A entidade lançou a campanha “Adote um Ninho”, que consiste no apadrinhamento de ninhos, proporcionando a arrecadação de recursos e, consequentemente, o fortalecimento do projeto, que completa 25 anos de atividades, com o apoio da Toyota do Brasil e, mais recentemente, da Fundação Toyota do Brasil.
Ao fazer o processo de adoção, os padrinhos passam por um curso preparatório, no qual aprendem sobre o monitoramento dos ninhos naturais e artificiais e sobre o relatório periódico do comportamento e desenvolvimento dos filhotes/afilhados. Além disso, ao nascer um filhote de arara-azul no ninho do adotante, o padrinho poderá batizá-lo. Assim como todas as aves da espécie, o filhote será acompanhado até o momento de seu voo e receberá uma anilha com numeração exclusiva, bem como um microchip. Todas as informações serão encaminhadas ao padrinho, por meio de um relatório final, junto com o Certificado de Adoção.
Entre os padrinhos estão Ziraldo, Carlos Saldanha, Chitãozinho e Xororó, Luan Santana, Michel Teló, Gabriel Sater, Almir Sater e outros artistas e empresários brasileiros e norte-americanos.