Fabricante fala sobre a tecnologia que elimina o reservatório auxiliar de gasolina em motores flex e habilita o atendimento às novas legislações de emissões de poluentes

Texto e fotos: Delphi Technologies

Em veículos com motores flex se fazia necessário - e ainda se faz, em alguns modelos - um reservatório auxiliar de gasolina, também conhecido como “tanquinho”, usado para ajudar na partida do motor quando abastecido com etanol em temperaturas por volta de 15°C ou mais baixas, situação comum nas regiões Sul e Sudeste do Brasil durante o outono e o inverno.


Isso ocorre porque a combustão do etanol é mais difícil em baixas temperaturas, pois só produz vapores apenas acima dos 12°C. É neste momento que acontece o aquecimento do combustível a partir do aquecimento das paredes dos bicos injetores, o que faz com que ele se vaporize e permita combustões robustas, garantindo a partida do motor e dirigibilidade estável do veículo. A determinação do uso do aquecimento de combustível é feita pelo módulo eletrônico de gerenciamento do motor (ECU), em conjunto com o módulo eletrônico de controle dos bicos injetores aquecidos, que trocam informações entre si pelas redes de comunicação disponíveis no veículo (ex: CAN, LIN).
Os bicos injetores aquecidos da Delphi Technologies foram desenvolvidos no Centro Tecnológico da planta de Piracicaba e estão disponíveis para produção em massa dos veículos do País desde 2012. “Nossa tecnologia traz benefícios para as montadoras e para o usuário final. O aquecimento do combustível pode acontecer antes, durante e depois da partida do motor, dependendo das condições ambientais e do veículo, permitindo a diminuição da quantidade a ser injetada, economizando e poluindo menos”, conta Marcos Passos, Supervisor de Engenharia de Sistemas da Delphi Technologies.
Assim, desde de 2012, a utilização dos bicos injetores aquecidos possibilita a eliminação do reservatório auxiliar de gasolina. “Como o ‘tanquinho’ já tem se mostrado ‘coisa do passado’, os desafios agora são outros, e as futuras legislações de emissões têm se mostrado as principais demandas da engenharia automotiva brasileira relacionadas ao powertrain”, explica Passos. As legislações de emissões Proconve L7 e Proconve L8, previstas para entrarem em vigência em 2022 e 2025, respectivamente, demandam soluções como a redução significativa do etanol que não é queimado durante as combustões do motor, em especial para a partida do veículo em baixas temperaturas. “Neste ponto, os bicos injetores aquecidos da Delphi trazem uma vantagem em relação aos outros produtos e soluções disponíveis no mercado, pois o combustível é aquecido (ou vaporizado) desde as primeiras injeções devido aos seus aspectos construtivos bem elaborados. O aquecimento ocorre na parte inferior do bico, onde está o combustível a ser injetado, não demandando a purga de combustível frio antes qu e o combustível quente possa ser disponibilizado pela parte superior do injetor, ou mesmo da galeria/flauta de combustível, como ocorre em alguns casos”, afirma o engenheiro.

Cuidados com os bicos injetores aquecidos
Segundo a fabricante, a peça não necessita de manutenção, a não ser diante do funcionamento irregular do motor. No sistema de aquecimento do combustível desenvolvido pela Delphi Technologies, o módulo controla o aquecimento dos injetores individualmente e diagnostica falhas também individualmente. “Se houver um problema em um dos injetores, os outros continuam funcionando normalmente. Além disso, uma lâmpada específica acende no painel, e o motorista será avisado caso algo esteja errado com algum dos componentes do sistema”, finaliza o especialista.