O compacto da montadora italiana
é a grande aposta da marca para voltar a liderar o disputado mercado dos carros
de entrada
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: FIAT
Nem sempre olhar para frente é a
melhor solução para os seus problemas, às vezes ter os olhos no retrovisor da
vida pode te dar um maior entendimento de qual caminho percorrer para resolver
problemas, sejam eles momentâneos ou não, é aquela coisa de família, um
conselho dos pais vale mais que anos de faculdade, voltar às origens sempre faz
bem e na maior parte das vezes te ilumina o caminho.
Não sei se foi esse o pensamento
que permeou a cabeça dos atuais comandantes da FIAT, mas certamente alguém entendeu que, uma ligeira volta ao
passado poderia iluminar um caminho que começava a escurecer. Eu acredito que o
lançamento do FIAT Mobi Drive, que
tive o prazer de avaliar por uma semana, é aquele passo para trás que vai te
fazer correr para frente. Não se trata de um retrocesso, é algo mais profundo,
é uma quase volta às origens da marca que cresceu com produtos que tinham como
característica serem compactos, econômicos, eficientes e com preço justo. Isso
te lembra algo? Ah, que bom!
Um pouco de história: Fundada
por Giovanni Agnelli, em 11 de
julho de 1899 a
Fabbrica Italiana Automobili Torino criou
o acrônimo FIAT que tem um
significado peculiar em Latim: "faça-se".
O primeiro modelo fabricado, o 4 HP (ou
3 ½), tem o que todos adoram chamar
hoje em dia de DNA da marca, era compacto, econômico e tinha um design mais
elaborado para a época, as cerca de 300 unidades foram montadas em galpões de
forma artesanal e algumas estão em museus hoje, foi uma era romântica no inicio
do século passado que marcou fortemente a empresa.
Voltando para os dias atuais, o FIAT Mobi Drive chegou para começar a
escrever uma nova história da marca no Brasil, quer atingir um publico que
procura carros compactos, econômicos, eficientes e com muita tecnologia
embarcada, principalmente de comunicação. Ele é equipado com o motor Firefly
1.0 três cilindros, potência de 77 cv, torque de 10,9 kgf.m a 3.250 rpm com
etanol e sistema HCSS que elimina o
tanquinho, seu design é moderno e aponta para a tendência dos hatchs atuais, o
urban car.
Dirigindo na cidade dá para notar
que se trata de um carro muito ágil e que cabe em qualquer lugar onde se queira
estacionar, o auxilio precioso dos sensores de ré ajudam nas manobras em
estacionamento e os retrovisores generosos não escondem nada do motorista,
mesmo nas ruas e avenidas com motos por todos os lados, ficar atento ao
transito e a movimentação ao redor do carro não é nada difícil. A economia de
combustível do FIAT Mobi Drive é um
ponto forte, abastecido com etanol e com dados do computador de bordo, consegui
fazer a média de 9,5 km/l, na maior parte rodando tranquilamente em 4ª marcha.
O FIAT Mobi Drive tem um desenho interessante, o capô é alto, os
pára-lamas dão impressão de “musculoso”
e a tampa do porta-malas é uma peça única de vidro preto, o projeto é voltado
basicamente ao uso de elementos mais leves sem abrir mão da segurança. Por
dentro é ainda mais ousado em termos de design, todos os controles de mídia e configurações
ficam disponíveis no volante e visualizados no display de 3,5 polegadas que tem
indicação para a troca de marcha, hodômetros, nível de combustível, temperatura
do motor, conta-giros e computador de bordo enquanto o resto do painel fica
limpo.
O modelo não tem uma central
multimídia, tudo isso é função do seu celular, é um novo conceito que, na
verdade, te obriga a ter um Smartphone se quiser fazer qualquer operação
diferente de ouvir rádio. A integração é feita por meio de um aplicativo e com
ele é possível controlar os recursos do celular, como navegação, músicas e estações
de rádio pela internet, é interessante para quem tem intimidade com os
aparelhos (Android ou iOS) e seus aplicativos, mas se torna um pouco confuso
para quem não gosta muito de depender do telefone quando está dirigindo.
