A Abimaq - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos - apresentou nesta terça-feira o balanço final do ano de 2017, onde uma palavra vai nortear este novo ano: retomada

Texto e fotos: Abimaq / Eduardo Abbas

Foi um ano onde a estabilidade deu as caras e salvou, pelo menos, o leitinho das crianças na hora de se fechar as contas, não foi aquele café da manhã colonial, mas já deu para levar a família na padaria, o mês de dezembro se mostrou melhor que novembro, mas o acumulado do ano ainda aparece com o sinal de negativo.


A esperança para 2018, onde teremos Copa do Mundo e Eleições Presidenciais e parlamentares, é muito boa, segundo a associação, o Brasil deve crescer já que os números apontam para cima porém o gargalo continua: crédito, financiamento e garantia do crédito, ações econômicas que ainda tem números muito altos no Brasil. Foi feito até um agradecimento especial para a indústria automotiva, que foi a responsável no ano passado por metade do crescimento da indústria e os nossos hermanos argentinos que importaram loucamente nossos produtos, principalmente automóveis.

Acompanhe o resumo do desempenho de dezembro e o detalhamento por setor


Receita líquida total - R$ bilhões constantes*
As vendas realizadas pela Indústria de Bens de Capital Mecânicos cresceram 0,9% em dezembro/17, em função do aumento das vendas para o mercado externo (+16,3%). Na comparação interanual, a receita líquida registrou queda  (-0,6%).


No ano (jan-dez), apesar da queda de 2,9%, houve redução gradativa das taxas de queda nas vendas em função do crescimento das exportações que voltaram a níveis médios mensais de 2011 e 2012.

Curva de Comportamento -Receita Líquida – Média 2010-13 vs 2016 e 2017
O gráfico mostra que em 2017 a curva da receita de vendas acompanhou o desempenho sazonal do setor. No mês a receita registrada foi de R$ 5,4 bilhões, ligeiramente abaixo da receita observada no mesmo mês de 2016, mas ainda 45% inferior ao resultado médio dos meses de dezembro no período pré-crise.


Esta resultado acumulado corresponde a 5 anos consecutivos de queda nos níveis de investimento país. Interrompida somente no 2º semestre de 2017, período em que o setor registrou pequeno crescimento de 0,5% em relação ao segundo semestre de 2016. O crescimento observado no final do ano deverá continuar ao longo de 2018.

Importação - US$ Bilhões FOB
As importações de Bens de Capital Mecânicos registraram retração no mês de dezembro/17. Após interromper 14 meses consecutivos de queda em setembro, em dezembro as importações voltaram a registrar  queda na comparação interanual (-5,2%).


Em relação ao mês imediatamente anterior também houve queda e foi de 2,6%. O ano de 2017 encerrou com a quarta queda consecutiva nas importações de máquinas e equipamentos (-17,2%).

Importação por Setores -Setores com sua participação no total
A queda das importações no mês de dezembro/17, foi observado em 4 dos sete setores compradores de bens de capital, sendo eles: Máquinas para Petróleo e Energia Renovável, Máquinas para Logística e Construção Civil, Máquinas para Agricultura e Componentes para a Indústria de Bens de Capital.


No ano, os setores que aumentaram seus investimentos com máquinas e equipamentos importados foram Máquinas para Agricultura e Máquinas para Bens de Consumo. O primeiro deles, foi o setor Agrícola, que influenciado pela super safra, registrou crescimento de 8,9% o segundo foi,  Bens de Consumo, registrou crescimento de 5,8% no período jan-dez/17 em relação ao mesmo período de 2016.

Principais Origens das Importações - Participação no total importado (US$)
Em 2017, a principal origem das importações de máquinas e equipamentos foi a China, que encerrou o ano calendário na primeira colocação em US$ FOB, após 5 anos ocupando a segunda colocação. A China também manteve a primeira colocação no ranking de países vendedores de máquinas para o Brasil em quantidade.


A Alemanha encerrou 2017 na terceira posição no ranking em função do aumento das importações vindas do Estados Unidos. As importações da Coréia do Sul voltaram aos níveis históricos, ao redor de 2,5%.

