Com super elenco, super orçamento, super produção, super duração, super tecnologia, o longa vai agradar o fã de espionagem

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Universal Pictures

Matthew Vaughn de besta não tem nada, sua visão de cinema e da vida é objetiva, sabe usar tudo que tem próximo das mãos para mexer com emoções e memórias afetivas. Não foi mera coincidência usar o Superman como chamariz, os Beatles como trilha sonora e o gato da esposa, a ex-Supermodelo Claudia Schiffer, como elementos de uma ousada produção de ação e suspense com pitadas de comédia.

Chega hoje aos cinemas brasileiros Argylle – O Superespião (Apple Original Films, Cloudy Productions, Marv Films, Universal Pictures), onde durante 2 horas e 19 minutos você vai poder desfrutar de uma obra competente, que usa tecnologia de ponta, para contar uma estória que foi um mistério durante sua criação, acreditava-se que a autora do livro era real.

No longa, Elly Conway (Bryce Dallas Howard) é uma reclusa autora de romances de espionagem, sua idéia de felicidade é estar em casa com seu gato Alfie (Chip, aquele da Claudia) e escrevendo, até que as tramas sobre o agente secreto Argylle (Henry Cavill) começam a se tornar reais, então, ela e Aiden (Sam Rockwell) correm para tentar entender o que está acontecendo.

O pesado elenco tem Bryan Cranston, Catherine O’Hara, Dua Lipa, Ariana DeBose, John Cena, Samuel L. Jackson, Rob Delaney entre outros. São bem dirigidos por Vaughn a partir de um roteiro cheio de idas, vindas, reviravoltas e cenas tragicômicas escritas por Jason Fuchs, que criou personagens envoltos em uma atmosfera com cenários finamente elaborados, mesmo aqueles de locações externas.

É um filme de fotografia bonita, tem muitas referencias das produções dos anos 80, George Richmond usou as maravilhosas Arri Alexa LF e Alexa Mini LF com lentes Panavision T-Series e criou espaço para os efeitos visuais e especiais, assinados pelas Halon Entertainment e Moving Picture Company.

A utilização de muita, mas muita IA mesmo, dá um toque especialíssimo em muitas cenas, em outras, um duble seria uma opção que daria mais realismo, mesmo assim não interfere na qualidade final da montagem que Tom Harrison-Read e Lee Smith fizeram, ela tem um ritmo cadenciado até nas cenas de luta e isso tem um por quê.

A música que é o fio condutor é a nova e deliciosa "Now and Then" dos The Beatles, claro que foi uma jogada do diretor aproveitando o sucesso dela em 2023 e é seguidamente usada para explicar melhor o que se pretendia com o filme, que infelizmente é proibido para menores de 14 anos.

Argylle – O Superespião teve orçamento divulgado de US$ 200 milhões e começa a remar nos cinemas do mundo para recuperar o investimento, talvez até vire franquia, é uma obra para ser admirada e entendida depois da cena pós crédito, durante a sessão é para se deixar levar, acredite!

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