Setor
automotivo encerra 2013 com estabilidade
Considerando
o desempenho da economia, com PIB em torno de 2,5%, o balanço geral do setor da
distribuiĂ§Ă£o automotiva foi razoĂ¡vel, na avaliaĂ§Ă£o da Fenabrave. No acumulado de
2013, o resultado global foi de queda de 2,29% e 0,15% negativo se nĂ£o for
considerado o balanço de motocicletas
Texto: Fenabrave
A
Fenabrave – FederaĂ§Ă£o Nacional da DistribuiĂ§Ă£o de VeĂculos Automotores, entidade
que representa mais de 7,6 mil concessionĂ¡rios de veĂculos de todo o Brasil,
divulgou hoje (03), durante coletiva de imprensa, os emplacamentos de dezembro e
o desempenho do setor automotivo em 2013.
De acordo com a
entidade, o ano de 2013 encerrou dentro das expectativas, considerando o
desempenho apresentado pela economia brasileira. As vendas de todos os segmentos
somados (automĂ³veis, comerciais leves, caminhões, Ă´nibus, motocicletas,
implementos rodoviĂ¡rios e outros, como carretinhas para transporte) apresentaram
queda de 2,29% em 2013 no comparativo com 2012. Ao
todo, foram emplacadas 5.458.671 unidades em 2013, ante as 5.586.525 registradas
no ano anterior.
Na
opiniĂ£o do presidente executivo da Fenabrave, Alarico AssumpĂ§Ă£o Jr., o ainda
alto nĂvel de endividamento da populaĂ§Ă£o, que ficou em 65% no ano, acabou por
provocar certa limitaĂ§Ă£o de crĂ©dito para a venda de automĂ³veis. “A manutenĂ§Ă£o do
IPI para automĂ³veis e comerciais leves impediu uma queda maior para esses
segmentos, que somaram resultado 1,61% negativo no acumulado de 2013 sobre o ano
anterior. Mesmo com essa ligeira queda, acreditamos que os resultados tenham
sido bastante razoĂ¡veis, pois estamos comparando com uma base alta de volume,
registrada nos anos anteriores”, reforça Alarico AssumpĂ§Ă£o JĂºnior.
Para
caminhões, Ă´nibus, implementos, tratores e mĂ¡quinas agrĂcolas, o desempenho do
ano foi bastante positivo, em funĂ§Ă£o da atividade agrĂcola e do PSI, programa
oferecido pelo BNDES com taxas deflacionadas.
Segundo
levantamento da Fenabrave, em 2013 houve queda da inadimplĂªncia, que chegou a
6,8% para pendĂªncias acima de 90 dias.
O ano
tambĂ©m foi o melhor da histĂ³ria para os segmentos de comerciais leves e Ă´nibus.
Para caminhões, foi o terceiro melhor ano da histĂ³ria do segmento, atrĂ¡s apenas
dos resultados obtidos em 2010 e 2011, respectivamente.
O mĂªs
de dezembro, com um dia Ăºtil a menos que novembro (19 e 20 dias,
respectivamente), registrou crescimento de 16,03% em todo o setor, e houve
crescimento, também, em cada segmento.
Ao
todo, foram emplacadas 510.808 unidades no Ăºltimo mĂªs de 2013, ante 440.244
registradas em novembro.
Em
funĂ§Ă£o da expectativa de aumento da alĂquota do IPI em janeiro 2014, as vendas
dos segmentos de automĂ³veis e comerciais leves cresceram acima da mĂ©dia em
dezembro passado, chegando a um desempenho 16,57% maior que o registrado em
novembro. Foram emplacadas 335.948 unidades em dezembro ante 288.203 no mĂªs
anterior. “JĂ¡ esperĂ¡vamos um aquecimento nas vendas em dezembro, por conta do
fim do IPI, no dia 31. EstĂ¡vamos com vendas diĂ¡rias de cerca de 14.000 unidades
em novembro e, em dezembro, chegamos a atingir 20.000 unidades/dia em alguns
perĂodos”, argumentou AssumpĂ§Ă£o Jr.
Projeções
para 2014
Considerado
um ano atĂpico pela Fenabrave, 2014 traz possibilidades distintas de desempenho
para o setor automotivo. Segundo a sĂ³cia-diretora da MB Associados (consultoria
contratada pela Fenabrave), Tereza Fernandez, alguns fatores, como o Carnaval no
terceiro mĂªs do ano, a realizaĂ§Ă£o da Copa do Mundo (que deve provocar queda no
nĂºmero de dias de vendas), Eleições, entre outros desafios da economia, como
inflaĂ§Ă£o, taxas de juros, cĂ¢mbio, entre outros, podem afetar o resultado dos
emplacamentos de veĂculos este ano.
Assim,
a Fenabrave divulgou dois cenĂ¡rios possĂveis para o ano:
CenĂ¡rio
1
• Considerado
o mais positivo, neste cenĂ¡rio, a soma de todos os segmentos do setor automotivo
brasileiro deve encerrar 2014 com crescimento de 0,21%, totalizando 5.293.899
unidades emplacadas.• Para automĂ³veis e comerciais leves, espera-se que o desempenho seja o mesmo de 2013, totalizando 3.575.935 unidades;
• O setor de caminhões deverĂ¡ contabilizar 165.650 unidades atĂ© o fim de 2014, com aumento de 6,40% ante o ano passado;
• O mercado de Ă´nibus deve encerrar 2014, de acordo com a Fenabrave, com crescimento de 2,80%, totalizando 36.625 veĂculos emplacados;
• O segmento de motocicletas, que ainda sofre com a retraĂ§Ă£o de crĂ©dito, deve encerrar 2014 com o mesmo desempenho de 2013, totalizando 1.515.689 unidades comercializadas.
