A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea, divulgou os resultados da indústria automobilística em maio e no acumulado do ano

Texto e fotos: Anfavea / Eduardo Abbas


Nos cinco primeiros meses de 2017, 1,04 milhão de veículos foram fabricados, alta de 23,4% frente as 840,4 mil de 2016.


Somente em maio 237,1 mil unidades deixaram as linhas de montagem, expansão de 25,1% contra as 189,5 mil de abril e de 33,8% ante as 177,2 mil de igual período do ano passado.


No licenciamento de autoveículos novos, maio registrou 195,6 mil unidades, o que significa crescimento de 24,6% na análise com as 156,9 mil de abril e de 16,8% se defrontado com as 167,5 mil de maio do ano passado. No acumulado do ano, as vendas chegaram em 824,5 mil unidades, aumento de 1,6% frente as 811,7 mil de 2016.


Antonio Megale, presidente da Anfavea, destaca o resultado positivo dos primeiros cinco meses e reitera a importância da aprovação das reformas para a retomada:
“É a primeira vez, desde o primeiro bimestre de 2014, que o acumulado do ano fica positivo sobre o ano anterior. Ainda precisamos aguardar o desempenho dos próximos meses, mas a sinalização é de que estamos de fato consolidando a estabilidade. Se as reformas propostas pelo Governo forem aprovadas, o próximo passo é voltar a crescer”.

As exportações de veículos também cresceram: as 73,4 mil unidades enviadas para outros países em maio representam elevação de 21% no comparativo com as 60,7 mil de abril e de 51,1% contra as 48,6 mil de maio de 2016. Nos cinco meses já transcorridos do ano, 307,6 mil unidades foram exportadas, uma alta de 61,8% quando analisado com as 190,1 mil do ano passado. O resultado acumulado de 2017 é o melhor da série histórica.


Aqui vale acrescentar que a Argentina continua sendo o melhor parceiro comercial do Brasil, as ações de infra-estrutura que o presidente Macri implementou no país começam a gerar bons resultados na economia como um todo. Por outro lado, a crise brasileira obrigou as montadora a buscar outros mercados na América Latina e melhorar contratos já existentes com outros parceiros. Acompanhe a relação dos maiores compradores de veículos e máquinas do Brasil segundo dados da Secex:

Participação dos países nas exportações do Brasil (veículos leves)
  • Argentina: 68%
  • México: 13%
  • Chile: 5%
  • Uruguai: 5%
  • Colômbia: 3%
  • Peru: 2%

Participação dos países nas exportações do Brasil (veículos pesados)
  • Argentina: 61%
  • Chile: 12%
  • Peru: 8%
  • África do Sul: 5%
  • Rússia: 3%
  • Uruguai: 2%

Caminhões e ônibus
As vendas de caminhões novos no acumulado do ano ainda permanecem em baixa. Foram 17,2 mil unidades negociadas este ano e 21,4 mil em 2016, o que representa queda de 19,4% no período. Em maio 4,1 mil unidades foram comercializadas, crescimento de 18,3% ante as 3,5 mil de abril e de estabilidade em relação a maio do ano passado.


A produção em maio ficou em 7,6 mil unidades – avanço de 28,4% em relação as 5,9 mil de abril e de 42,1% se comparado com as 5,3 mil de maio do ano passado. Até o último mês 29,2 mil caminhões deixaram as fábricas, o que significa alta de 13,9% na análise com as 25,7 mil de 2016.
Os fabricantes de caminhões exportaram no último mês 2,4 mil unidades, resultado inferior em 3,7% no comparativo com as 2,5 mil de abril e maior em 28% ante as 1,9 mil de maio de 2016. No acumulado do ano, os dados apontam elevação de 39,6%: 10,7 mil unidades em 2017 e 7,7 mil no ano passado.
As vendas de ônibus encerraram maio com 1,1 mil unidades: aumento de 35,6% ante as 787 unidades de abril e estabilidade em relação a maio do ano passado. Nos cinco primeiros meses deste ano foram comercializadas 3,6 mil unidades, baixa de 22,5% contra as 4,7 mil de 2016.
No caso da produção, saíram das linhas de montagem em maio 2,1 mil chassis para ônibus, o que representa acréscimo de 43% - em abril e maio de 2016 foram produzidas 1,5 mil unidades. Este ano 7,7 mil unidades foram fabricadas, crescimento de 4,3% frente as 7,4 mil de 2016.
As exportações de ônibus no acumulado deste ano ficaram em 3,1 mil unidades – expansão de 5,1% na análise contra as 2,9 mil do ano passado.


Segundo Megale, o controle da inflação, os juros mais baixos e a estabilidade econômica ajudam muito o setor de pesados, mesmo assim é o setor que mais sofre com a ociosidade, cerca de 80% da capacidade produtiva está parada, mas existe uma grande expectativa de uma retomada um pouco mais rápida por conta da super safra agrícola que deve se repetir no ano que vêm.

Máquinas agrícolas e rodoviárias
As vendas internas de máquinas agrícolas e rodoviárias no quinto mês estão 16,4% maiores com relação ao mês de maio do ano passado – 4,1 mil unidades contra 3,5 mil – e 17,6% acima das negociações ocorridas em abril, com 3,4 mil unidades. O total de máquinas negociadas no acumulado cresceu 28,7%, com 17,3 mil unidades este ano e 13,4 mil no ano passado.


Os fabricantes produziram 5,9 mil máquinas em maio, uma elevação de 13,8% contra as 5,1 mil de abril. No comparativo com maio do ano passado, quando 4,2 mil unidades deixaram as linhas de montagem, o resultado foi 39,5% maior. No acumulado deste ano 24,1 mil unidades foram produzidas: expansão de 52,2% em relação as 15,8 mil do ano passado.


As exportações até maio aumentaram 30,6%, com 4,5 mil unidades este ano e 3,5 mil no ano passado.


Emprego
Finalmente um mês em que o sinal de positivo chegou aos empregos, é uma boa notícia para o setor que acumulava números negativos, se bem que segundo Megale "é uma variação tímida dentro da normalidade do setor, quando da retomada da produção plena os empregados que estão nos programas de garantia de emprego serão os primeiros a serem convocados a voltarem aos seus postos, antes de se criar novos empregos esses programas devem ser zerados".


O número de empregados afastados ainda é grande, são 10.427 colaboradores, sendo 2.718 em layoff e 7.709 no PSE, o caminho da volta ainda vai ser longo, mas o mercado e as exportações começam a dar sinais que essa recuperação pode ser mais curta que o previsto.

Estoque e Previsões
Os estoques de veículos nas montadoras e concessionárias está dentro da normalidade, muito longe ainda dos melhores índices registrados no começo da década, porém são indicadores que o consumidor gradualmente vai retornando ao mercado e começa a comprar novamente.


As previsões para o ano são otimistas e apresentam os números todos positivos, é um bom sinal para o setor que viu os indicadores ficarem no vermelho por vários meses.