De roupa esportiva, o sedĂ£ me
acompanhou em uma busca e avaliaĂ§Ă£o: onde comer a melhor pizza da cidade?
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Tony AstassiĂª / Toyota
Nem sempre Ă© necessĂ¡rio se vestir
a rigor para ser respeitado, o mundo também entende que uma roupa mais
esportiva nĂ£o tira seu valor e sua importĂ¢ncia. Foi pensando desta maneira e de
olho na concorrĂªncia, que sempre estĂ¡ querendo tomar uma fatia do pĂºblico do Corolla, que a Toyota resolveu deixar o modelo menos clĂ¡ssico sem perder a
identidade, algo assim como tirar os sapatos, a gravata e a camisa e vestir
tĂªnis, bonĂ© e camiseta.
Essa foi a comparaĂ§Ă£o mais
prĂ³xima que pude encontrar para definir o Corolla
XRS, um carro que Ă© chique e levemente esportivo com a adiĂ§Ă£o de alguns
detalhes que deixam o carro com uma cara mais jovem sem perder a essĂªncia e que
tive a oportunidade de testar por sete dias em vĂ¡rias situações, tanto na cidade
quanto na estrada. As novidades do Corolla
2018 foram apresentadas em março deste ano, vocĂª pode lembrar AQUI,
mas faltava conhecer mais intimamente essa versĂ£o.
A XRS inclui diversos itens como aerofĂ³lio traseiro, saias esportivas
(frontal, lateral e traseira), ponteira do escapamento cromado e o exclusivo
emblema XRS no canto inferior
direito da tampa do porta-malas. Motor, cĂ¢mbio e suspensĂ£o sĂ£o as mesmas das
outras versões, mas esse tem um gostinho mais esportivo, por que serĂ¡? Ele Ă© equipado
somente com o motor 2.0L Flexfuel, Dual VVT-i DOHC de 16 vĂ¡lvulas de 154 cv a
5.800 rpm com etanol e 143 cv de potĂªncia a 5.800 giros com gasolina,
transmissĂ£o automĂ¡tica Multi-Drive e trocas seqĂ¼enciais por meio das borboletas
atrĂ¡s do volante, alĂ©m da tecla “Sport
Mode” que altera o mapeamento do software de gerenciamento da transmissĂ£o.
Um detalhe opcional que notei
quando retirei o carro Ă© esse pequeno dispositivo colocado no painel dianteiro
com reflexo no pĂ¡ra-brisa e pode ser instalado em qualquer modelo. Como estĂ¡ em
fase de testes fui um dos premiados para avaliar sua eficĂ¡cia, ele indica a
velocidade que se estĂ¡ trafegando, Ă© muito Ăºtil para quem anda na cidade onde
existe muita variaĂ§Ă£o de mĂ¡ximas, mas fica em uma posiĂ§Ă£o pouco confortĂ¡vel,
quase na ponta esquerda do vidro, se ficasse mais Ă direita, na direĂ§Ă£o acima
do painel de instrumentos, provavelmente seria muito mais prĂ¡tico.
Vamos andar com o menino com cara
de nervoso e abastecido com gasolina comum, a idéia é também medir o consumo em
condições de uso regular. Na cidade Ă© um sedĂ£ muito bom de dirigir, segue o
padrĂ£o do seu irmĂ£o Altis que eu jĂ¡
havia testado e vocĂª pode lembrar AQUI,
mas esse tem uma beleza feroz por conta dos detalhes estéticos e parece estar
mais no “chĂ£o” que os outros modelos.
Andando por ruas e avenidas ele
conserva o silencio e o conforto caracterĂsticos, a diferença estĂ¡ nos bancos
esportivos que abraçam o condutor e passageiro da frente. Manter a velocidade
nĂ£o Ă© problema quando se tem um Cruise Control eficiente, com um motor 2.0 com
torque generoso, a economia de combustĂvel mesmo em situações de trĂ¡fego pesado
fica perto de modelos menores, a eficiĂªncia energĂ©tica Ă© clara e a financeira
idem, fiz uma média, segundo dados do computador de bordo, de 11,2 km/l, claro
que sempre mantendo a aceleraĂ§Ă£o e desempenho em modo ECO.
