Nessa época do ano é sempre assim, ou o filme é meloso demais ou é um baita terror!

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Imagem Filmes

Dia dos namorados é essa água, as distribuidoras e produtoras sempre usam esse artifício para trazer para dentro das salas de cinema, casais que vibram com filmes de suspense ou mesmo aqueles melados. Claro que, quem está no começo do namoro ou mesmo muito apaixonado, procura filmes que provoquem mais sustos que suspiros, um motivo a mais para se aproximar do par sem muito esforço. Acontece que essa tática invariavelmente dá certo, então, por que mudar?


Olhando por esse lado, ainda bem que a indústria cinematográfica ainda pensa assim, e não são raras as vezes que algumas obras, a principio despretensiosas, acabam surpreendendo em qualidade, com bons roteiros e revelando alguns novos atores. É o caso de A Face do Mal (QED International, Revolver Picture Company, Imagem Filmes) um terror à moda antiga, com poucas soluções computadorizadas, muitos takes de suspense que constroem a trama e um elenco relativamente desconhecido que estréia dia 12 de junho nos cinemas brasileiros.


Dirigido pelo competente estreante na grande tela, especialista em comerciais de televisão e documentários, Mac Carter, o filme conta a história de Evan (Harrison Gilbertson, um jovem ator australiano que pode ser visto também em Need for Speed) e sua família mudam-se para uma antiga casa sem saber dos terríveis acontecimentos do lugar.


Logo após a chegada, Evan começa a experimentar atividades paranormais e pede ajuda de sua vizinha Sam (Liana Liberato, atriz Norte Americana que fez algumas participações em series com House, Cold Case, CSI:Miami, mas que surpreendeu no perturbador Confiar) para descobrir o que está acontecendo. Como a proximidade dos adolescentes eles começam a se apaixonar, só que não sabem que a cada minuto que passa suas vidas correm um risco enorme.


É um filme de orçamento baixo se comparado aos padrões das grandes produções, por isso as soluções encontradas pelo diretor em cenas de suspense e horror, compensam tanto a falta de dinheiro quanto de recursos. Os cenários utilizados são na maioria locações, os sustos provocados em várias partes do filme, às vezes são simples mudanças de luz ou mesmo uma edição mais repicada, sempre arrematada pela música bem colocada do maestro alemão Reinhold Heil, que entra em compasso com a cinematografia feita em steadicam pelo fotógrafo Adam Marsden.


O roteiro de Andrew Barrer é bom, coeso e tem todos os elementos necessários para transformar A Face do Mal em um filme daqueles que entram para a história do casal de namorados, que esteve dia 12 de junho nos cinemas comemorando o dia, com o filme ideal para se aproximarem mais. Portanto meu amigo ou amiga, além do final inesperado depois dos 86 minutos de exibição, saiba que, se optou por estar em uma sala escura, com pessoas em silêncio e assistindo esse ótimo representante da sétima arte, fez a coisa certa, até porque o barulho das ruas deve durar muito para acabar. Como diria o filósofo Juca Chaves: “Mas que futebol que nada...


A gente se encontra na semana que vem!

Beijos & queijos

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