A continuaĂ§Ă£o do terror gĂ³tico tem Ă³tima qualidade tĂ©cnica e bom roteiro

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Warner Bros. Pictures

Nem todo mundo gosta do gĂªnero, mas uns sustos de vez em quando nĂ£o fazem mal a ninguĂ©m, principalmente se for feito de forma quase artesanal. O malaio James Wan tem por caracterĂ­stica gastar pouco com CGI, seus filmes usam mais jogo de luz, cenĂ¡rios com pinturas e trucagens, com isso impacta positivamente e agrada aos olhos.

Sua fixaĂ§Ă£o pelo terror e suspense estĂ¡ criando um exercito de personagens que marcam o novo milĂªnio, suas produções sĂ£o sempre bem feitas e acabadas, nada de cabeças voando ou sangue jorrando, atĂ© porque, o que Ă© mais prĂ³ximo da realidade tem um peso maior na audiĂªncia.

Estreia hoje nos cinemas brasileiros a continuaĂ§Ă£o de um longa que fez enorme sucesso, A Freira 2 (New Line Cinema, Atomic Monster Productions, The Safran Company, Warner Bros. Pictures) traz de volta a personagem religiosa que assusta aos mais fervorosos cristĂ£os. Desta vez, tudo começa em 1956, na França, com o assassinato de um padre e isso dĂ¡ inicio a uma onda do mal que se espalha. A IrmĂ£ Irene (Taissa Farmiga) mais uma vez fica cara a cara com Valak, a freira demonĂ­aca. Sem mais spoilers, o resto tem que conferir.

No bom elenco se destacam Anna Popplewell (Kate), Katelyn Rose Downey (Sophie), Storm Reid (Debra), Jonas Bloquet (Maurice "Frenchie" Theriault) que sĂ£o dirigidos corretamente por Michael Chaves, especialista em suspense e efeitos visuais, ele consegue durante os 110 minutos de exibiĂ§Ă£o levar com competĂªncia o roteiro escrito por Ian Goldberg, Richard Naing e Akela Cooper, mas nĂ£o existe nenhuma grande ousadia, conta a estĂ³ria como se deve.

É um filme que conquista pela captaĂ§Ă£o, o diretor de fotografia Tristan Nyby usa equipamento digital com muito cuidado e competĂªncia, a luz e as sombras dĂ£o o tom das sequĂªncias bem orquestradas e reveladoras, os sustos sĂ£o impactantes. Claro que a montagem que Gregory Plotkin, meio arrastada em alguns momentos, ajuda no produto final, mas poderia ser um pouco mais rĂ¡pida em alguns momentos mais tensos, nem tudo precisa ser exaustivamente explicado. JĂ¡ os efeitos visuais sĂ£o assinados pela MPC Film nĂ£o sĂ£o muitos, os que existem sĂ£o bem feitos, na verdade apoiam um cenĂ¡rio ou gravura, tornam-se mais criveis que o uso excessivo de CGI.

A Freira 2 começa a remar para recuperar o gasto estimado de US$ 35 a 40 milhões, tem classificaĂ§Ă£o indicativa de 16 anos por causa das drogas lĂ­citas, medo e violĂªncia, deve seguir com o sucesso do universo onde estĂ¡ inserido, precisa ser conferido e sim, tem cenas pĂ³s crĂ©ditos e a linguagem do novo sĂ©culo, um terror menos terrĂ­vel.

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