NĂ£o Ă© de hoje que a equipe inglesa tem preferĂªncia por pilotos europeus
Texto: Eduardo Abbas
NĂ£o Ă© patriotada, nem se trata de
passar a mĂ£o na cabeça de pilotos brasileiros, mas existe na equipe inglesa uma
mĂ¡ vontade com todos os brasileiros que lĂ¡ sentaram. O Ăºnico que nĂ£o teve tempo
de ser tratado como coadjuvante e de qualquer jeito, foi Senna, isso porque fez
apenas trĂªs corridas pelo time em 94.
A lista dos tratados aos pontapés tem Piquet, Pizzonia,
Barrichello, Bruno Senna e agora o Massa.
NinguĂ©m me contou, eu vi a cara de “bunda” que
a Claire Williams fez no sĂ¡bado, quando o brasileiro superou o Bottas na
conquista da pole position. A cara da chefe contrastava com a alegria inglesa
da equipe, era a primeira vez que a Mercedes era batida no treino
classificatĂ³rio e, nĂ£o me venham com a conversa que eles sĂ£o assim mesmo, sua
expressĂ£o era de reprovaĂ§Ă£o, o sonho era que o finlandĂªs conquistasse a
primeira colocaĂ§Ă£o.
No dia seguinte, na corrida, a
coisa nĂ£o poderia ser diferente. Apesar da boa largada dos carros brancos, com
Rosberg pulando Ă frente do Bottas, mas com Valtteri retomando a segunda
colocaĂ§Ă£o logo na seqĂ¼Ăªncia, a corrida parecia ser controlada e talvez tivessem
as Mercedes certo trabalho para tomar a ponta. DaĂ veio a incompetĂªncia tĂ¡tica
da equipe de Grove, chamou os pilotos nas horas erradas para os pits e
colocou-os de volta Ă pista no meio do trĂ¢nsito.
Massa reclamou e colocou a culpa
na primeira parada por nĂ£o chegar ao pĂ³dio. AĂ tambĂ©m Ă© exagero, apesar de ter
ficado mais tempo parado, faltou ao brasileiro mais garra na hora de
ultrapassar pilotos mais lentos, faltou coragem para inverter uma situaĂ§Ă£o
adversa, enfim, a equipe com um pequeno movimento atrapalhou a concentraĂ§Ă£o
dele e deu no que deu: 4º e muito atrĂ¡s do terceiro, que era justamente o
companheiro de equipe e Ă mercĂª da capenga Ferrari do Alonso.
Isso sĂ³ facilitou a vida da
Mercedes, fizeram mais uma dobradinha e o Rosberg ampliou a vantagem sobre
Hamilton, venceu, convenceu e botou uma grande responsabilidade nas costas do
inglĂªs, que agora esta provando do mesmo veneno que ele, quando estava na
McLaren, colocou na paella do Alonso, lembra? É aquela coisa, piloto da casa
sempre vai ter o time jogando pra ele, quem vem de fora, que se vire.
No fim, aconteceu o pĂ³dio que
todos sonhavam: Rosberg na frente de Lewis e Bottas na frente de Massa. Ponto
final, o jogo da equipe deu certo e as pedras ficaram do jeito que seus
jogadores sonharam no dia anterior. Agora, aqui cabem algumas perguntas: vai
ser assim o ano todo? A Williams estava interessada no quĂª quando aceitou Massa
para correr na equipe? PatrocĂnios? Tentou agradar o presidente da FIA Jean
Todt, trocando um piloto empresariado pelo seu filho (Maldonado), por outro que
também pertence ao cast do Nicolas Todt (Massa)?
A Williams deve uma explicaĂ§Ă£o
decente, pois, desde que o brasileiro ignorou a ordem da equipe na MalĂ¡sia, o
caldo desandou. Quando foi duramente questionada pelo o repĂ³rter da emissora
inglesa "Sky Sports", Ted Kravitz, Claire foi a mais vaselina
possĂvel. NĂ£o sou de passar a mĂ£o na cabeça de ninguĂ©m, ou anda ou nĂ£o anda,
mas do jeito que estĂ¡ Ă© melhor pegar o bonĂ© e assistir o resto do campeonato de
casa, nĂ£o tem dinheiro que pague uma humilhaĂ§Ă£o desse tamanho.
Vou ficando por aqui, tem rodada
dupla da Indy esse fim de semana em Houston e MotoGP na Holanda, enquanto isso,
espero que alguma alma caridosa e investigativa tenha coragem de perguntar para a madame
Williams até quando vai durar essa palhaçada.
A gente se encontra na semana que
vĂªm!
Beijos &
queijos
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