Uma das produções mais aguardadas antes da pandemia chega aos cinemas brasileiros com realização impecável e chancela de imperdível

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Paramount Pictures

Chegou a hora! Finalmente vai ser possível conferir a segunda parte da saga de terror/suspense/ficção científica que é a mais bem elaborada do século XXI. É quase uma obra de arte, a realização e o nome comercial são as melhores sacadas desse sucesso que agora ganha uma continuação a altura, portanto, prepare-se, o que já era bom está melhor ainda!

Foram 5 adiamentos desde o inicio da pandemia, momentos de incerteza se essa sequencia realmente iria para as telas grandes do cinema ou se teríamos que nos contentar em assistir na tela pequena de casa e sem IMAX, e isso não é a mesma coisa. Viva a ciência! As vacinas chegaram, muitos se cuidaram e deu certo, o filme que já está em cartaz em vários países do mundo finalmente será lançado no Brasil, quinta-feira dia 22 é a estreia de Um Lugar Silencioso – Parte II (Platinum Dunes, Sunday Night Productions, Paramount Pictures) é a continuação que tem explicação, muitos sustos e, principalmente, ótima direção (rima proposital!).

Esta sequencia é escrita, produzida, dirigida e interpretada por John Krasinski (Lee Abbott) que repete o brilhante trabalho do primeiro longa, só que desta vez sua presença na frente das câmeras é bem menor, com isso abre espaço para o talento de Emily Blunt (Evelyn Abbott) que além de esposa do diretor é a protagonista da trama e arrebenta na interpretação de sua personagem.

O longa mostra como tudo começou em uma pacata cidade do interior dos EUA, ela é atacada por criaturas alienígenas cegas que usam a audição hipersensível para matar e destruir qualquer coisa que produza som. Passados os eventos do primeiro filme, as criaturas já dizimaram grande parte da população da Terra, incluindo Lee, o chefe da família Abbott, com isso, mãe e filhos saem em busca de uma comunidade humana remanescente qualquer, durante essa jornada eles chegam a lugares em ruínas em meio ao caos da extinção eminente.

A realização é primorosa e as interpretações muito convincentes, principalmente do quarteto formado por Emily, Cillian Murphy (Emmett), Millicent Simmonds (Regan Abbott) e Noah Jupe (Marcus Abbott), todos têm sintonia e sinergia muito grande, mergulham profundamente em seus personagens e dão vida a uma estória muito bem contada.

Um dos grandes segredos do sucesso deste filme é a captação, assim como no primeiro longa, a responsável pela direção de fotografia foi uma mulher, Charlotte Bruus Christensen criou um estilo que a inglesa Polly Morgan deu continuidade com brilhantismo, ela consegue dar um enorme equilíbrio nas cenas noturno-diurnas, interno-externas usando a técnica da Noite Americana, elas são realizadas com muita competência e sensibilidade, típico de quem assimilou profundamente o roteiro.

Os efeitos visuais criados e realizados pela Industrial Light & Magic são impactantes e feitos com muita competência, seu grau de detalhamento lembra os bons tempos e o enorme cuidado exigido na época em que George Lucas era o dono da produtora, o realismo é tão absurdo que fica difícil imaginar que as criaturas foram geradas em computador e não estão ao vivo no set. Outro ponto forte do filme é a montagem, Michael P. Shawver (Pantera Negra) é um dos mais competentes editores em atividade em Hollywood, ele dá o timing correto em cada cena, seja ela de narrativa rápida ou lenta, com isso traz o espectador para dentro da ação com sustos, surpresas e dando aquele respiro necessário.

A pergunta que não quer calar é: devo assistir o primeiro filme antes de ver este? Sim, deve, existem momentos em que as ações são subentendidas para quem já conhece o enredo, sem assistir você pode perder algo. Uma coisa que não pode ser feita, se possível, é deixar de assistir Um Lugar Silencioso – Parte II no cinema em tela gigante e IMAX, sempre em salas que obedeçam as atuais normas de segurança e higiene. Certamente estes serão os melhores 97 minutos da sua vida em 2021 desta que é uma das melhores produções lançadas no ano. Sim, valeu muito esperar por essa continuação, também vale a pena não sair correndo do cinema, melhor esperar e respirar profundamente antes, de máscara, claro!

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