CenĂ¡rio
2
• Neste
cenĂ¡rio, a soma de todos os segmentos do setor automotivo brasileiro deve
encerrar 2014 com queda de 3,60%, totalizando 5.092.747 unidades
emplacadas.• Para automĂ³veis e comerciais leves, espera-se que o desempenho seja 3,50% menor que em 2013, totalizando 3.450.800 unidades;
• O setor de caminhões deverĂ¡ contabilizar 158.808 unidades atĂ© o fim de 2014, se considerado este cenĂ¡rio, com aumento de 2% ante o ano passado;
• De acordo com esta projeĂ§Ă£o, o mercado de Ă´nibus deve encerrar 2014 com performance idĂªntica a 2013, totalizando 35.628 unidades emplacadas;
• Considerando o cenĂ¡rio 2, o segmento de motocicletas deve encerrar 2014 com queda 4,50%, totalizando 1.447.511 unidades comercializadas.
Impacto do IPI e da
Lei do ABS/Airbag
Na
opiniĂ£o do presidente executivo da Fenabrave, o aumento de preço dos veĂculos,
por conta da obrigatoriedade de implantaĂ§Ă£o dos sistemas de AirBag e ABS nos
automĂ³veis, terĂ¡ pouco impacto nas vendas. Segundo o que foi apurado pela
entidade, o aumento, que deve ser de cerca de 5% sobre o valor do veĂculo de
entrada (em torno de R$ 1,5 mil), serĂ¡ diluĂdo no financiamento. “Se
considerarmos um prazo médio de financiamento de 36 meses, o valor da parcela
subiria em torno de R$42,00, o que pode ser considerado simbĂ³lico em relaĂ§Ă£o aos
benefĂcios de segurança que serĂ£o agregados”, declarou Alarico AssumpĂ§Ă£o
JĂºnior.
JĂ¡ o
aumento da alĂquota do IPI pode impactar mais nos resultados de vendas do setor.
“Mesmo ainda parcial, o retorno do IPI deve causar efeito negativo nos
emplacamentos de automĂ³veis e comerciais leves, pois o imposto Ă© em cascata e
deve ser maior do que o percentual reajustado da alĂquota (entre 1% e
2%).
Acompanhe abaixo o
desempenho de cada segmento em 2013
AutomĂ³veis e Comerciais Leves – Foram emplacados 3.575.935 unidades de automĂ³veis e comerciais leves no acumulado de 2013, contra 3.634.456 no ano anterior, o que representa queda de 1,61%. Em dezembro foram emplacados 335.948 unidades, contra 288.203 em novembro. O desempenho dos segmentos foi de alta de 16,57% no mĂªs passado, se comparado ao mĂªs anterior.
Caminhões e Ă”nibus – O mercado de caminhões registrou alta de 13,02% na comparaĂ§Ă£o dos acumulados de 2013 e 2012. Foram emplacados 155.691 caminhões no ano passado, ante 137.752 unidades no mesmo perĂodo de 2012. Ao comparar dezembro de 2013 (14.502 unidades) com novembro (11.712 unidades), o segmento cresceu 23,82%.
O segmento de
Ă´nibus
cresceu 20,58% no comparativo entre os acumulados de 2012 e 2013, passando de
29.546 unidades emplacadas para 35.628. Entre novembro (3.023) e dezembro
(3.413), o crescimento do setor foi 12,90%.
Na soma dos dois
segmentos (caminhões e
ônibus), o desempenho do ano foi positivo no acumulado e também
na comparaĂ§Ă£o entre novembro e dezembro do ano passado. Ao todo, foram
emplacadas 191.319 unidades em 2013, contra 167.298 no ano anterior – alta de
14,36%. No Ăºltimo mĂªs de 2013, 17.915 unidades foram emplacadas no Brasil. Este
volume Ă© 21,58% maior que as 14.735 unidades registradas em
novembro.
Motos – O segmento de duas rodas que ainda sofre com a restriĂ§Ă£o de crĂ©dito apresentou queda de 7,44% na comparaĂ§Ă£o entre os acumulados de 2012 e 2013. No ano passado foram emplacadas 1.515.689 unidades, ante as 1.637.507 registradas em 2012. No comparativo entre os meses de novembro (122.227 motos) e dezembro (140.587 unidades), o resultado foi de alta de 15,02%.
Implementos RodoviĂ¡rios – Este setor registrou alta de 33,46% entre janeiro a dezembro de 2013, no comparativo com o mesmo perĂodo do ano anterior. Foram comercializadas 69.545 unidades em 2012, contra 52.110 implementos no mesmo perĂodo de 2012. De novembro (5.677) para dezembro (7.135), o crescimento foi de 25,68%.
Outros – Outros veĂculos, como carretinhas para transporte, apresentaram crescimento de 11,59% na comparaĂ§Ă£o dos acumulados, passando de 95.154 unidades para 106.183. Ao comparar os meses de novembro e dezembro, este setor retraiu em 1,90%, passando de 9.402 unidades para 9.223 no mĂªs anterior.
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