A ideia ficcional deste drama biogrĂ¡fico sobre a Princesa do Povo eleva o patamar de interpretaĂ§Ă£o de Kristen Stewart
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Diamond Films
Sim, durante esta geraĂ§Ă£o de pessoas que habitam o planeta, ela nunca vai descansar da sua aventura terrena, sempre Ă© lembrada, assim com muitos homens e mulheres que por aqui passaram. Diana, Princesa de Gales, que nasceu Diana Frances Spencer e virou Lady Di, Ă© um daqueles personagens que sĂ³ vai virar pĂ¡gina de enciclopĂ©dia depois de um sĂ©culo de sua morte.
A brevidade de sua vida Ă© infinitamente menor que o legado deixado por ela, do alto de seus 1,78 m Diana reinou mais absoluta que seu marido, o herdeiro da coroa. Como suas histĂ³rias e façanhas vĂ£o perdurar por muito tempo, uma das realizações mais competentes e que conta de forma fictĂcia o antes do divĂ³rcio, chega finalmente aos cinemas do Brasil. Spencer (Shoebox Films, Komplizen Film, FilmNation Entertainment, Topic Studios, Fabula, Diamond Films) Ă© uma dessas produções que vale a pena sair de casa para assistir na tela gigante.
O roteiro de Steven Knight (Peaky Blinders) narra o que poderia ter acontecido nos Ăºltimos dias do casamento da princesa Diana (Kristen Stewart) com o prĂncipe Charles (Jack Farthing). A relaĂ§Ă£o hĂ¡ muito tempo esfriou, embora existam rumores de casos e divĂ³rcio, mas a paz foi ordenada para as festividades de Natal no Queen's Sandringham, a casa de campo da FamĂlia Real. O evento Ă© repleto de comida, bebida, tiro, caça, Diana conhece as regras do jogo de aparĂªncias, mas este ano as coisas serĂ£o muito diferentes.
A direĂ§Ă£o Ă© do chileno Pablo LarraĂn, ele tem uma particularidade, suas atrizes mergulham profundamente em seus personagens, foi assim com Natalie Portman em Jackie e agora com Kristen Stewart. Na verdade Ă© uma interpretaĂ§Ă£o complexa e cheia de dificuldades que a californiana encarou com muita competĂªncia, atĂ© pelo fato dela ter a estatura muito menor (1,65m) que a princesa, seus trejeitos no olhar de cima para baixo dĂ£o impressĂ£o de ela ter a altura de sua personagem.
A fotografia da francesa Claire Mathon Ă© tipicamente europeia, o aproveitamento de muita contraluz realça mais o personagem e menos o ambiente, jĂ¡ nas cenas externas, a ideia Ă© valorizar a grandeza dos cenĂ¡rios naturais. O que nĂ£o me agradou muito foi a ediĂ§Ă£o muito lenta de SebastiĂ¡n SepĂºlveda, Ă© quase uma repetiĂ§Ă£o da estrutura do filme Jackie, claro que isso se deve ao olhar do diretor, existem sequĂªncias que poderiam ser aceleradas e nĂ£o se perderia nada na trama.
Spencer custou US$ 18 milhões, jĂ¡ estĂ¡ remando nas bilheterias da ItĂ¡lia, de Portugal, dos Estados Unidos e do Reino Unido desde o ano passado, merece ser visto e contemplado, Ă© a melhor representaĂ§Ă£o da atriz que estava ativa mas nunca tinha feito um papel de verdade, desta vez acertou em cheio!

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