O bom de testar um carro com
caracterĂsticas tĂ£o particulares Ă© o fato de que ele tambĂ©m pode te levar a
conhecer outras partes da cidade de SĂ£o Paulo, com um espĂrito mais aventureiro
ambos podemos descobrir novos endereços. Neste caso, fui procurar uma pizzaria
no tradicional bairro da Mooca, zona sudoeste da cidade, quase no começo da zona
leste. É um reduto onde a grande colônia italiana que ajudou a construir a
paulicéia desvairada se concentrou e claro, junto com os trabalhadores vieram
os hĂ¡bitos alimentares, o melhor deles estava para ser desvendado: a pizza.
Eles trouxeram a iguaria, mas nĂ£o
foram os inventores como muitos pensam, a origem estĂ¡ entre os egĂpcios e os
gregos, que foram os primeiros a misturar Ă¡gua com farinha e assar em fornos de
tijolos quentes. Os italianos aprimoraram colocando molho de tomate, queijo,
carnes defumadas e, para desespero dos napolitanos, a versĂ£o paulistana ficou muito,
mas muito melhor que a deles.
Teve uma Ă©poca que essa delicia digna
da morada dos Deuses Romanos começou
a ter um significado ruim, vocĂª jĂ¡ deve ter ouvido a expressĂ£o “aqui tudo termina em pizza”, uma forma
pejorativa de explicar impunidades ou decisões que beneficiam criminosos. Esse
dito popular teve origem depois de uma reuniĂ£o de conselheiros do Palmeiras, time de futebol do Brasil,
que buscavam uma soluĂ§Ă£o para uma crise instalada no clube, apĂ³s 14 horas de
brigas, todos resolveram sair e comer pizza antes de continuar os debates, nem
foi preciso voltar, a soluĂ§Ă£o acabou sendo resolvida entre pedaços da redonda e
algumas taças de vinho, jĂ¡ a expressĂ£o Ă© uma enorme injustiça com essa iguaria
dos deuses.
Nessa andança eu descobri a Sacada Pizzaria, que fica na Rua Coronel
Joviniano BrandĂ£o, 59 no Parque da Mooca, endereço nobre no tradicional bairro
da cidade de SĂ£o Paulo. Fundada em 1974, hoje ela Ă© comandada pelo JosĂ© Leandro, um "Moqueiro" raiz, tem 58 sabores
diferentes de pizzas salgadas e 4 doces, pode ter a borda recheada ou mesmo
cobertura extra, funciona Ă la carte, delivery ou rodĂzio onde 30 itens do
cardĂ¡pio fazem parte, detalhe: lĂ¡ funciona de domingo a domingo das 18 Ă s 23:45,
e sĂ³!
NĂ£o Ă© exagero afirmar que se
trata da melhor pizza da cidade, a qualidade dos ingredientes que sĂ£o
utilizados segue critérios rigorosos que o Leandro
impõe na elaboraĂ§Ă£o das redondas mais amadas do Brasil. O time de funcionĂ¡rios
começa a preparar a noite gastronômica às 2 da tarde, tudo é feito no dia de
maneira que as sobras sejam mĂnimas e o frescor dos produtos garantido.
Optei por provar o rodĂzio, tipo
assim, um menu degustaĂ§Ă£o que Ă© ideal para quem adora saborear essa iguaria. A
massa fina, os ingredientes fartos em cada fatia generosa, a rapidez na
circulaĂ§Ă£o no enorme salĂ£o para mais de 200 pessoas sĂ£o a prova que nĂ£o existe
nada parecido na cidade. Tudo Ă© feito com cuidado e seguindo um rĂgido padrĂ£o
de qualidade, por exemplo, a mussarela que ele utiliza Ă© aquela que se corta
com um rĂ¡pido passar da faca, vocĂª nĂ£o fica tentando cortar o pedaço como se
fosse Conan, o BĂ¡rbaro, com sua espada afiada.
NĂ£o posso afirmar, mas certamente
provei todos os sabores salgados que estavam Ă disposiĂ§Ă£o, a leveza da massa, a
força do sabor e o fato de sempre chegar Ă mesa quente conquistam os “pizza lovers” mais exigentes, fora isso
o preço Ă© pra lĂ¡ de justo: R$ 31,90 de segunda a quinta, criança atĂ© 5 anos nĂ£o
paga e de 5 a
8 pagam metade. E como isso Ă© possĂvel em uma cidade que Ă© considerada por
muitos, cara?
