Nesta quarta-feira a ABIMAQ – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos apresentou os números referentes ao mês de Abril/2017, o setor ainda passa por uma enorme retração

Texto e fotos: ABIMAQ

O setor  de exportações também sofreu no quarto mês do ano, principalmente pelo câmbio desfavorável, o dólar está muito barato em relação ao real. Por outro lado, o setor agrícola é o grande salvador da pátria, as feiras para vendas de máquinas agrícolas tem registrado números acima dos dois dígitos.


Segundo a ABIMAQ, 2018 deverá ser um ano de recuperação da economia e do setor, certamente haverá crescimento se não acontecerem mais problemas políticos no Brasil, a crise é longa, a turbulência grande, mas tudo vai passar, só não se pode precisar ainda quando tempo vai levar para começar esse reinício.

Acompanhe o resumo do mês e os dados e os gráficos de cada setor refentes ao mês de ABRIL 2017


Consumo aparente - R$ bilhões constantes
No mês de abril de 2017 os investimentos em máquinas e equipamentos registraram queda de 23,2% em relação a março de 2017, na comparação interanual, observou-se queda (26,3%) esta é a 10º queda consecutiva neste tipo de comparação.


No ano (jan-abr), o consumo de máquinas e equipamentos acumulou queda de 21,9%. Estes dados indicam ser prematuro anunciar uma retomada dos investimentos.

Receita Líquida Total - R$ bilhões constantes
As vendas realizadas pela Indústria de Bens de Capital no mês de abril/17, caíram 20,6%, na comparação com março/17. Na comparação interanual a queda foi de 10,5%, 25ª queda consecutiva.


No ano (jan -abr) as vendas acumularam queda de 10%. A média mensal de vendas em 2017 (R$ 5 bilhões) é o pior resultado da série histórica iniciada em 1999. No mercado interno, após crescimento de 11% registrado em março em relação a fev/17, abril registrou queda de 8,6%, e levou o resultado do ano a queda de 1,6% em relação a 2016 (jan-abr).

Curva de comportamento - Receita Líquida - Média 2010-2013 vs 2016 e 2017
Os dados de 2017 segue o comportamento sazonal do setor. Mas, resultados dos últimos meses refletem um patamar das vendas em torno de R$ 5 bilhões, que é metade dos valores mensais no período pré-crise (R$ 10 bilhões ao mês – curva azul) e 10% abaixo de 2016.


Um nível bastante baixo para manutenção do parque industrial brasileiro, que não garante sequer a taxa de reposição do estoque.

Taxa de câmbio real - Variação % acumulada – base: 2005 = 100
A apreciação do real ocorrida em 2016, continua em 2017 e voltou a prejudicar a competitividade da indústria de transformação brasileira. No mês de abril a moeda brasileira continuou na casa dos R$/US$ 3,14.


O ganho proporcionado pelo efeito Trump foi completamente devolvido pela apreciação do fim do ano passado e início deste, a taxa de câmbio não foi afetada nem pela subida da taxa de juros nos Estados Unidos.

Exportação - US$ bilhões FOB
Em abril/17, após crescimento de 55,6% registrado no mês de março, as exportações recusaram 33,6% em relação a março/17. Na comparação interanual, o resultado também foi negativo (-8,0%).


Com isto no ano (jan-abr) o desempenho recuou de 4,2% no 1º tri, para 1,0%. A queda do mês de abril/17 foi influenciado pela base elevada. No mês de março ocorreram vendas pontuais direcionadas para o setor de saneamento da China.

Exportação por setores - Setores com sua participação no total
A queda observada no mês de abril/17 em relação a março/17 foi marcada pela queda em todos os grupos de setores fabricantes de Máquinas e equipamentos. A maior queda ocorreu em Infraestrutura e indústria de base (-74,3%), depois do crescimento 96,3% sobre o mês de fev17.


Em Componentes para a Ind. de BK, observou-se queda de 28,2% e em Máquinas para a indústria de transformação de 27,4%. No ano o destaque é para o setor de Máquinas Agrícolas, cujo resultado acumulou crescimento de 61% no período.

Exportação por destinos - US$ milhões
Os principais destinos das exportações brasileiras de máquinas e equipamentos são, pela ordem, América Latina, Europa e Estados Unidos.


Observou-se, no ano, até abr/17, um aumento das exportações para a América Latina, puxado principalmente pelo Mercosul que aumentou em 35,3% suas compras de máquinas no Brasil.

Importação - US$ bilhões FOB
Em abril/17, após o aumento de 38,6% das importações de máquinas e equipamentos, em março 17, observou-se nova queda em relação ao mês imediatamente anterior (-33,4%).


Na comparação interanual (abr-17 contra abr-16) as importações recuaram 30,4%. Com isto a queda acumulada no ano (jan-abr) voltou aos níveis observado até o mês de fev 17 (15,2%). O déficit da balança comercial de máquinas caiu para US$ 212 milhões no mês (-32,9%). No ano (jan-abri) o recuou foi de 33,7%.

Importação por setores - Setores com sua participação no total
Em abril/17 a queda das importações foi observada em todos os setores compradores de máquinas. Com destaque para o setor de Logística e Construção Civil (-58,2%), a Indústria de Transformação (-38,2%) e Infraestrutura e Indústria de Base (-35,1%).


No ano (jan-abr) dois setores registraram crescimento nas suas importações, o setor agrícolas (+9,4%) o de bens de consumo (+0,8%).

Principais origens das importações - Part. % no total importado (US$)
O destaque no mês de abril foi para o aumento nas importações, em valores, da Alemanha que saiu de 15% em 2016 para 18,3%.


A importação da Coréia do Sul volta aos seus níveis históricos em 2,4%. Em quantidades, a Alemanha assume a 2ª colocação ultrapassando os EUA. A China mantém a 1ª colocação.

NUCI: Nível de Utilização da Capacidade Instalada % - Carteira de Pedidos em meses para o atendimento
O NUCI, em abril/17, foi 1,0% inferior ao observado no mês imediatamente anterior e 2,7% maior que o do mesmo mês de 2016.


Com este resultado o setor interrompeu o crescimento observado nos últimos dois meses e recuou para 68,7% em abril. A carteira de pedidos, medida em meses, também voltou a registrar queda em abril depois de dois meses de relativa estabilidade.

Pessoal ocupado (em mil pessoas)
A indústria de máquinas e equipamentos encerrou o mês de abril/17 com 292,2 mil pessoas ocupadas, uma ligeira estabilidade em nível reduzido.


Na comparação interanual houve redução de 15,9 mil postos de trabalho, queda de 5,2%. Desde 2013, quando teve início a queda de faturamento da indústria de máquinas, já foram eliminados mais de 88 mil postos de trabalho no setor.