O rei de Nova York arrasa em um filme divertido e com cara do sucesso
Parece
que a missĂ£o desse judeu-americano Ă© fazer com que o sexo fraco nĂ£o seja apenas
um coadjuvante nas nossas vidas. O olhar masculino no universo feminino fez,
durante toda a sua carreira, com que se projetassem mulheres fantĂ¡sticas que
fizeram a diferença no mundo. Esse é o livro da vida de Woody Allen, um dos mais
competentes diretores, roteiristas e, por que nĂ£o, atores de Hollywood, mesmo
rodando a maior parte de seus filmes na Manhattan borbulhante levou a distante
CalifĂ³rnia ao delĂrio com suas obras.
Eu
poderia ficar horas falando das obras nem sempre corretas do diretor, do qual
inclusive nĂ£o sou muito fĂ£, mas a sua mais recente produĂ§Ă£o fez com que
passasse pouco mais de 90 minutos maravilhado na sala de cinema. Com todos os
seus defeitos e virtudes, Woody Allen Ă©, antes de mais nada,
um dos maiores craques nesse campo da sétima arte. O seu novo filme, ambientado
na CalifĂ³rnia tĂ£o distante, surpreende atĂ© os mais cĂ©ticos com relaĂ§Ă£o ao seu
trabalho. Em Blue Jasmine (Graver / Sony / Imagem Filmes)
onde ele assina o roteiro e a direĂ§Ă£o, mais uma grande mulher surge para
deleite dos fĂ£s de personagens instĂ¡veis e imprevisĂveis, como Ă© tudo na vida.
No filme, apĂ³s ter a sua vida totalmente destruĂda, incluindo o
seu casamento com o rico empresĂ¡rio, Hal (Alec Baldwin), a elegante
socialite de Nova York, Jasmine (Cate Blanchett, que esta
soberba no papel), se muda para o modesto apartamento da irmĂ£, Ginger
(Sally Hawkins, engraçada na medida certa na mĂ£o do diretor) em
SĂ£o Francisco, para tentar se reerguer. Jasmine estĂ¡ emocionalmente mal e, alĂ©m
disso, nĂ£o tem meios de se sustentar, e
sua irmĂ£, reconhecendo, mas nĂ£o compreendendo totalmente a instabilidade
psicolĂ³gica dela, sugere que ela trabalhe em design de interiores. Nesse meio
tempo, Jasmine relutantemente aceita trabalhar como recepcionista em um
consultĂ³rio odontolĂ³gico, onde atrai a nĂ£o desejada atenĂ§Ă£o de seu chefe. As
tramas e contratempos e o final até certo ponto surpreendente dos personagens,
transformam esse folhetim em uma obra simples e com lições duras de serem
aprendidas e digeridas.
Os
diĂ¡logos extraordinariamente bem escritos, as interpretações fortes e
convincentes, graças a Juliet Taylor e Patricia DiCerto
(Produtoras de Elenco) que souberam colocar as pessoas certas nos papéis
certos, a direĂ§Ă£o segura e a montagem com idas e vindas entre passado e
presente feitas com muita competĂªncia por Alisa Lepselter, que edita seu
dĂ©cimo quinto filme com o diretor, fazem dessa uma obra pra lĂ¡ de especial, um
sĂ©rio candidato a ganhar alguns prĂªmios na sua trajetĂ³ria.
Curioso
Ă© o fato do diretor ter abandonado a sua velha casa e referĂªncia em Nova York e
ter encontrado ao redor do mundo uma nova energia para criar suas histĂ³rias,
abriu novos horizontes para quem nĂ£o gostava muito das suas obras. Aos 71 anos,
o diretor ganha nova vida, surpreende com Ă³timas histĂ³rias e segue firme e
forte em direĂ§Ă£o ao Oscar. O harĂ©m de Allen tem tudo para render os frutos
mais doces que o sexo feminino costuma nos proporcionar.
A gente se encontra na semana que vem!
Beijos &
queijos
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