Prepare-se
para uma aventura de outro mundo
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Warner Bros. Pictures
O homem de aço retornou Ă s telas e posso dizer que valeu muito pela longa espera! Considerado por muitos como o herĂ³i da infĂ¢ncia (me incluo nessa lista), tirando a fase Richard Donner o filho de Krypton nunca mais teve uma representaĂ§Ă£o cinematogrĂ¡fica a altura de sua importĂ¢ncia no universo dos super-herĂ³is, mutantes menos expressivos arrebentavam nas estĂ³rias e bilheterias, jĂ¡ o mais forte de todos era apenas correto.
Essa situaĂ§Ă£o se deu nĂ£o por desinteresse dos produtores e dos atores, os que usavam capa e vestiam a cueca por cima da calça sempre procuraram dar o mĂ¡ximo, mas faltava alguma coisa para demonstrar o real tamanho desse personagem, finalmente acharam e nĂ£o foi via InteligĂªncia Artificial e sim Efeitos Visuais.
EstĂ¡ entre nĂ³s Superman (DC Studios, Domain Entertainment, Troll Court Entertainment, The Safran Company, Warner Bros. Pictures) que Ă© o primeiro filme do Universo DC (DCU) e do DC Studios, chega com novo enfoque, novos efeitos, novos atores e novo diretor (que tambĂ©m Ă© o chefĂ£o do novo estĂºdio), James Gunn assumiu toda a bucha, literalmente!
Ele tambĂ©m assina a produĂ§Ă£o e o roteiro do longa que se concentra em uma versĂ£o jovem de Clark Kent/Superman (David Corenswet) como um repĂ³rter que interage com personagens-chave como Lois Lane (Rachel Brosnahan), enquanto ele segue em uma jornada para reconciliar sua herança kryptoniana com sua famĂlia adotiva em Smallville.
O jovem elenco tem atuações muito convincentes, destaque para Nicholas Hoult que dĂ¡ vida ao vilĂ£o Lex Luthor e a portuguesa Sara Sampaio na pele de Eve Teschmacher, que definitivamente enterra o estereĂ³tipo da Loira Burra, isso fica mais claro nos momentos mais prĂ³ximos das 2 horas e 9 minutos de exibiĂ§Ă£o. Gunn consegue tirar de cada ator ou atriz a melhor performance, sem exageros dos personagens, condiĂ§Ă£o comum nos filmes da “outra”. Mas quem realmente rouba a cena Ă© Krypto, o Superdog, que em momentos chave quebra a tensĂ£o e traz muito humor.
O que realmente impressiona e eleva o filme a outro patamar sĂ£o os efeitos especiais e visuais. Realizados por um pool de produtoras, entre elas nomes como Industrial Light & Magic, Weta FX, Framestore, Legacy Effects, elas usam e abusam das mais novas tecnologias de animaĂ§Ă£o e tornam o longa verossĂmil e impactante, principalmente nas cenas de lutas diurnas ou em ambientes muito iluminados, por causa disso, certamente devem ter abocanhado uma grande fatia do orçamento divulgado de US$ 225 milhões.
A fotografia faz referencia e sugere a mesma textura dos quadrinhos que tornaram o personagem amado no mundo todo, Henry Braham usou o que tem de melhor da RED Digital Cinema, fabricante de cĂ¢meras que agora faz parte da Nikon e Ă© a Ăºltima palavra em captaĂ§Ă£o digital para a telona. NĂ£o facilitou a vida dos editores Craig Alpert e William Hoy, mas eles tiveram muitos takes para trabalhar de diversos Ă¢ngulos na montagem final (ou final cut, se preferir...). O andamento e a forma com que a ediĂ§Ă£o dĂ¡ ritmo Ă estĂ³ria prende atenĂ§Ă£o de verdade, a excelente trilha sonora (que nĂ£o esqueceu o tema) criada por John Murphy fecha com chave de ouro uma realizaĂ§Ă£o cuidadosa e vai mudar o modo como vemos os mocinhos e bandidos.
Superman Ă© o longa mais esperado do ano, deve arrebentar nas bilheterias e colocar novamente o alienĂgena no radar das novas gerações, tem cheiro de continuaĂ§Ă£o e quero mais, afinal de contas, nos dias de hoje os nossos herĂ³is precisam usar capa.









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