ReduĂ§Ă£o de IPI aumentou a arrecadaĂ§Ă£o de impostos

Estudos da Anfavea mostram superĂ¡vit de R$ 6 bilhões com aumento da arrecadaĂ§Ă£o de outros impostos e taxas durante reduĂ§Ă£o do IPI

Texto e grĂ¡ficos: Anfavea

O incentivo governamental ao aumento das vendas de automĂ³veis e comerciais leves, em vigĂªncia desde maio de 2012, permitiu excelentes resultados para os governos federal, estaduais e municipais. O incremento das vendas pela reduĂ§Ă£o do IPI – com natural consequĂªncia sobre o preço para o consumidor – provocou o aumento da arrecadaĂ§Ă£o de outros impostos e taxas governamentais, com superĂ¡vit de mais de R$ 6 bilhões. Esta estimativa Ă© da AssociaĂ§Ă£o Nacional dos Fabricantes de VeĂ­culos Automotores, Anfavea, e foi divulgada na quarta-feira, 6, durante apresentaĂ§Ă£o dos resultados mensais da indĂºstria automobilĂ­stica. 
A reduĂ§Ă£o do IPI para automĂ³veis e comerciais leves provocou uma perda para o Governo Federal de R$ 4,8 bilhões de reais no perĂ­odo de maio do ano passado – quando a alĂ­quota foi reduzida – a outubro deste ano. Contudo, a arrecadaĂ§Ă£o com outros impostos em Ă¢mbito federal, estadual e municipal, como PIS/COFINS, ICMS e IPVA, ficou R$ 6 bilhões maior, conforme comparativo entre a geraĂ§Ă£o real e a hipĂ³tese de manutenĂ§Ă£o do IPI integral: 


Licenciamentos
GeraĂ§Ă£o de impostos (R$ bilhões)

(mil unidades)
IPI
PIS/COFINS
Total federal
ICMS
IPVA
Total
Com reduĂ§Ă£o do IPI (A)
5.362
7,348
22,061
29,410
27,752
6,938
64,100
Sem reduĂ§Ă£o do IPI (B)
4.105
12,153
17,351
29,504
22,841
5,710
58,055
A – B
1.257
-4,805
4,710
-0,095
4,911
1,228
6,044

Para Luiz Moan Yabiku Junior, presidente da Anfavea, os cĂ¡lculos clarificam os benefĂ­cios da reduĂ§Ă£o do IPI: “De fato a arrecadaĂ§Ă£o com o IPI foi menor em R$ 4,8 bilhões, mas nossas estimativas mostram que a arrecadaĂ§Ă£o com os demais impostos nĂ£o sĂ³ compensou o valor como o superou em R$ 6 bilhões. Levaremos esta informaĂ§Ă£o ao governo e vamos trabalhar para que o IPI fique no patamar atual em 2014 ou que seu ajuste seja o menor possĂ­vel”. 
Mais ainda: a produĂ§Ă£o de mais de 1,2 milhĂ£o de unidades neste perĂ­odo gerou um aumento no consumo de produtos siderĂºrgicos, energia elĂ©trica, autopeças, sistemas modulares, plĂ¡sticos, borracha, alĂ©m de aumentar o nĂºmero de empregos direta e indiretamente e propiciar maior numero de licenciamentos, seguros, financiamentos, abastecimentos, trocas de Ă³leo, pedĂ¡gios, acessĂ³rios, uso de estacionamentos etc.

Encontro com Ministro da Fazenda
Na sexta-feira, 1º de novembro, Luiz Moan Yabiku Junior esteve reunido com o Ministro da Fazenda Guido Mantega e a manutenĂ§Ă£o dos atuais nĂ­veis do IPI foi um dos temas debatidos. Ao final do encontro Moan revelou que “o Ministro informou que o nĂ­vel atual do imposto serĂ¡ mantido atĂ© 31 de dezembro e serĂ¡ ajustado a partir de janeiro”. 
O IPI reduzido entrou em vigor em maio de 2012, quando baixou de 7% para zero nos veĂ­culos com motorizaĂ§Ă£o de atĂ© 1000 cm³ e posteriormente, em 1º de janeiro de 2013, reajustado para 2% – mesma taxa para veĂ­culos utilitĂ¡rios. Segundo Moan o Ministro garantiu que estes nĂ­veis permanecerĂ£o assim atĂ© o fim do ano. 

Os automĂ³veis de motorizaĂ§Ă£o de 1000 cm³ a 2000 cm³ tambĂ©m tiveram IPI reduzido em maio de 2012 de 11% para 5,5% para os flex e de 13% para 6,5% para os que sĂ³ abastecem com gasolina. Em janeiro os flex foram reajustados para 7% e os de gasolina para 8%, alĂ­quotas atuais e que tambĂ©m se manterĂ£o atĂ© 31 de dezembro.