A Fórmula 1 de hoje é uma piada,
com pilotos limitados e carros quem andam mais nas curvas que nas retas
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: f1.com
Juro que eu nunca achei que um
dia iria ouvir a seguinte frase: “o carro
de corrida é mais rápido nas curvas”. Oi? Como assim? Chegamos a um ponto
em que brincar de autorama tem muito mais emoção que assistir corrida de
automóvel. Tá certo que na Fórmula Indy
os carros são mais rápidos nos circuitos ovais, mas veja, são ovais com 4
curvas para o mesmo lado e pé cravado no acelerador!
Para que servem então as retas
que existem nos circuitos do campeonato? Provavelmente para gerar faísca e
acabar com os freios, já que os pneus agora nem gastam tanto como no ano passado,
não adianta querer dar desculpa, virou vídeo game sem graça, não tem nenhum
equilíbrio entre as equipes nem alternância nas posições, se precisamos contar
o número de ultrapassagens em uma corrida é sinal que o mais importante, a
disputa físico-cerebral da aurora dos tempos da categoria chegou quase no fundo
do poço.
Vou tentar falar da corrida do
Bahrein que acontece em um complexo monstruoso e que usa a pista como pano de
fundo para as outras atrações, foi feita pelo rei do compasso e não oferece nenhum
risco para os pilotos por ser quase perfeita. Só pelo fato de não oferecer
risco também não impõem ousadia e nivela todos por baixo, os gênios se misturam aos idiotas e vamos correr para levantar uma grana, em resumo, é uma bosta.
Falar sobre a corrida esta se
tornando uma quase tortura, mas vamos lá: depois de uma classificação apertada
a Mercedes conseguiu errar na tática
do Hamilton e obrigou o Bottas a abrir caminho para o
companheiro. Dá pra ver pela cara de bundão do finlandês no pódio que ele não
gostou muito, mas meu amigo se assinou contrato para ser segundo piloto vai
chupar essa manga sempre!
Quem acabou se dando bem foi o Vettel com sua Ferrari, para alegria e alivio do Arrivabene que deve ter se arrependido amargamente desse desafio
que lhe enfiaram goela abaixo. O resto foi o resto, muita gente brigando por
posição, algumas ultrapassagens legais e infelizmente o cara que poderia dar um
show e tirar o sono provocado pela corrida acabou batendo por problemas nos
freios.
E não tem o que fazer, a herança
que o Bernie Ecclestonessauro Rex
deixou foi esse amontoado de carros lentos e sem barulho dirigidos por pilotos
meia boca e pagante barbeiro quem sabe no ano que vêm alguma ideia melhor
apareça e traga um mínimo de competição, afinal de contas, as ultrapassagens
que mudam os ponteiros são feitas nos boxes. Pode isso?
A próxima etapa será na Rússia,
não vai mudar muito o andar da carruagem nem modificar o que se está pintando
como o quadro do ano. A Mercedes
deve começar a dominar quando a categoria chegar mesmo na Europa e a Ferrari tentar incomodar, a Red Bull é a terceira força, Renault, Toro Rosso e Force Índia
começam a chegar, a Haas parece
perdida, a Sauber continua seu
calvário, a McLaren mais uma vez
será motivo para o Alonso reclamar mesmo
ele indo disputar as 500 milhas de Indianápolis pela equipe e com motor Honda e finalmente a Williams, que tem um ótimo carro e os dois piores pilotos do grid
vai pagar os pecados por suas péssimas escolhas.
Vou ficando por aqui, no fim de
semana tem MotoGP e Fórmula Indy e na semana que vêm eu
volto pra comentar o que aconteceu nas duas corridas que, certamente, vão ser
muitas vezes melhores que qualquer etapa da Fórmula 1.
Beijos, queijos e aproveite a vida!
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