Na corrida pós-título, a equipe Honda se atrapalha e abre espaço para os pilotos da Yamaha fazerem a festa

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: MotoGP.com

O grande locutor Osmar Santos já dizia durante as suas transmissões na rádio nos anos 70 até os anos 90, quando sofreu um acidente e encerrou prematuramente a carreira, uma frase que serve como uma luva para o que aconteceu no fim de semana na Austrália: “bobeou garotinho, bobeou o cachimbo caiu!”.


Sabe aquela coisa de relaxar depois da conquista até certo ponto fácil? Pois é, foi isso que aconteceu com Marc Marquez e Dani Pedrosa. Os dois pilotos esqueceram que ainda faltavam três etapas para terminar o campeonato e praticamente só foram passear pela traiçoeira pista de Phillip Island. Marquez até levou mais a sério, fez a pole, largou bem e dominava com certa facilidade quando, não mais que de repente, tomou um tombo espetacular que o fez literalmente beijar o asfalto. Resultado? Fim de corrida.


Já o eterno vice Pedrosa, que vive um drama técnico, pois só vê seus companheiros de equipe conquistar campeonatos, fez uma largada de amador, nem parecia piloto da melhor equipe da MotoGP atual e despencou para o pelotão do desespero. Aí meu amigo, não tem “vem cá que eu resolvo”, o cara está sujeito a todo tipo de situação de risco. Não deu outra, em nono lugar levou um toque do Andrea Iannone na roda traseira e deu adeus a qualquer chance na prova.


Os dois conseguiram o que seria considerado impossível semanas atrás: nenhuma moto Honda chegou ao fim da corrida. Essa chamada “cagalhofança” aconteceu pela última vez no GP de Portugal em 2010, faz tempo que nada estava dando errado, mas também agora, foi tudo de uma vez só. Claro que os dois tomaram o maior esporro do Shuhei Nakamoto, que sempre faz cara de poucos amigos, por não admitir esse tipo de atrapalhação dentro de uma equipe tão poderosa.


Quem não tinha nada com isso e, a cada corrida mostra que o tempo só lhe fez bem, é o Valentino Rossi. O italiano está criando a cada etapa um fantasma na cabeça do companheiro, afinal Jorge Lorenzo é mais novo, mais rápido e tem dois títulos mundiais recentes nas costas, não deveria se abater, pois divide o box com uma lenda viva.


Rossi deu uma aula de pilotagem, ultrapassou o companheiro em uma manobra das mais ousadas e partiu forte para conquistar, no seu GP número 250 a 82ª vitória na MotoGP ficando Lorenzo em segundo. É uma conquista impressionante, assume a segunda colocação no campeonato com 255 pontos, 8 à frente de Lorenzo e 25 na frente de Pedrosa.


Faltam duas etapas para terminar o campeonato, esse fim de semana tem o fim da madrugada de velocidade (a largada é às 6 da manhã do domingo), vários pontos em jogo e um Valentino determinado, ao contrário de seus adversários, que se mostram derrotados. Eu volto na terça-feira para contar tudo que acontecer na penúltima etapa da MotoGP de 2014.


A gente se encontra na semana que vêm!

Beijos & queijos

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