Uma aventura bem ao estilo de Sylvester Stallone, pena que talvez seja a última

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Imagem Filmes / Califórnia Filmes

A vida nos mostra que um dia tudo acaba, seja na profissão, família, esportes e, principalmente, nas artes. Saber sair quando se está por cima é um dos maiores desafios que um ator, diretor, produtor pode enfrentar, isso quando você faz um trabalho marcante, mas quando faz vários, fica muitas vezes pior.

O nova-iorquino Sylvester Gardenzio Stallone é um exemplo de sucesso que, com quase 80 anos, começa a “desligar” seus personagens icônicos. Começou com boxeador Rocky Balboa, passou pelo soldado John Rambo e agora desembarca o mercenário Barney Ross, esse que foi responsável por reunir nos últimos anos a maior quantidade de brucutus da sétima arte em 3 filmes cheios de tiros, lutas, mortes, explosões, enfim, tudo em nome da diversão.

Estreia hoje nos cinemas brasileiros Os Mercenários 4 (Vértice Cine, Millennium Films, Lionsgate Entertainment, Imagem Filmes, Califórnia Filmes), uma continuação que não tem grande parte dos atores que iniciaram a franquia, mas pode significar a continuação da saga com outros personagens interessantes, ou não.

Nessa nova aventura, o lendário grupo de mercenários liderado por Barney Ross (Sylvester Stallone) tem, a pedido de Marsh (Andy Garcia), a missão de impedir o início da Terceira Guerra Mundial. Christmas (Jason Statham), os velhos (Dolph Lundgren, Randy Couture) e novos membros (Megan Fox, 50 Cent,Tony Jaa, Jacob Scipio, Levy Tran) são recrutados para impedir que o pior aconteça. Esse é o máximo de spoiler que vou dar, o resto tem que conferir nos 103 minutos de exibição.

É um dos filmes da historia do cinema com mais Produtores Executivos que se tem notícia, a lista é quase tão grande quanto ao número de dubles, talvez por isso o roteiro escrito por Kurt Wimmer, Tad Daggerhart e Max Adams tenha tantas explicações redundantes e poucos momentos de humor. A direção de Scott Waugh é pouco incisiva, ele deixa correr mais pelo talento individual e acaba usando bons personagens como cena de corte. As lutas são bem coreografadas e captadas com competência por Tim Maurice-Jones, as de ação seguem um padrão, talvez imposto pelas produtoras de efeitos (Lifecast, Millennium FX, fx3x), onde a conclusão é a esperada.

O que faz diferença é a montagem, Michael J. Duthie coloca no longa um ritmo acelerado e lento nos momentos certos, ele usa variações de plano com muita competência, a opção por mais planos médios que fechados segura a audiência, não dá tempo de olhar o relógio, se fizer isso, perde alguma coisa.

A maior fatia do orçamento de US$ 100 milhões divulgado de Os Mercenários 4 certamente foi gasto em locações, Grécia, Inglaterra e Bulgária fazem parte do cenário daquela que, aparentemente, é a última aventura de Stallone na pele do enigmático mercenário, até porque convenhamos, desde os anos 70 esse senhor vem tomando pancadas e tiros, chega uma hora que cansa.

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