Consumo Aparente - R$ Bilhões constantes*
Os investimentos produtivos medidos pelo consumo aparente de máquinas e equipamentos registraram redução no mês de dezembro/17 (-7,1%) na comparação com o mês imediatamente anterior. A queda ocorreu tanto nos investimentos de origem nacional (-14,3%) como importada  (-2,6%).


Na comparação interanual também houve queda (-13,9%), a 18ª  consecutiva neste tipo de comparação. Apesar das quedas de ponta, há indício de que a redução dos investimentos tenha chegado ao fim. A expectativa que este ano encerre com melhora nos investimentos em relação ao ano de 2017.

Exportação - US$ Bilhões FOB
A exportação de Máquinas e Equipamentos de dezembro/17 registrou crescimento em relação ao mês de novembro (+16,3%). Na comparação interanual houve manutenção da tendência de recuperação ao registrar crescimento de 27,5%.


No ano (jan-dez/17) o  exportador de máquinas e equipamentos superam o resultado de 2016 em 16,6%. Boa parte desta melhora pode ser explicada pela atividade econômica mundial, mas outra parte ao esforço das empresas em manter parte de suas atividades produtivas direcionadas ao mercado externo, ainda que, eventualmente, com rentabilidade reduzida em função do câmbio relativamente apreciado.

Exportação por Setores - Setores com sua participação no total
O crescimento mensal das exportações em dezembro ocorreu em todos os setores fabricantes de Bens de Capital Mecânicos. O destaque é para o setor fabricante de Máquinas para a Indústria de Transformação, cujas exportações de Máquinas para estampar metais, de comando numérico e Centros de Usinagem, para trabalhar metais, representaram 65% do crescimento desse setor.


No ano, as exportações foram puxadas pelos setores fabricantes de Máquinas para Petróleo e Energia Renovável, Máquinas para Logística e Construção Civil, Máquinas para Agricultura e Máquinas para a Indústria de Transformação.

Exportação por Destinos - US$ Milhões
Os principais destinos das exportações brasileiras de máquinas e equipamentos  são,  pela ordem, América Latina, Estados Unidos e Europa. No ano (jan-dez/17), o aumento das exportações para a América Latina, foi puxado pela Argentina que aumentou em 43,3% suas compras de máquinas no Brasil.


O aumento das vendas para os EUA e Europa, confirmam a melhora da atividade do mercado mundial.

Taxa de Câmbio Real - Variação % acumulada – base: 2005=100
O último ganho cambial que a indústria, de forma geral, obteve, foi proporcionado pelo efeito Trump no final de 2015, e foi completamente devolvido pela apreciação do fim de 2016 e  início de 2017.


A cotação atual, apesar da persistência das incertezas políticas e fiscais, tem oscilado  ao redor de R$/US$3,2 cada vez mais longe de um câmbio competitivo, estimado em R$/US$ 3,90.

NUCI – Nível de Utilização da Capacidade Instalada
Carteira de Pedidos - Em meses para atendimento
O NUCI - Nível de utilização da capacidade instalada na indústria de máquinas e equipamentos, registrou crescimento em dezembro e chegou a 74,9%. O nível observado foi 0,7% superior ao do mês de novembro/17 (74,4%), e 11,7% superior ao mês de dezembro de 2016 (67,1%).


A carteira de pedidos, oscilou ao redor de 2,5 meses para atendimento em 2017. O mês de dezembro, apresentou queda na comparação com novembro (-11,2%). No ano o setor ainda acumula queda de 5,4%.

Emprego - Em mil pessoas
A indústria de máquinas e equipamentos encerrou o ano (dez/17) com 289,6 mil pessoas ocupadas, uma redução de 0,7%, em relação ao mês de novembro de 2017. Na comparação com o final de 2016 houve redução de 1.963  postos de trabalho, a 48º queda consecutiva neste tipo de comparação.


Desde 2013, quando teve início a queda de faturamento da indústria de máquinas, já foram eliminados mais de 90 mil postos de trabalho no setor.