Enólogo francês, responsável por projetos como Almaviva e Opus One, fecha parceria com a centenária vinícola gaúcha

Texto e fotos: Peterlongo

Homem forte da francesa Mouton Rothschild e responsável por projetos da empresa que resultaram em grandes marcas como Opus One (EUA) e Almaviva (Chile), Pascal Marty é o novo winemaker da Vinícola Peterlongo. O acordo entre Marty e a marca gaúcha foi assinado no último final de semana, após meses de conversas, e tem duração inicial de 10 anos. Na segunda, dia 28, o francês já foi conhecer a estrutura vinícola e vinhedos da empresa, antes de retornar ao Chile, onde vive atualmente e empreende em uma vinícola própria, além de prestar consultorias.


Marty passa a integrar um audacioso projeto de revitalização da marca, iniciado em 2002, quando os sócios atuais compraram a vinícola, até então familiar, e iniciaram sua retomada, saneando a empresa financeiramente e dando início a uma série de investimentos, que culminam em 2016 com revitalizações das centenárias instalações localizadas em Garibaldi e com a contratação de um nome de peso no cenário internacional de vinhos. Após desenvolver alguns dos mais bem sucedidos projetos vinícolas do mundo, o novo winemaker terá a missão de revitalizar produtos de todas as linhas da Peterlongo, além de iniciar o primeiro projeto estruturado de um super-premium brasileiro, comandando a equipe de enologia da vinícola.
"Venho conhecendo o Brasil vitivinícola aos poucos. Primeiro comercializando meus produtos aqui, depois conheci a região vinícola e conheci vinicultores e empresários do setor, como é o caso do Luiz Sella, da Peterlongo. O acordo que fechamos agora é resultado de muita coisa. De uma enorme capacidade de gestão e implantação de projetos por parte da vinícola, de uma certeza de que o Brasil é um país incrível para vinhos e espumantes, de análise criteriosa feita pela minha equipe de agrônomos nos últimos meses e de uma paixão compartilhada por mim e pela vinícola que tornam o vinho algo mágico, como deve ser", explica o enólogo.
Ainda sem detalhes, o projeto terá início com Marty realizando uma profunda análise em toda a linha de produtos da vinícola e atuando junto aos processos de elaboração e cultivo de vinhedos. "A ideia é começar das bases, sendo muito realista em relação a tudo o que precisamos corrigir. Vamos trabalhar no vinhedo, pois sem uvas de alta qualidade não é possível fazer grandes vinhos. Depois o processo de evolução e crescimento será natural", explica o um dos sócios da Peterlongo, Luiz Carlos Sella.
Sella reforça que o trabalho de Marty na vinícola será de base e de longo prazo, sendo que os primeiros efeitos do novo homem forte do vinho brasileiro devem chegar a partir do próximo ano.