Com quatro dias úteis a mais, a média diária de vendas ficou 13,2% acima da apresentada em fevereiro
Texto: SD&Press Consultoria / Eduardo Abbas
Fotos: Marcel Mano / Abraciclo
Foi um mês um pouco mais promissor para os 14 associados da entidade, houve um leve aumento nas vendas impulsionado pelo segmento de scooters.
De acordo com os dados divulgados pela ABRACICLO, Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, saíram das linhas de produção 231.381 motocicletas no acumulado de janeiro a março, o que representa uma leve alta de 1,6%, frente às 227.626 unidades fabricadas no mesmo período de 2016.
Sob a comparação mensal, março registrou 82.416 motos, expressivo crescimento de 22,4% em relação a fevereiro e de 2,3% contra o mesmo mês do ano passado. Todavia, vale ressaltar que o segundo mês do ano teve quatro dias úteis a menos, por conta das festividades do Carnaval.
As vendas no atacado – para a rede de concessionárias – mantiveram-se estáveis no acumulado do ano, se comparado ao mesmo período do ano passado. Nos primeiros três meses do presente ano foram comercializadas 215.820 motocicletas, contra 215.372 em 2016.
Com 80.372 unidades vendidas em março, foi registrada alta de 17,7% em fevereiro (68.312) e queda de 3,8% em março de 2016 (83.523).
Sobre as exportações, o acumulado do primeiro trimestre alcançou alta de 26,9%, com 17.444 unidades exportadas, ante 13.749 no mesmo período de 2016.
Já o comparativo mensal registrou 5.722 motocicletas exportadas em março, contra 5.953 unidades em fevereiro e 4.721 unidades em março do ano passado.
Vendas No Varejo
Com base nos licenciamentos registrados pelo Renavam, foram emplacadas 210.970 motocicletas de janeiro a março, volume 12,1% inferior ao apresentado no mesmo período do ano anterior, com 239.923 unidades*.
No comparativo mensal, março registrou 82.879 motos licenciadas, frente a 60.495 unidades em fevereiro e 86.981 unidades no mesmo mês de 2016.
Com quatro dias úteis a mais, a média diária de vendas, com 3.603 unidades, ficou 13,2% acima da apresentada em fevereiro (3.184), porém 8,9% abaixo do que em março de 2016 (3.954).
(*) Foram desconsiderados os ciclomotores usados, cujo licenciamento junto aos Detrans passou a ser obrigatório a partir da Lei nº 13.154, de 30/07/2015, e da Resolução Contran nº 555/15, de 17/09/2015
O segmento de scooters foi o que alavancou os números do período em comparação ao ano passado, com um aumento significativo de 74,4% o modelo urbano prova que raealmente caiu no gosto do consumidor principalmente por caber no bolso.
Perguntei ao presidente da Abraciclo Marcos Fermanian se ele acredita que a injeção de dinheiro na economia com a retirada do FGTS inativo de vários trabalhadores, pode impactar no mercado de motos. Segundo ele "um pouco desse aumento constatado no mês passado pode sim estar ligado a essa liberação, mas temos consciencia que o indivíduo vai primeiro pagar suas dívidas e depois, com a sobra, aí sim ele pode voltar a consumir, inclusive motocicletas, vai sobrar uma fatia desse dinheiro para o nosso setor".
Isso é bem claro nas modalidade de compra, o credito ao consumidor continua sendo o preferido mas não muito longe das modalidades de consórcio e venda à vista.
Projeções
“Mesmo que os números tenham apresentado leve melhora no primeiro trimestre, o mercado de Duas Rodas segue cauteloso, mantendo as projeções já anunciadas. De qualquer forma, iniciativas como a da Caixa Econômica Federal, com a linha de crédito especial para motocicletas, e as perspectivas de estabilidade econômica devem impulsionar os negócios”, comenta Marcos Fermanian, presidente da entidade.
Isso reflete também no número de funcionários que trabalham no setor, com dados do fim de 2016, em dezembro eram 13.410 pessoas trabalhando no setor produtivo das marcas, segundo Marcos, "houve um ajuste desse pessoal no começo do ano, alguns postos de trabalho foram fechados e houve uma redução significativa, as empresas tentam evitar a dispensa desse pessoal que é capacitado e especializado mas é complicado, acreditamos que se houver uma retomada forte esses postos de trabalho vão voltar a existir".
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