Saindo da cidade para avaliar o
desempenho na estrada, resolvi fazer um caminho diferente até Taubaté, interior
de São Paulo, em trechos da Rodovia dos Imigrantes, Rodoanel Mario Covas e Rodovia
Carvalho Pinto, todas com tipos específicos de construção e muita variação de
velocidade. Nas duas primeiras a estrada é mais plana com curvas menos
fechadas, são muito bem conservadas e dá para andar entre 100 km/h e 120 km/h . Atingi a
velocidade limite sem grandes problemas fazendo as trocas de marchas
rapidamente, o motor trabalha em um regime de rotações baixas o que garante um
consumo de combustível pequeno.
Já na Carvalho Pinto, por ter um
desenho e construção mais antigos e uma conservação apenas boa, os longos
trechos em subida muitas vezes pediam, em momentos de ultrapassagem, uma
redução de marcha, não que fosse estritamente necessário, mas manter-se em 5ª
em um local de subida mais forte com carros à frente poderia significar ser
ultrapassado pela direita pelo veículo que você acabou de deixar para trás, é
uma opção de dirigir com mais ação. Mesmo com alguns desses momentos, a média
de consumo do FIAT Mobi Drive ficou
em 10,9 km/l, com ar condicionado ligado o tempo todo e andando perto da
velocidade limite das rodovias.
O carro que tem preço inicial
sugerido de R$ 41.260 é o primeiro veículo desenvolvido após a fusão que gerou
o grupo FCA - Fiat Chrysler Automobiles,
garantia total de três anos, pacotes de revisões programadas, financiamento, Confiat (com carro reserva, reboque,
socorro mecânico e hospedagem), vários opcionais e uma certeza de que a marca
entra de cabeça na briga pela preferência nos carros de entrada olhando para o
futuro com uma linda lembrança do passado, afinal, como diz o ditado: quem sai aos seus não degenera!
Ficha Técnica
Itens de Série
- Apoios de cabeça traseiros (2) rebaixados e com regulagem de altura;
- Ar condicionado;
- Banco traseiro bi partido e rebatível (Fix and Fold) com 2 posições para o encosto;
- Barra de proteção nas portas;
- Bolsa porta-objetos e porta garrafa nas portas dianteiras;
- Brake light;
- Check quadro de instrumentos (Welcome Moving);
- Cintos de segurança dianteiros retráteis de 3 pontos com regulagem de altura;
- Cintos de segurança laterais traseiros retráteis de 3 pontos e central fixo de 2 pontos;
- Comando interno de abertura do porta-malas e da tampa do tanque de combustível;
- Computador de Bordo (distância, consumo médio, consumo instantâneo, autonomia);
- Console central com porta-objetos e porta-copos (2 dianteiros e 1 traseiro);
- Desembaçador do vidro traseiro;
- Direção Elétrica com função CITY;
- Drive by Wire (Controle eletrônico da aceleração);
- Espelho no para-sol lados motorista e passageiro;
- ESS (Sinalização de frenagem de emergência);
- Faróis com máscara negra;
- Fiat Code 2ª geração;
- Follow me home;
- Grade dianteira com pintura (preto ônix);
- HCSS (Sistema de partida a frio sem tanque auxiliar de gasolina);
- HSD (High Safety Drive) - Airbag duplo (motorista e passageiro) e ABS com EBD;
- Lane Change (Função auxiliar para acionamento das setas indicando trocas de faixa);
- Limpador e lavador do vidro traseiro;
- Luz de leitura dianteira com interruptor na porta lado motorista e passageiro;
- Maçanetas e retrovisores externos na cor do veículo;
- Novo motor 1.0 Firefly 6V Flex;
- Painel (moldura) e maçanetas na cor preta;
- Pára-choques na cor do veículo;
- Porta-malas com tapete e acabamento em carpete nas laterais;
- Quadro de instrumentos com conta
giros, Iluminação a LED e display digital de
- Retrovisores externos com comando interno mecânico;
- Revestimento externo nas colunas B e C das portas;
- Revestimento interno das soleiras nas portas dianteiras;
- Revestimento interno em todas as colunas;
- Rodas de aço estampado 5.5 x 14'' com calotas integrais + Pneus 'verde' com baixa resistência a rolagem 175/65 R14;
- Tampa traseira do porta malas em Vidro estrutural de alta resistência na cor preta;
- Tomada 12V;
- Válvula antirrefluxo de combustível;
- Vidros elétricos dianteiros (one touch e anti esmagamento) e travas elétricas nas 4 portas;
- Volante com regulagem de altura.
0 Comentários