Simples, o dono nĂ£o tem aquela
ganĂ¢ncia dos donos de restaurante que acham que cada cliente deve pagar todas
as contas do mĂªs, ele ganha no volume, todos os dias o movimento Ă© grande, no
fim de semana tem espera de atĂ© 2 horas e tudo isso aliado ao respeito com o consumidor, nada lĂ¡ Ă© mais ou menos nem demora uma eternidade para se conseguir, o
relĂ³gio da Sacada Pizzaria estĂ¡
sempre sincronizado com a fome de quem freqĂ¼enta.
Passada a noite de farra
gastronĂ´mica, no dia seguinte resolvi terminar a avaliaĂ§Ă£o do Corolla XRS sĂ³ que na estrada. Ainda
sonhando com as pizzas da noite anterior, notei que precisava comprar orégano e
eu sĂ³ compro em um lugar, no mercado municipal de Bragança Paulista, o dono Ă©
meu amigo e a origem da especiaria Ă© um segredo que ele guarda a 7 chaves, mas
por que ir tĂ£o longe? Porque quem pilota fogĂ£o sabe que, o cheiro do orĂ©gano em
contato com outros alimentos deve perfumar a cozinha e isso sĂ³ acontece quando
ele é plantado, colhido e seco em condições especiais. Vale a pena? Vale sim e
para nĂ£o ter dĂºvidas eu compro logo 1 kg que deve durar quase um ano.
LĂ¡ vou eu pela FernĂ£o Dias,
estrada jĂ¡ conhecida e ideal para testar esse modelo que agora tem controle de
traĂ§Ă£o e estabilidade de sĂ©rie. Com o ar condicionado ligado o tempo todo e
duas pessoas a bordo, segui em direĂ§Ă£o ao interior, as curvas de vĂ¡rios Ă¢ngulos
ajudam na avaliaĂ§Ă£o da parafernĂ¡lia eletrĂ´nica, nas mais fechadas os controles
agem com uma incrĂvel harmonia e sincronismo, nem parece que o carro estĂ¡ em
curva, a distribuiĂ§Ă£o de força nĂ£o permite sobressaltos, sĂ³ sai da faixa quem
realmente quer ou Ă© muito desligado.
Nas retas generosas eu optei por
dar uma “apimentada” na viagem,
acionei a tecla Sport Mode para
medir o tempo de reaĂ§Ă£o e a diferença de consumo que o carro passa a fazer.
Essa situaĂ§Ă£o nĂ£o Ă© aquela que te assusta quando se troca o modo de direĂ§Ă£o, eu
estava a 90 km/h
quando acionei, nĂ£o houve nenhuma reaĂ§Ă£o do Corolla XRS sĂ³ quando eu resolvi pisar um pouco mais para atingir
os 110 km/h
que é o limite da rodovia foi que ele reduziu duas marchas e começou a ficar
mais nervoso. Rapidamente ele chegou Ă velocidade pretendida, mas claro que
isso tem um preço, no consumo instantĂ¢neo em modo ECO a mĂ©dia estava em quase 13 km/l, com essa “estilingada” ele derrubou para 10,7 km/l, sĂ³ que Ă© outro carro,
mais rĂ¡pido nas respostas e esticando mais as marchas, deixa de lado aquela
cara de mansinho pra virar um sujeito bravo e veloz.
No fim das contas e na volta
dirigindo de maneira mais suave para avaliar o consumo, o Corolla XRS acabou fazendo na estrada a média, segundo dados do
computador de bordo, de 13,2 km/l, um nĂºmero muito bom por tudo que o carro
oferece. Ele estĂ¡ nas concessionĂ¡rias com o preço sugerido de R$ 109.500, estĂ¡
no Ciclo Toyota, tem sĂ³ duas cores
para escolher (branco ou preto), 3 anos de garantia, revisões com preço
fechado, assistĂªncia 24 horas, assessĂ³rios da marca e outras vantagens.
O Corolla atingiu agora em março a impressionante marca de 1 milhĂ£o
de carros produzidos no Brasil desde 1998, jĂ¡ levou e certamente vai levar
muita gente para conhecer e desfrutar de prazeres da vida como foi meu caso,
certamente voltarei durante muito tempo Ă Sacada
Pizzaria para comer muito, sem medo de ser feliz!
Ficha TĂ©cnica
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