Depois do mundo parar, virar de ponta cabeça e recomeçar, a empresa continuou trabalhando e fecha o pós-pandemia com novidades e progressos

Texto: Eduardo Abbas / BorgWarner
Fotos: BorgWarner

A saudade, palavra que só existe na língua portuguesa, é uma sensação que incomoda, com o passar do tempo ela se incorpora aos nossos dias, em alguns casos atrasa nossa vida, mas, e sempre existe um mas, quando ela acaba, a felicidade é plena, traz de volta ações e sensações que ficaram guardadas na memória, nada melhor que voltar para a vida, como ela deve ser!

A pandemia afastou todos de tudo, pôxa, como pudemos ficar longe dos tradicionais encontros de fim de ano que a BorgWarner promove e que são sempre cheios de alegria e descontração? Ser uma gigante mundial na fabricação de componentes e sistemas não significa apenas e tão somente fazer, ela também se preocupa em acontecer e gosta de compartilhar, isso é muito legal! Fui gentilmente convidado a participar da volta desse encontro de amigos e companheiros que a empresa promove, o uso de tecnologias próprias teve um lado divertido e premiado, mas também foram apresentadas muitas novidades, aquelas que brotaram durante esse tempo longe.

A mais impactante é uma nova unidade, a fábrica de sistemas de baterias, ela terá o início das operações previsto para o primeiro trimestre de 2023. É em Piracicaba, interior de São Paulo, a unidade nasce depois da aquisição a nível mundial da AKASOL, empresa alemã de baterias para veículos elétricos, com isso a empresa resolveu expandir sua capacidade de eletrificação de veículos industriais e comerciais como fornecedora global de sistemas de baterias.

A instalação vai permitir que a BorgWarner produza os sistemas de bateria localmente, fornecer reparos, manutenção e serviços altamente qualificados. Será produzido o sistema de ultra-alta energia (UHE) AKASystem AKM CYC, em projeto modular e escalável, o detalhe é que, nesse começo de história, será comercializado somente como produto original para os veículos da indústria automotiva, a reposição de outros modelos não faz parte dos planos, afinal de contas, para se utilizar uma bateria em um veículo elétrico são necessários estudos em conjunto dos fabricantes, cada um tem um DNA, não é, por exemplo, como trocar o filtro de ar do motor usando marcas compatíveis.

Perguntei ao Marcelo Rezende, diretor de sistemas de bateria da BorgWarner, “como será feito o descarte das baterias no fim da vida útil? Serão apenas que vocês fabricarem ou de qualquer marca?”. Segundo ele, “nós daremos a destinação correta quando chegar o fim do ciclo somente das baterias produzidas por nós, elas poderão ser utilizadas em postos de recarregamento fixo, ter células remanufaturadas e, finalmente, serem recicladas, a preocupação com o meio ambiente com nosso produto será nossa responsabilidade”.

Há quatro anos, a BorgWarner não apostava tanto nos elétricos no Brasil, como você pode lembrar na matéria AQUI, perguntei para o diretor se “houve uma mudança no pensamento?”. Segundo Rezende, “não, ainda acreditamos que os carros de passeio elétricos devem demorar mais tempo para ser uma realidade gigante, para nós, a melhor plataforma para esse tipo de público ainda é o carro híbrido. É diferente do que acontece com veículos pesados, eles não tem grandes problemas com aumento de peso e o carregamento das baterias pode ser melhor planejado, a maior eletrificação já é uma realidade no transporte de pessoas e cargas e deve crescer muito antes dos automóveis”.

Melhor que uma notícia boa, só outras, os números ajudam a entender melhor. A BorgWarner no Brasil produziu 18% a mais no mercado nacional e 8,4% nas exportações, teve um crescimento total de 13,4% comparado a 2021. Alguns produtos se destacaram: motores de partida e alternadores tiveram crescimento de 110%, nos turbocompressores a alta é de 20% para exportação e 16,5% para o mercado interno de equipamentos originais e 15% de turbocompressores e embreagens viscosas para reposição. Na indústria automotiva, 30% dos veículos leves vendidos em 2022 são equipados com motores turbo flex, esse número deve crescer para 37% em 2023, 45% em 2025 e 54% em 2030, com isso, mais da metade de todos os veículos leves vendidos no Brasil em 2030 terão motores turbo flex.

Segundo Wilson Lentini, Diretor Geral da BorgWarner Emissions, Thermal and Turbo Systems no Brasil, “estamos muito felizes em ampliar o fornecimento de soluções limpas adequadas às rotas disponíveis no país, acreditamos que o Brasil ainda irá usufruir bastante da rota tecnológica dos seus biocombustíveis no segmento de veículos leves”. Um dos segredos do sucesso é o investimento em novas tecnologias, a eMobility (que envolve todas as tecnologias voltadas para veículos elétricos) é uma oportunidade para concretizar a visão de um mundo limpo e energeticamente eficiente, por isso criou a estratégia “Charging Forward”, no primeiro trimestre de 2021, que planeja acelerar o crescimento orgânico no segmento de veículos elétricos, investir em fusões e aquisições com foco em EV e planeja otimizar o portfólio voltado para os produtos de combustão.

Para a empresa que acredita e aposta na mobilidade há mais de 130 anos, que procura criar um futuro melhor para os habitantes do planeta e que pensa mais no coletivo e menos no individual, nada melhor que voltar ao convívio com pessoas, chega de saudade!