O deserto árabe foi palco para
uma conquista inglesa mais marcante desde a época de Lawrence da Arábia
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: F1.com
Claro que você já ouviu falar de
Lawrence da Arábia, seja pelo filme maravilhoso, seja pela sua trajetória
dentro do mundo árabe quando esse soldado britânico foi um dos protagonistas da
Revolta Árabe, que garantiu ao povo do deserto a vitória contra os turcos. É
dele a frase “Todos os homens sonham,
mas não da mesma forma. Os que sonham de noite, nos recessos poeirentos das
suas mentes, acordam de manhã para verem que tudo, afinal, não passava de
vaidade. Mas os que sonham acordados, esses são homens perigosos, pois realizam
os seus sonhos de olhos abertos, tornando-os possíveis.” que hoje serve como uma luva para
dimensionar a grande conquista de Lewis Hamilton no ano.
Não foi uma corrida qualquer, um
título qualquer nem com dois oponentes quaisquer, foi a coroação do melhor time
com o melhor piloto do ano e o melhor adversário que alguém pode desejar. Mais
que uma aula de estratégia e pilotagem, Hamilton foi soberbo e soberano não
apenas na corrida de domingo, mas durante todo o campeonato. Quando esteve no
Brasil, eu pude comprovar que se tratava de uma nova pessoa, mais comedido,
menos agitado e muito centrado em vencer um campeonato fora das asas do seu
mentor, Ron Denis.
E tem a coisa da sorte de
campeão. Na largada já deixou Rosberg logo para trás, claro que ele não sabia
do problema do alemão, mas ficou claro que a idéia era vencer e conquistar.
Pilotou como ninguém, administrou como um Schumacher a corrida, mesmo na hora
de um aperto final do carro da Williams e venceu como sempre, carregou como o
ídolo Senna a bandeira no carro e recebeu os cumprimentos de Rosberg como um
Button, escreveu em letras garrafais seu nome na galeria dos bicampeões e já
parte para 2015 como favorito ao tri.
Sem querer tirar o mérito dos
outros pilotos, desde o começo do ano eu já o apontava como provável campeão. A
cabeça no lugar começou a gerar os resultados que levaram Lewis ao título, a
sua audácia na pista, o inconformismo em se submeter a uma ordem da equipe que
pudesse deixá-lo atrás do companheiro foi importante em momentos chave, é
aquela coisa de nascer para comandar não para receber ordens.
O ano se fecha com ótimas
possibilidades para a próxima temporada. Vettel na Ferrari terá extremos, ou
vai se dar muito bem ou muito mal. Ricciardo, agora o número 1 da Red Bull,
pode continuar a evoluir como evoluiu esse ano e brigar pelo título. Alonso
ainda sem definição, mas que pode ter a McLaren empurrada por um Honda,
promete. Rosberg vai estar mais forte e mais competitivo, as brigas com o
companheiro devem ser mais duras. Bottas, a revelação do ano, deve ser mais um
dessa turma a brigar por vitórias, o carro está bem, deve melhorar e ele tem
muito talento, já despertou até interesse da Ferrari para 2016. E, finalmente,
Felipe Nasr vai estrear numa equipe média, mas pode fazer um bom papel, tem uma
família pé no chão e têm uma cabeça boa para conduzir o carro alguns degraus
acima do que está hoje. O resto é o resto, alguns estão
começando e podem surpreender outros estão em fim de carreira e deveriam pegar
o boné, o que vale na verdade é o espírito que cada um deve levar ao novo ano.
Existe uma máxima que diz: não pense
só no dinheiro, pense primeiro na conquista. Ficar rico é fácil, ser respeitado
é muito mais difícil, agora ser rico e respeitado é impossível para alguns.
Isso te lembra alguma coisa?
A Fórmula 1 fecha suas cortinas,
a COLUNA DO BORRACHA vai ter mais uma edição esse ano para falar de WEC que
acontece esse fim de semana em Interlagos e lá estarei para cobrir e contar
tudo pra vocês na terça-feira, fechou?
A gente se encontra na semana que vêm!
Beijos & queijos
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