Um filme emocionante, lindo e que vai tocar seu coração
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: FOX
O
maior flagelo do século 20, a
segunda guerra mundial, com suas barbáries e falta de senso humanitário,
inspiraram o jovem romancista australiano Markus Zusak a escrever, baseado nas
histórias que ouviu de sua mãe alemã e de seu pai austríaco, o best-seller The
Book Thief. Foi com base nessa encantadora obra literária que
surgiu nas telas e vai estrear no Brasil na sexta-feira, um dos filmes mais
emocionantes que foram produzidos nos últimos anos.
Não
é à toa que A Menina que Roubava Livros (Studio Babelsberg,
Fox 2000 Pictures,
Sunswept
Entertainment, Fox) vai fazer muito marmanjo chorar e
muita donzela repensar na vida, mas vale cada minuto que invade nossas mentes e
mexe com nossos sentimentos mais profundos.
É
um lado oposto ao que estamos acostumados a ver em relatos sobre a segunda
guerra mundial, os olhos agora são dos alemães humildes, aqueles que viviam em
vilarejos onde a informação era produto muito raro e de difícil acesso, mais
até que a pouca comida que se tinha para sobreviver. Esses homens e mulheres
foram duramente manipulados pelos seguidores do terceiro reich, a soberania
germânica sobre o mundo era cantada em prosa e verso, assim como o ódio
anti-semita que aqueles dias negros impuseram aos judeus e outros povos que não
faziam parte da raça ariana.
Ele
conta a história de Liesel (magistralmente interpretada pela canadense Sophie Nélisse), uma
garotinha extraordinária e corajosa, que foi viver com uma família adotiva durante
a segunda guerra mundial, na Alemanha. Ela aprende a ler, encorajada por sua
nova família. Seu pai adotivo é o sensacional ator australiano Geoffrey Rush, que tem no
currículo O Discurso do Rei e o impagável Hector Barbossa de Piratas
do Caribe, num papel sublime e seguro, apoiado pela excelente Emily Watson, uma atriz inglesa que
se salvou do desastre Cavalo de Guerra, e faz o papel da
mãe mal-humorada e de atitudes rudes, mas se revela na parte final do filme quem
realmente ela era. No elenco tem também Max (interpretado pelo
jovem ator americano Ben Schnetzer), um
refugiado judeu, que eles escondem embaixo da escada. Para Liesel e Max,
o poder das palavras e da imaginação se torna a única escapatória do caos que
está acontecendo em volta deles.
O
filme tem vários destaques positivos. Um deles é a espetacular interpretação de
Rudy
Steiner feita pelo jovem ator alemão Nico Liersch, elogiado
até pelo autor do livro, que disse ser verdadeiramente ele o Rudy
que havia escrito. Outro é a fotografia feita pelo alemão Florian Ballhaus que tem
no currículo filmes como Red: Aposentados e Perigosos, O
Diabo Veste Prada, entre outros. O destaque mais importante é a trilha
sonora assinada por John Willians, indicado ao Oscar pela excepcional e singela
musica que conta a história, esse senhor dispensa apresentação.
O
destaque negativo é a direção. Os atores se superaram e tiveram uma quase
atuação solitária pela falta de pulso do diretor Brian Percival, um
britânico que esteve mais ligado à televisão do que ao cinema. Faltou uma maior
ação dele em momentos chave do filme, em cenas que deveriam exigir mais drama
e menos interpretação de texto, a imagem fala por si, tem momentos que não é
necessário se falar nada, mas, como estava dirigindo para um grande estúdio, com
a repercussão do livro, ele optou por seguir o roteiro, e talvez isso tenha
custado ao filme apenas uma indicação ao Oscar. É uma pena, mas as ações da
academia têm suas lógicas e razões.
A
Menina Que Roubava Livros é uma história sobre a capacidade de
sobrevivência e resistência do espírito humano, é sobre a vontade de se viver e
acreditar em seus princípios e amar sempre ao próximo. É um filme imperdível,
necessário, bonito e que faz com que coloquemos pra fora tudo aquilo que
realmente somos: Seres humanos.
A gente se
encontra na semana que vem!
Beijos &
queijos
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