• Houve alta de 0,4% nas vendas de carros importados em novembro em relação a outubro. Mas ainda é o segundo pior mês de 2016. No acumulado, com total de 32.516 unidades comercializadas, persiste tendência acentuada de queda: 40,9%;
  • Setor de carros importados espera por liberação de cotas não utilizadas em 2015 e 2016 para salvar a rede autorizada de concessionárias.

Texto: Textofinal Comunicação / Eduardo Abbas
Fotos: Marcel Mano

As dezoito marcas filiadas à Abeifa – Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores comercializaram em novembro 2.650 unidades importadas, total que representou alta de 0,4% em relação ao mês anterior, quando foram emplacadas 2.639 unidades. Ante o mês de novembro de 2015, o desempenho do setor é negativo, com redução de vendas de 33,4%. Foram 2.650 unidades em novembro último contra 3.976 veículos de novembro de 2015.


No acumulado, o setor de veículos importados chegou a 32.516 unidades emplacadas, queda de 40,9% em relação aos 55.057 veículos licenciados nos primeiros onze meses do ano passado.
“No conjunto das marcas associadas à Abeifa, em novembro poderíamos ter obtido um resultado melhor. As marcas de volumes mais significativas não puderam nacionalizar seus produtos porque já estouraram suas respectivas cotas anuais. E, hoje, vender fora da cota proporcional ou do limite de 4.800 unidades por ano é inviável. Significa ter prejuízos.


Por isso, vamos fechar o ano com cerca de 35,5 mil unidades contra 59.975 veículos comercializados em 2015, ou seja, com queda de 40,8%”, argumenta José Luiz Gandini, presidente da Abeifa. “Por isso, volto a insistir que os nossos pleitos pelo fim dos 30 pontos percentuais no IPI precisam ser atendidos, para que possamos recuperar especificamente o setor de veículos importados. Mas, por ora, solicitamos ao menos a liberação das cotas não utilizadas por outras marcas. Com esta alteração não há benefícios fiscais, pois as cotas existem e não estão sendo utilizadas por algumas marcas que perderam seu canais de distribuição ou encerraram suas atividades ou até foram descredenciadas do Inovar-Auto, portanto sem qualquer renúncia fiscal. Com esta simples alteração, não corremos o risco de gerar mais desemprego no setor com o fechamento de mais concessionárias e com certeza aumentaremos nossos recolhimentos de tributos aos cofres públicos" enfatiza Gandini.


Produção local – Entre as associadas à Abeifa, que também têm produção nacional, BMW, Chery, Land Rover, Mini e Suzuki fecharam o mês de novembro com 1.138 unidades emplacadas, total que representou alta de 10,2% em relação ao mês anterior. Comparado a novembro de 2015, permanece tendência de queda: 27,5%, quando foram emplacadas 1.569 unidades nacionais. Enquanto, no acumulado, as cinco associadas à Abeifa totalizaram 10.840 unidades emplacadas, queda de 71,8% ante as 38.499 unidades (à época, ainda sem a produção da Jaguar Land Rover e também da Mini) dos primeiros onze meses do ano passado. A substancial queda se justifica porque, no ano passado, era contabilizada a produção do modelo Renegade, da Jeep, à época associada da Abeifa.


Participações – Ao considerar somente os veículos importados, a participação das associadas à Abeifa, no total do mercado interno, é de apenas 1,52% no mês de novembro e, no acumulado do ano, 1,81%. Com os totais somados – importados e produção nacional -, a participação das filiadas à Abeifa no mercado interno é de 2,18% no mês de novembro e de 2,43% no acumulado do ano.


Previsões - A situação dos importados é crítica por conta da imposição das cotas e isso deve perdurar até o fim de 2017 quando a termina o Inovar Auto e não se tem ainda uma posição se continua ou será reformulado. A conseqüência é a queda nos emplacamentos que deve chegar a -41% que representaria 35.500 unidades no ano.


Se não houver uma ação do governo, segundo previsão da entidade de vender 25.000 unidades no ano que vêm, a possibilidade de fechamento de concessionárias será inevitável, segundo Gandini, acredita-se que mais 100 revendedores devem encerrar seus trabalhos fechando 4.000 postos de trabalho.


Perguntei ao presidente se o Salão do Automóvel de São Paulo ajudou alguma coisa no aumento das vendas, segundo ele, ainda não foram fechados os números do evento, ele não soube dizer se por conta do Salão alguns dos associados tiveram uma melhora nos números, mas acredita que, se aconteceu, foi um número pouco expressivo que venha a modificar os números tão ruins de 2016.

Emplacamento por marca Novembro 2016 (PDF) 

Emplacamento por modelo Novembro 2016 (PDF)